ENTRE AS 10 E AS 11, FALAMOS DO LIVRO E DE LIVROS

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De segunda a sexta feira, entre as nove e as dez hora da manhã, sob um belíssimo logótipo criado por Dorindo Carvalho, publicaremos textos sobre o livro e críticas, notícias, notas, sobre livros. E começamos por fazer uma pergunta:

O que é um livro?

 

Comecemos pela definição de um bom dicionário – o Houaiss, por exemplo: Diz assim;”Colecção de folhas de papel, impressas ou não, cortadas, dobradas e reunidas em cadernos cujos dorsos são unidos por meio de cola, costura, etc.». Tem mais acepções, mas nenhuma nos dá uma definição completa do termo. Outra definição, menos colada ao aspecto material, é a de um filólogo alemão (U. von Willamowitz-Moellendorff): «aquilo que um autor publica e através da mediação de um comércio específico organizado, põe à disposição de um público interessado e capaz de o ler». Uma definição de um autor, seria diferente de qualquer destas.

Liber, palavra latina de onde de onde deriva o termo, significa o entrecasco da árvore. Curioso é que noutras civilizações o entrecasco das árvores foi também utilizado para suporte de escrita – os maias, por exemplo. Na índia foram as folhas de palmeira que serviram esse objectivo.  Porém, mais do que o liber, ou entrecasco, foi o codex, o lenho da árvore, que foi utilizado para registo de escrita. As tabuínhas de madeira, cobertas ou não por uma camada de cera, tiveram um uso relativamente prolongado – desde a Antiguidade até finais da Idade Média – numa ampla distribuição geográfica. Na versão mais difundida, as várias tábuas estão ligadas entre si por cordões que atravessam a superfície num dos lados verticais. Foi a este conjunto em que as tabuínhas exteriores serviam de resguardo às interiores, que em  Roma se chamou códice.

O papiro entra em circulação como suporte de escrita por volta do século VII a.C. Mais tarde, talvez no século III a.C., entra em uso o pergaminho – o couro, a pele curtida de animais, serviram como suporte de escrita. O nome tem a ver com a cidade de Pérgamo, à qual se liga a criação deste suporte.

Não cabe neste texto uma descrição exaustiva dos diferentes suportes de escrita utilizados. Onde se quer chegar é à conclusão de que o aparecimento de um novo suporte, não implica o desaparecimento imediato de outros. Diferentes técnicas de fixação conviveram. Diversas formas de divulgar textos, coexistiram.

Mas disso falaremos noutro dia.

 

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