AGITAÇÃO NAS FORÇAS ARMADAS – UM COMUNICADO DA ASSOCIAÇÃO 25 DE ABRIL

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No meio de toda a confusão no Pais, autêntica palhaçada, cujos maiores protagonistas são o Presidente da República e o Primeiro Ministro, a situação nas Forças Armadas complica-se,o mal estar alastra-se e a agitação é contida apenas pelo natural sentido patriótico dos militares.

 As gafes dos responsáveis políticos sucedem-se, umas às outras, e já não escondem a “incapacidade” que os mesmos têm em perceber a natureza militar.

 A última delas protagonizou-a o próprio Ministro da Defesa, quando em plena cerimónia militar comemorativa do “Dia da Força Aérea” não se coibiu de repreender publicamente, à frente das forças em parada, o respectivo Chefe de Estado Maior.

 Dizem muitos militares que só a natureza do CEMFA terá evitado que o mesmo lhe tivesse respondido à letra, em público e de imediato, o tivesse “posto em sentido”, e lhe tivesse apresentado a respectiva demissão.

 Lamentam os mesmos que o general CEMFA tivesse perdido uma boa ocasião para se transformar em “herói”.

 Mas o que está, verdadeiramente, a incendiar o ambiente nas Forças Armadas é a difusão de uma carta “Da Velha Guarda aos Militares nas Fileiras”, onde militares reformados alertam os militares no activo para o que lhes pode acontecer no futuro, quanto às garantias de apoio social no fim das carreiras.

 Isto, porque na fase final de um projecto que começou com a criação do I.A.S.F.A., os militares e seus familiares, têm fortes suspeitas de que se prepara o encerramento da ADM e do IASFA, com o esbulho do património construído com base nas participações dos próprios militares, com vista à sua venda ao sector privado, seja para fins imobiliários, seja para outros fins.

 Como se calcula, num  momento de crise, como a que se atravessa, o que não se necessita é de agitação no seio dos militares…

 Vasco Lourenço


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1 Comment

  1. Viriato Soromenho Marques apoda-os, na sua crónica de hoje no DN, de “adolescentes” que não conseguiram alcançar a maturidade que o País lhes exigia, quando se candidataram ou aceitaram nomeações para ocupar o poder.
    E tem toda a razão: esta gente não tem memória. Nem de um percurso histórico acidentado, onde o papel de muitos militares não pode ser omitido, quer na independência da pátria, quer na defesa da sua cultura (e sublinho que, por total incapacidade de aceitar o tipo de disciplina absoluta que as Forças armadas exigem – devida a uma hierarquia onde nunca podem estar assegurados níveis de competência, cultura e dignidade que me induzem ao respeito -, pessoalmente nunca seria militar de carreira); nem na História recente, onde uma geração de militares de excepcional craveira cívica e intelectual contribuiu decisivamente (e não me esqueço dos erros que também aconteceram, como em todos os processos humanos, mas a resultante é amplamente positiva) para a libertação do nosso povo de uma ditadura fascista, bem como da de outros povos, então submetidos a um regime colonial vergonhoso, com os quais, pese embora os séculos de opressão das classes dominantes portuguesas, mantemos uma ligação fraternal (falo dos povos – que permanecem na sua essência -, não de dirigentes, novos-ricos e governantes – que todos são efémeros).
    Ignorantes, incultos (e falo de TODOS, mesmo os que apareciam – quando longe da dourada prisão do poder, de que só Francisco José Viegas teve a coragem de se evadir – com uma aura de “intelectuais”), em crise hormonal permanente, incapazes de se forjarem a si próprios um esboço de identidade, ornados das voláteis penas de proclamados, mas incomprováveis, “saberes” e “curricula”, que não passam da leve camada de instruções que lhes são transmitidas num sistema de educação encarregado de não lhes mostrar sequer onde estão os bordos do penico, para não serem tentados a ir mijar fora do imutável recipiente onde seculares camadas de estupidez formam um sarro impossível de limpar, estas criaturas – como, aliás, se viu nestes dois últimos dias – empenham-se apenas em servir, isso sim, “até à morte”, o sistema pútrido onde se nutrem e florescem toda a casta de criminosos sociais, que, em nome dos seus interesses, “acham” que os povos não passam de empecilhos – “hélas”! – não descartáveis, pois sobre eles assenta a sua (deles) sobrevivência.
    Como podem estas desorientadas criaturas – e os seus mentores internacionais, igualmente medíocres e gananciosos -, para quem o 25 de Abril não passou de uma dispensável maçada e que bem à vontade se sentiriam nos fofos refegos reservados aos seus servidores pelo anterior regime, respeitar aqueles que lhes permitiram que hoje se desentranhem em ininterruptos vómitos de prepotência, ilegalidade e… insuperável tacanhez?
    Já agora, que estou com a mão na massa, não deixarei de vincar o apoio dado pela Comunicação Social (incluindo a pública, embora com um pouco mais de recato, mas não menor incompetência cívica) às últimas brincadeiras destes catraios à espera do despontar do buço (ou doutros atributos, que não esqueço as catraias, que, por o serem, não são melhores que os colegas machos – veja-se a santinha Cristas e o seu “amor pela vida”… miserável, comprovado pela vileza da “lei das rendas”). De facto, reparem como, em televisões, rádios, jornais e revistas, os que se atrevem a ultrapassar o bordo fedorento do penico estão em franca minoria, entre comentadores e jornalistas “especializados”: quantos, mesmo dos que mais ferozmente se atiraram ao Governo, propuseram uma política diferente do sovado acatamento dos “princípios fundamentais” da UE-FMI e ousaram pôr em causa, p.e., a submissão aos mercados e à “inquietação dos investidores”, isto é, ao desassossego com os seus lucros criminosos dos ESPECULADORES globais e seus fiéis acólitos, que os vão ajudando a manipular o mercado e a divertirem-se sobre os escombros humanos que a sua acção (completamente livre e arbitrária, que se liberdade existe é só para eles) vai semeando?
    Ainda num recente “Prós e Contras”, com quatro “senadores” militares, verdadeiramente ilustres, que já abandonaram o activo (o que lhes permite um maior espaço de intervenção na coisa pública) assisti, com alguma perplexidade – confesso – ao melhor, desassombrado, informado, culto e assertivo debate sobre o “estado do País” de que me recordo em toda a história do programa (em geral, fraquito). Senti-me mesmo no dever de enviar as minhas felicitações pessoais a um deles, meu antigo e caro colega de Liceu, um dos mais brilhantes chefes de Estado Maior que as FA já tiveram.
    Como é que uma instituição que, enquanto não atingirmos um estado permanente de paz, por enquanto utópico, continuará a ser indispensável e cujo patriotismo e consciência cidadã importa preservar, pode merecer um mínimo de atenção por parte desta garotada?
    E parece que a farsa está aí para durar, mesmo que os intérpretes exalem já o pestilento odor da sua avançada decomposição…

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