Selecção, tradução e introdução por Júlio Marques Mota
Aos leitores de A viagem dos Argonautas
Já depois dos textos organizados para o dia de hoje, consulto a colecção de textos editados por EconoMonitor enviada esta manhã e deparo-me com o presente texto de Barry Ritholtz, exactamente a caber na programa de hoje do nosso blog.
Curiosamente na altura da primeira ilustração dos erros dos economistas do FMI e quejandos, no último trimestre de 2012, falando com um dos economistas de referência deste nosso país dizia-me ele que era importante a comunicação de Blanchard de então. As coisas iriam mudar, disse-me. Nada mudou. Blanchard volta ao tema, agora em Janeiro, e tudo parece estar a ficar na mesma. Por exemplo num artigo que publicaremos amanhã de OFCE pergunta-se mais ou menos o seguinte: a teoria aqui está a dizer, a confirmar preto no branco, que temos andado a fazer o contrário do que precisaríamos fazer, e agora? O que é que vai mudar?
A pergunta aqui fica também e não estou disponível para telefonar ao meu amigo e economista importante deste país a perguntar-lhe também: e agora, de novo?
Jùlio Marques Mota
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A austeridade e o FMI : uma questão de mea culpa ?
Barry Ritholtz · January 7th, 2013·
Um grande número de pessoas tem estado a olhar para o mais recente Relatório do FMI (Outlook de Outubro de 2012) como uma admissão surpreendente de que a política de austeridade tem sido um erro:
“Considere isto como um mea culpa misturado ou escondido numa montanha de profundos cálculos e de análise económica exaustiva a partir de rectas de regressão : o economista-chefe do FMI reconheceu hoje que as sucessivas previsões que o Fundo publicou sobre a economia da Grécia e das outras economias europeias mostram que o Fundo não compreendeu completamente como é que os esforços da austeridade imposta iriam prejudicar o crescimento económico.
O texto agora apresentado, altamente técnico, analisa e revê de novo a questão dos multiplicadores orçamentais – ou seja, analisa o impacto que tem tido o aumento ou a descida na despesa pública ou o aumento ou descida nos impostos cobrados pelo governo sobre a economia do respectivo país. “ Washington Post, Janeiro de 2013.
A matemática é muito simples: simultaneamente a política de redução das despesas públicas e de aumento dos impostos leva a que a economia reduza o volume de emprego e diminua as receitas fiscais— criando-se assim um défice ainda maior.
Para corrigir um défice crónico, é necessário fazer com que a economia cresça e mais rapidamente…