REFLEXÕES SOBRE A MORTE DA ZONA EURO, SOBRE OS CAMINHOS SEGUIDOS NA EUROPA A CAMINHO DOS ANOS 1930

Selecção, tradução e introdução por Júlio Marques Mota

Aos leitores de A viagem dos Argonautas

Já depois dos textos organizados para o dia de hoje, consulto a colecção de textos editados por  EconoMonitor  enviada esta manhã e deparo-me com o presente texto  de Barry Ritholtz, exactamente a caber na programa de hoje do nosso blog.

Curiosamente na altura da primeira ilustração dos erros dos economistas do FMI e quejandos,  no último trimestre de 2012, falando com um dos economistas de referência deste nosso país dizia-me ele que era importante a comunicação  de Blanchard de então. As coisas iriam mudar, disse-me.  Nada mudou. Blanchard volta ao tema, agora em Janeiro, e tudo parece estar a ficar na mesma. Por exemplo num artigo que publicaremos amanhã de OFCE pergunta-se mais ou menos o seguinte:  a teoria aqui está a dizer, a confirmar preto no branco,  que temos andado  a fazer o contrário do  que  precisaríamos fazer, e agora? O que é que vai mudar?

A pergunta aqui fica também e não estou disponível para  telefonar ao meu amigo e  economista  importante deste país   a perguntar-lhe também: e agora, de novo?

Jùlio Marques Mota

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A austeridade e o FMI : uma questão de  mea culpa ?

Barry Ritholtz  ·  January 7th, 2013·

barry

Um grande número de pessoas  tem estado a olhar para o mais recente Relatório do FMI (Outlook de Outubro de 2012)   como uma admissão surpreendente de que a política de austeridade tem sido um erro:

“Considere isto como  um mea culpa misturado ou escondido numa montanha de profundos cálculos e de  análise  económica exaustiva  a partir de rectas de regressão : o economista-chefe do FMI   reconheceu hoje que as sucessivas previsões que o Fundo publicou sobre a economia da Grécia e das  outras economias europeias  mostram que o Fundo não compreendeu completamente como é que os esforços da austeridade imposta iriam prejudicar o crescimento económico.

O texto agora apresentado,  altamente técnico,  analisa e revê de novo a questão dos multiplicadores  orçamentais  – ou seja, analisa  o impacto que tem tido o  aumento ou a descida  na despesa pública  ou o aumento ou descida nos impostos cobrados pelo governo sobre a economia do respectivo  país. “ Washington Post, Janeiro de 2013.

A matemática é muito simples:  simultaneamente a política de redução das  despesas públicas  e de  aumento dos   impostos  leva a que a economia reduza o volume de emprego e diminua  as receitas fiscais— criando-se assim  um défice  ainda maior.

Para corrigir um défice crónico, é necessário fazer com que a economia cresça e mais rapidamente…

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