A CANETA MÁGICA – O IMPÉRIO – por Carlos Loures


 Adolf Hitler  foi o bebé inocente que vemos na foto à direita e os Estados Unidos, na época da sua fundação, foram, naquele último quartel do século  XVIII, um farol de liberdade e deImagem1 esperança para os povos oprimidos. Adolf Hitler, em adulto, transformou-se num dos mais hediondos criminosos da História e os Estados Unidos, em menos de dois séculos, transformaram-se na mais tenebrosa negação dos ideais que em 4 de Julho de 1776  os próceres da independência proclamaram. Os alquimistas procuravam transformar o chumbo em ouro – a espécie humana possui o dom de transformar o ouro da inocência e das intenções puras em maldade e em opressão.  

Imagem1Passou ontem mais ontem mais um aniversário da Declaração de Independência dos Estados Unidos da América do Norte. Treze colónias, reunidas no Congresso Continental em 4 de Julho de 1776 votaram a separação do Reino Unido  Por proposta de John Adams, Thomas Jefferson redigiu o rascunho do texto que o Congresso  aprovou – nele se diz – «a prudência recomenda que não se mudem os governos instituídos há muito tempo por motivos leves e passageiros.» (…) «Mas quando uma longa série de abusos e usurpações, perseguindo invariavelmente o mesmo objecto, indica o desígnio de reduzi-los ao despotismo absoluto, assiste-lhes o direito, bem como o dever, de abolir tais governos e instituir novos Guardiães para sua futura segurança».

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237 anos depois, os Estados Unidos encarnam o papel de donos do Mundo que à época da proclamação da independência, a Grã-Bretanha pretendia assumir. A jovem nação americana derrotou o império britânico, venceu a hegemonia germânica, sacudiu do «seu» continente o decrépito leão espanhol e esmagou de forma desumana o império nipónico usando uma incontrolada arma nuclear. Através da Guerra Fria, corroeu e desmantelou o poder soviético. Está sozinho no policiamento do planeta e dispõe de um poder absoluto. Os procedimentos éticos ajustam-se aos interesses do império, porque o império é que define o conceito de ética. A maiores imoralidades deixam de o ser se servirem os interesses imperiais. Mas os impérios também se abatem. Embora nem sempre o novo império seja melhor.

2 Comments

  1. Nessa ousada síntese da história, Carlos Loures pinta com realismo a triste história nossa. Esperemos que a nova era das manifestações convocadas pela internet sejam o toque de trombeta que anuncia o fim de todos os impérios.
    Parabéns a Carlos Loures!

    1. Obrigado. As manifestações convocadas pela internet são uma forma inovadora que parece dispensar estruturas sindicais, partidárias… mas a internet, o facebook, o telemóvel (celular) são meios muito vulneráveis. Parecem ser mais uma maneira de o Grande Irmão nos controlar…

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