por Rui Oliveira
Na Quarta-feira 21 de Novembro, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, às 19h, o Coro e Orquestra Gulbenkian dirigidos pela maestrina Joana Carneiro (foto à dir.) cumprirão um programa que inclui obras de António Pinho Vargas Requiem *(em estreia mundial), de Samuel Barber Adagio para cordas e de Igor Stravinsky Sinfonia dos Salmos.
*Esta obra é uma encomenda da Fundação Calouste Gulbenkian a António Pinho Vargas, um compositor que até aos anos 80 tinha sido sobretudo um intérprete de jazz, mais tarde fez uma deriva para o território erudito, primeiro com um ciclo de canções sobre a poesia de António Ramos Rosa, depois com a sua primeira ópera, Édipo, Tragédia do Saber (1996). Desde então, Pinho Vargas construiu uma das mais sólidas carreiras da contemporaneidade musical portuguesa com diversas óperas, quartetos de cordas, obras para orquestra, música para filmes e outros.
O concerto repete-se na Quinta 22 às 21h.
Não havendo registo da Orquestra Gulbenkian para nenhuma das peças do programa, reproduzimos-lhe o Adagio de Barber pela Orquestra Sinfônica de São Paulo (maestro León Halegua) em 2011 :
Na mesma Quarta, 21 de Novembro, às 21h30, também no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian, o pianista e compositor António Pinho Vargas dá um concerto de entrada livre que denominou Piano Solo onde tocará temas diversos dos seus álbuns editados “Dinky Toys e outras histórias” (vol I do CD Solo de 2008) e “Twins Peak e outras histórias” (vol II do CD Solo II de 2009).
Ouça-se, para apreciar a execução pianística, o tema June do álbum Solo I (2008) :
E, por graça, também exactamente o tema Dinky Toys I :
No Teatro Nacional D. Maria II, na sua Sala Garrett às 21h desta Quarta-feira 21 de Novembro, num espectáculo integrado no “Ano do Brasil em Portugal – Mostra de Teatro do Brasil” (que se repete no dia seguinte, Quinta 22), a Cia. Atores de Laura apresenta “O Filho eterno”, uma criação que já recebeu oito prémios literários nacionais e internacionais.
Esta adaptação teatral de Bruno Lara Resende da obra do escritor Cristovão Tezzan (foto), o romanceO Filho Eternomostra a luta diária de um homem, um jovem escritor curitibiano (vivido por Charles Fricks, sob a direcção de Daniel Herz) no começo dos anos 80, que precisa de lidar com um filho “mongolóide” (como se designava na altura).
A chegada desse primeiro filho com Síndrome de Down é apenas uma das diversas reflexões que envolvem a paternidade e são abordadas nesta já premiada história, de que mostramos abaixo um excerto elucidativo :
Actua nesta Quarta-feira 21 de Novembro pela 1ª vez em Lisboa o Artemandoline Ensemble Baroque, um agrupamento de mérito reconhecido especialista na arte do bandolim em peças musicais dos séculos XVII e XVIII, sediado no Luxemburgo, composto por Mari Fe Pavón, bandolim barroco e genovês, Juan Carlos Muñoz, bandolim e mandola barroca, Alla Tolkacheva, bandolim e mandola barroca, Manuel Muñoz guitarra barroca e arquialaúde, Jean-Daniel Haro, violão e viola da gamba e Jean-Christophe Leclère, cravo e órgão.
O Recital de música de câmara terá lugar na Sala dos Espelhos do Palácio Foz, às 18h com entrada livre, numa iniciativa Music-LX, e nele serão tocadas obras de Giovanni Battista Gervasio, Carlo Arrigoni, Aleixo Botelho de Ferreira, Luigi Boccherini, Antonio Vivaldi e Evaristo Delice dall’Abaco.
Reproduzimos a Sonata em Trio de Carlo Arrigoni, uma das peças frequentemente interpretadas pelo Artemandoline Ensemble Baroque :
Há na Quarta-feira 21 de Novembro um novo Concerto Antena 2, desta vez no Auditório da Escola Secundária de Camões, às 19h, de entrada livre, onde o pianista português Raul Costa e o violoncelista russo Aram Yagubyan tocarão de Franz Liszt Lúgubre Gôndola Nº2 p/ violoncelo e piano e de Frédéric Chopin Sonata p/ violoncelo e piano em sol menor, Op.65.
Arranca nesta Quarta-feira 21 de Novembro no Cinema São Jorge (e até Domingo 25) o CineFiesta, uma iniciativa do Instituto de Cinematografia y de las Artes Audiovisuales (ICAA) de Espanha que tem como objectivo desvendar ao público português a riqueza e diversidade do cinema espanhol e permitir um encontro com realizadores e artistas daquele país.
Pretende oferecer uma selecção de recentes longa-metragens de ficção, dos melhores documentários e uma homenagem na “Cinemateca Portuguesa, Museu do Cinema” a Víctor Erice, sem dúvida, o autor de uma das cinematografias mais importantes do cinema espanhol, a par de Luis Buñuel, Luis G. Berlaanga, Carlos Saura ou Pedro Almodóvar, onde serão projectados três filmes seus, ‘El espíritu de la colmena’ (1973), ‘El sur’ (1983) baseado no belo relato da escritora Adelaida García Morales, e ‘El sol del membrillo’ (1992), sobre a obra e personalidade do pintor Antonio López.
Assim a abrir, no Cinema São Jorge às 19h, exibe-se “Mientras Dormes” (Espanha, 2011), um filme de terror psicológico do realizador catalão Jaume Balagueró sobre argumento de Luis Tosar, com Marta Etura e Alberto Marini nos principais papéis.
Sinopse : César é porteiro num prédio. Pode não ser o melhor trabalho do mundo, mas a verdade é que não o trocaria por nenhum outro, já que este lhe permite conhecer a fundo todos os inquilinos do imóvel, seus movimentos, seus hábitos. Controla suas idas e vindas, estuda-os, descobre seus pontos fracos, seus segredos. Se quisesse poderia inclusive controlar as suas vidas, intervir nelas como se fosse Deus, sem ninguém suspeitar. César tem um jogo secreto: gosta de magoar, mover as peças necessárias para criar dor em seu redor. A nova vizinha do 5ºB sorri, entra e sai todos os dias radiante, cheia de luz, convertendo-se assim na sua próxima vítima, na sua obsessão. O jogo de César vai começar a complicar-se, tornando-se imprevisível. Perigoso. Se não tiver cuidado, pode inclusive voltar-se contra ele…
É este o seu filme-anúncio :
Ainda dentro do Festival Tempsd’Images representa-se desde esta Quarta 21 de Novembro até Domingo 25 na galeria ZDB Negócios (Rua da Barroca, nº 59, ao Bairro Alto), às 21h30,“A Room Full of Dirt” de Carlota Lagido e Miguel Bonneville, uma peça onde se pretende “apresentar uma compilação ou abstracção de memórias de outros lugares, pensando para além do solo de Lisboa, para um planeta Terra idealizado”. Dizem : “aquilo que procuramos agora é um escape dos julgamentos a que somos expostos, do tumulto ruidoso das cidades, do apego vicioso das tecnologias, no fundo, do afastamento crescente da percepção dos nossos corpos e das nossas identidades; das nossas verdadeiras vontades. O tempo é-nos preenchido involuntariamente. As distracções são constantes e quase exigidas. Impedem-nos de pensar…”
No São Luiz Teatro Municipal, na sua Sala Principal às 21h30, decorre na Quarta-feira 21 de Novembro o espectáculo “Canções Urbanas” onde os artistas Gisela João e Helder Moutinho se juntam a JP Simões para − anunciam – “uma noite dedicada às canções que aquecem o coração das cidades”.
A frase do pintor e poeta Francis Picabia, “o céu é frio por cima da fogueira pública”, é mesmo o mote para uma noite onde as canções “se servem quentes por baixo do frio e silencioso céu que nos sustenta”. Nat King Cole, Trovante, Frank Sinatra, Carlos do Carmo, David Bowie, Amália, Tom Waits, bossa nova, jazz, fado, canção clássica … cruzar-se-ão em três vozes que abordam um reportório escolhido em comum por sensibilidades pessoais diversas, desde dois fadistas de gerações diferentes (Helder Moutinho e Gisela João) a um cantor de bandas de sucesso como os Pop dell’Arte, Belle ChaseHotel ou Quinteto Tati (o também compositor JP Simões).
A acompanhá-los estarão Ricardo Parreira na guitarra portuguesa, Pedro Soares na viola de fado, Tomás Pimentel no piano, Gabriel Godoi na guitarra e Norton Daiello no baixo.
Por ser cantora menos conhecida, ouça-se a interpretação que Gisela João dá ao fado Meu Corpo de Ary dos Santos (letra) e Fernando Tordo (música) :
Para os cinéfilos impenitentes, continua nesta Quarta-feira 21 de Novembro, às 18h, no Anfiteatro II da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa o interessante Ciclo de Cinema «Portugal visto de fora» que o Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, através do seu “Grupo de Investigação Memória e Historiografia”, em conjunto com o Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, organiza sendo o filme desta semana “Lisbon” (EUA, 1956) de Ray Milland, com Ray Milland, Maureen O’Hara, Claude Rains, Yvonne Furneaux e Francis Lederer nos papéis principais (e onde até entra Humberto Madeira, Anita Guerreiro e mesmo João Benard da Costa).
Dessa história de um contrabandista americano sediado em Lisboa que é contratado para ir resgatar um rico industrial do outro lado da “Cortina de Ferro” só obtivémos para mostrar as imagens iniciais :
Por último, o Pentacórdio revela que hoje (Domingo 18) o Júri do Lisbon & Estoril Film Festival, formado por Alfred Brendel, Fanny Ardant e Sonia Wieder-Atherton, decidiu premiar o filme “L’Intervallo” de Leonardo di Constanzo, depois de este já ter ganho sete prémios no Festival de Cinema de Veneza .
Decidiu também premiar Melvil Poupaud pela sua interpretação no filme “Laurence Anyways”, de Xavier Dolan, e a melhor pintura ao quadro de Miqel Barceló (foto ao lado) que figura em “Sueño y Silencio” de Jaime Rosales.
Como brinde final, reproduzimos – enquanto se aguarda um projecção próxima em sala − uma cena sugestiva do premiado “L’Intervallo” , com Francesca Riso e Alessio Gallo nos principais papéis e onde : “ Dois adolescentes estão fechados num prédio abandonado. Veronica é a prisioneira e Salvatore toma conta dela a mando do líder de um gang local. Ela é uma mulher desinibida, enquanto ele procura apenas cumprir as ordens. À medida que o tempo passa, a relação entre os dois torna-se menos hostil. No entanto, o momento do julgamento de Veronica está cada vez mais próximo… “.
(para as razões desta nova forma de Agenda ler aqui ; consultar a agenda de Segunda aqui )
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