O LAGO ELLSWORTH, na Antártida. Por João Machado.

Este lago foi descoberto em 1996, a partir de observações por satélite. Está debaixo da grande camada de gelo com vários quilómetros de espessura, terá uma área superior a dez mil quilómetros quadrados e uma profundidade que se estima em 150 metros. Na Antártida, que tem cerca de 14 milhões de quilómetros quadrados,  já foram localizados mais de trezentos lagos sob a grande calote. As condições ambientais são extremas, mas há especulações sobre as possibilidades, nas condições de isolamento em que estão há possivelmente 500.000 anos, que neles se tenham desenvolvido formas endógenas de vida microbiana.

antartida lago ellsworth

No presente mês de Dezembro de 2012 iniciaram-se na zona pesquisas coordenadas pelo SCAR – Scientific Committee for Antarctic Research. Consistem numa perfuração com uma broca aperfeiçoada pelo Natural Environment Research Council, do Reino Unido, e estima-se que durarão até ao final de Janeiro de 2013. Os trabalhos têm sido preparados por cientistas britânicos ao longo de dezasseis anos, sob a orientação do glaciologista Martin Siegert, da Universidade de Bristol. Espera-se que os resultados obtidos permitam, entre outros objectivos, inclusive formular hipóteses sobre a existência de vida noutros planetas, como por exemplo os satélites de Júpiter.

Antártida - buried-antarctic-lake-ellsworth

Outras investigações do género estarão a decorrer noutros lagos do continente, que está reservado para a investigação científica por uma convenção de 1959. Nunca será demais insistir na importância da Antártida, um continente gelado e deserto, com pouca precipitação atmosférica, para o equilíbrio global.  Observem esta fotografia dos Montes Ellsworth, onde há altitudes da ordem dos 5.000 metros.

Antártida - Ellsworth-Mountain-Range-BAS1

Obrigado a Decoded Science, Live Science e ás entidades acima referidas, que possibilitaram a elaboração desta pequena nota, e dar a conhecer realidades e trabalhos tão importantes.

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