HOMENAGEM A AGOSTINHO DA SILVA COMEÇA AQUI

Agostinho da Silva nasceu no Porto em 13 de Fevereiro de 1906 e morreu em Lisboa em 3 de Abril de 1994.Imagem1

Humanista, deixou uma obra ensaística notável e, sobretudo, teve um percurso brilhante como pedagogo em Portugal e, sobretudo, no Brasil. Com o exemplo da sua vida e com o seu esprírito criativo e inovador, estabeleceu o princípio de que nada é indiscutível.

Em 1929, com 23 anos defendeu a sua dissertação de doutoramento  -“O Sentido Histórico das Civilizações Clássicas”, doutorando-se “com louvor”. Em 1931 partiu como bolseiro para Paris, estudando na Sorbonne e no Collège de France.Em 1933 regressou a Portugal onde leccionou no ensino secundário. Porém, foi demitido por se recusar a assinar a declaração de que não participava nem participaria em organizações secretas e subversivas, obrigatória para todos os servidores do Estado. Declarou não ter assinado, não porque militasse em alguma organização subversiva; mas porque não sabia se no futuro isso não poderia acontecer. Ainda em 1933, foi-lhe concedida uma bolsa do Ministério das Relações Exteriores de Espanha –  estudou no Centro de Estudos Históricos de Madrid. Em 1936 a Guerra Civil Espanhola obrigou-o a regressar a Portugal onde, em 1939, criou o Núcleo Pedagógico Antero de Quental. Em 1940 publicou Iniciação: cadernos de informação cultural.

Em 1943 foi preso pela polícia política e em 1944 foi para a América do Sul – Brasil, Uruguai e Argentina. Em 1947 fixou-se no Brasil, ficndo até 1969. Em 1948 trabalhou no Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Deu aulas na Faculdade Flumimense de Filosofia Entre 1952 e 1954 fez parte do corpo docente da Universidade Federal de Paraíba, ensinando também em Pernambuco. Ainda em 1954, colaborou com Jaime Cortesão na organização da Exposição do Quarto Centenário da Cidade de São Paulo. Foi um dos fundadores da Universidade de Santa Catarina, criou o Centro de Estudos Afro-Orientais, e ensinou Filosofia do Teatro na Universidade Federal da Bahia, tornando-se em 1961 assessor para a política externa do presidente Jânio Quadros. Participou na criação da Universidade de Brasília e do seu Centro Brasileiro de Estudos Portugueses no ano de1962 e, dois anos mais tarde, criou a Casa Paulo Dias Adorno em Cachoeira e idealizou o Museu do Atlântico Sul em Salvador da Bahia.

Regressou a Portugal em 1969, A substituição de Salazar por Caetano prometia alguma abertura política e cultural no regime. Desde então continuou a escrever e a leccionar em diversas universidades portuguesas e participando como consultor em organismos estatais ligados à cultura.

Neste primeiro dia (terminaremos na quarta-feira, dia 13 de Fevereiro), vamos apresentar as três primeira entrevistas de «Conversas Vadias», uma série criada pela RTP em 1991. Maria Elisa, Adelino Gomes e Joaquim Letria entrevistarão Agostinho da Silva.

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