POESIA AO AMANHECER – 262 – por Manuel Simões

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MANUEL SIMÕES

    ( 1933 )

         VERDES ANOS

                            A Carlos Paredes

         Era um tempo dividido:

         manhãs de cinza, tardes de euforia.

         Era um tempo de litígio:

         noites clandestinas, sinais de asfixia.

         Como esquecer-te guitarra de verdes

         ramos rompendo a monotonia,

         dor do passado, saudade do futuro,

         ferida aberta em som tão puro.

         Verdes anos que a música prometia:

         como ave antiga, o canto nos trazia.

         (de “Micromundos”)

Co-fundador do suplemento “Labareda”, tendo sido animador do movimento dos suplementos culturais da imprensa regional na década de 60. Co-fundador de “Nova Realidade”, colecção que publicou a primeira edição absoluta dos textos das canções de José Afonso (“Cantares”, 1967). Co-coordenador das antologias poéticas “Hiroxima” (1967), “Vietname” (1970) e “Poemabril” (1984, 2ª ed. 1994). Obra poética: “Crónica Breve” (1971), “Crónica Segunda” (1976), “Canto Mediterrâneo” (1987), “Errâncias” (1998) e “Micromundos” (2005).

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