MANUAL DO PERFEITO “BANKSTER”, LIÇÃO 7: JP MORGAN:O INQUÉRITO FEDERAL CONSTRÓI UM DOSSIER PENAL

Diz-se que devemos ir aos mercados onde encontramos os grandes operadores, os operadores sofisticados  como se diz na linguagem dos financeiros. O curso sobre “banksterismo” mostrou já  alguns deles e a aposta que deixamos aos leitores  é a de tentarem adivinhar quem neste mar de altos financeiros pagos a milhões de dólares por mês, quem é que não é apanhado na justiça americana e dizemos justiça americana porque a da Europa nesta matéria não a conhecemos. Daqui uma segunda aposta: haverá justiça europeia quanto a estes mercados? Se a há, digam-me então um bom exemplo de peixe graúdo apanhado nas suas  malhas.

 

Júlio Marques Mota  

Selecção e tradução por Júlio Marques Mota

Le Monde  e AFP | 12 de  Outubro de 2012

O Banco perdeu quase 6 mil milhões de dólares como resultado das posições tomadas em conta própria pelas suas equipas de Londres, realizadas pelo seu trader francês Bruno Iksil, apelidado de “a baleia de Londres” por causa das suas enormes e arriscadas apostas a que em finanças se diz serem aplicações financeiras . | AP/Bebeto Matthews

As autoridades dos EUA utilizam conversas telefónicas gravadas para construir um processo criminal sobre  perdas de 6 mil milhões de dólares da corretora JP Morgan Chase Bank, diz o New York Times, na quinta-feira, 11 de Outubro. Os investigadores centram-se nas chamadas em que esses funcionários discutiam abertamente como avaliar favoravelmente apostas que correram mal, indica o diário, citando responsáveis anónimos ao corrente do dossier .

Poderão ocorrer prisões daqui a alguns meses e o ex-corretor francês Bruno Iksil, uma das pessoas responsáveis por estas operações e apelidado de “a baleia de Londres” por causa dos montantes das suas apostas que acabaram por correr mal, faz pois parte dos funcionários na linha de mira das autoridades. No entanto, os altos dirigentes do banco entre os quais Ina Drew, ex-dirigente da unidade de investimentos do próprio JP Morgan Chase, de quem dependiam os escritórios do banco em Londres em causa, não são pelo seu lado abrangidos pelos inquéritos.

Cinco meses de investigação

O inquérito dura desde há já cinco meses e além de Bruno Iksil, que foi a seguir despedido, este inquérito centra-se em Javier Martin Artajo, que supervisionou a estratégia de corretagem dos escritórios do banco em Londres, Achilles Macris, o dirigente responsável pelos investimentos internacionais específicos e um francês de fraco nível hierárquico, Julien Grout, que trabalhou para  Bruno Iksil. Os registos telefónicos foram transmitidos pela direcção do JPMorgan Chase, segundo o New York Times.

O banco, que publicará na sexta-feira os seus resultados pelo terceiro trimestre tinha indicado  em meados de Julho ao anunciar os seus anteriores resultados que « certos indivíduos  tinham talvez procurado evitar mostrar a totalidade das perdas”

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