EDITORIAL: QUE FUTURO PARA OS PALESTINIANOS?

 

Nos últimos dias decorreu mais um episódio do drama palestiniano, que esteve para culminar num ataque maciço a Gaza. Parece que entretanto veio uma acalmia, que durará não se sabe quanto tempo. Os comentários e as declarações de intenção proliferam, mas os palestinianos continuam a viver debaixo de pressões fortíssimas. É óbvio que Israel, não ousando proceder à sua aniquilação ou à sua expulsão pura e simples dos territórios que ainda ocupam, procura pressioná-los para que vão procurando outras paragens. Existem vários milhões de emigrados à força, cujo repatriamento Israel não aceita que conste das agendas das negociações que se têm esboçado periodicamente, sobretudo para ir entretendo a opinião pública mundial.

Graves responsabilidades cabem neste processo, não só aos EUA e a Israel, mas também a outras potências. Os EUA, a Rússia, a União Europeia e a ONU formaram como que um grupo de trabalho, intitulado o Quarteto, para acompanhar o processo de paz israelo-palestiniano e procurar melhorar as condições de vida das populações que vivem nos territórios ocupados. O seu representante é Tony Blair, o qual, ao que parece, raramente se desloca à zona dos conflitos. A sua última intervenção visível ocorreu quando o Estado Palestiniano se candidatou a membro de pleno direito à ONU, e limitou-se a declarações muito genéricas sobre a necessidade de uma paz duradoura. Entretanto, os EUA e Israel bloquearam a candidatura palestiniana.

Entretanto, o El País ontem referiu a possibilidade de o processo ser retomado, com uma candidatura do Estado Palestiniano a observador, não membro, tal como o Vaticano. Assim se procuraria atenuar a influência do Hamas entre os palestinianos. E assim se pode constatar como o futuro destes está cada vez mais complicado, entre a expansão dos colonatos, provocações e bombardeamentos por um lado, e a indiferença das potências por outro.

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