UM ARGONAUTA POR SEMANA – Dorindo Carvalho

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É um argonauta presente em todas as edições do nosso blogue, pois é de sua autoria o logótipo do blogue, bem com os da maioria das secções. Nasceu em Lisboa, em 1937. Cursou a Escola de Artes Decorativas António Arroio. Pintor, com uma intensa actividade como designer gráfico, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Executou cenários e figurinos para o Teatro Experimental de Luanda. Trabalhou como planificador gráfico na Radiotelevisão Portuguesa. Em Portugal e na Venezuela concebeu capas para livros e revistas, leccionou desenho gráfico, educação visual e fotografia. Foi membro fundador e dirigente do Instituto Português de Cultura em Caracas. Organizou workshops de Expressão Plástica. Escreveu e ilustrou livros infantis. Desde 1963 realizou várias exposições colectivas e individuais de desenho e pintura, em Portugal, Angola, Venezuela, Espanha, Brasil, Bélgica e França. Obteve prémios em Portugal, Angola e Venezuela. Nesta altura e até 13 de Janeiro de 2013, expõe na Galeria Municipal Artur Bual, na Amadora. Está representado em museus, em diversos organismos e em colecções particulares em Portugal, Venezuela, Brasil, Inglaterra, Itália e África do Sul.  Sobre a sua obra pronunciaram-se muitas figuras públicas – escritores, jornalistas. críticos, artistas – eis algumas dessas opiniões: . Urbano Tavares Rodrigues – «o que mais nos interessa, na sua exposição, (…) é realmente a própria matéria, rica, espessa, por vezes como vidrada, outras vezes granulosa como areia; são os brancos, os azuis esmalte  e os castanhos das figuras geométricas, os seus vermelhos, a mescla um tanto mágica do verde e do rosa… Francisco Rivera: …Las figuras de Dorindo se nos muestran a veces en actitud de franca rebeldía y, debido a esto y al gigantismo clásico de sua factura, nos recuerdan las de Siqueiros; otras veces se nos presentan como portadoras de un mensaje psicológico muy íntimo, de una desazón visceral, y por ello parecen señalar hacia las de Francis Bacon, pero sin llegar a perder – y creo que es éste el sello personal de Dorindo – su condición onírica… Cruzeiro Seixas: …e assim poderei dizer que, se há algumas figuras acima de Dorindo no campo da pintura, igualmente se afirma muita gente enfeitada de genialidade. …Será necessário olhar com os olhos bem abertos para os que perfazem uma obra..  José Fernando Tavares:…A obra de Dorindo Carvalho, mercê dessa discrição e desse silêncio de que sempre se fez rodear(…) merece um olhar mais atento por parte daquela crítica mais imparcial perante o jogo das influências  e das estratégias de sedução, de modo a que os mais variados públicos possam compreender a importância, a originalidade e o alcance dessa obra silenciosa, mas já monumental, de um nome importante da arte portuguesa do século xx. Maria João Fernandes: …Corpos de um rigor audacioso, simples táctil e no entanto permanecemos no reino de uma depuração absoluta, de uma nudez essencial. A linha é feminina porque tão doce, docemente curva, masculina, porque incisiva e incandescente, linhas tecendo os caminhos do fogo, clareiras de uma paixão que se desprende de si mesma e incendeia os labirintos do dia, os oceanos da ausência. José Bártolo: …Dorindo Carvalho faz parte de uma extraordinária geração de designers gráficos portugueses cujo talento se torna particularmente evidente, porque livremente expresso, a partir de Abril de 1974.

Sucedendo a uma geração que fez a transição entre o design do SNI (Bernardo Marques, Paulo Ferreira, Manuel Lapa) e o novo design português, ou seja sucedendo à geração de Sebastião Rodrigues, Victor Palla e Lima de Freitas, Dorindo Carvalho é um dos maiores expoentes deste novo design português. (…)  e creio que não há, no design português dos anos 70, melhores logótipos do que aqueles que Dorindo Carvalho criou.

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