SOBRE A CRISE DOS TEMPOS QUE NÃO PASSAM, AQUI ESTÃO ALGUMAS IMAGENS:… – por JÚLIO MARQUES MOTA

O nivel de pobreza e de fome nos Estados Unidos a disparar, apesar de Obama:

A progressão incrível da sopa popular nos Estados Unidos: de 18 a 46 Milhões de participantes em  12 anos):

 crise tempos - I

Imagem 2. A União Europeia a inventar casos de sucesso com a suposta saída da crise:

Zona euro: a diferença com os outros

 crise tempos - II

A Comissão Europeia  prevê  uma lenta retoma  do crescimento na zona  euro enquanto ao mesmo tempo  espera a persistência da baixa inflação e de um desemprego elevado para os dois próximos anos.

Nas suas previsões económicas de Outono, a Comissão Europeia reviu em  baixa  ligeira a sua previsão de crescimento para  2014 na região  em 1,1% contra o valor de 1,2% esperado há seis meses atrás, depois de uma contracção de 0,4% este ano. Para 2015, antecipa uma aceleração do crescimento para 1,7%.

Uma história de sucesso: a Irlanda vai passar a ir aos mercados. Mas será mesmo assim?

Uma história de sucesso? Falemos então disso! Esta ideia é-nos  apresentada  como uma façanha a ideia de que a Irlanda vai estar de  “volta os mercados” contraindo empréstimos a uma taxa de 4,15, %. Mas toda gente sabe  que para estabilizar ou reduzir a sua dívida, um Estado precisa de um crescimento igual ou maior do que as taxas de juro que deve pagar para vender os seus títulos. No entanto, na Irlanda, este crescimento será próximo de zero em 2013, e não está sequer claro como é que poderá  exceder 1% em 2014. Resultado: a dívida do país, que actualmente já está em 125%  do produto interno bruto (PIB), em comparação com 104% em 2011, novamente irá  subir fortemente. Não será melhor dizer que o BCE é amigo da   Irlanda e a protege secretamente na sua ida aos mercados? Se assim for, se a proteger, não fará mais do que já fez, seria uma outra protecção especial feita à Irlanda e não repetida com mais ninguém, até agora, pelo menos.

Se somarmos a isso o facto   de que  mais de 13% da população activa ainda está desempregada,   que o défice nas contas públicas, será de cerca de 7, 3% em 2013, enquanto o PIB per capita é de quase 8% abaixo do que o que se verificou em 2008, podemos ver que não há lugar para complacências. Isto é o que tem sido – e continuará a ser – o preço a ser pago pelos irlandeses para ‘salvar’ os bancos, para salvar o dinheiro dos alemães aí investido e para salvar por essa via  o euro.

Sobre outros países, alguns dados:

  • Na Grécia, no mínimo terá duplicado o número de suicídios entre as mulheres.
  • Um em cada cinco finlandeses, nascidos em 1987 foi tratado por distúrbios psicológicos ou mentais associados com a depressão económica como o país conheceu nos anos da  década de 1990.
  • Na Grécia e na  Espanha, jovens adultos e as suas famílias voltam  a viver com os seus pais. Assim, várias gerações convivem sob o mesmo tecto e devem viver com um só salário.
  • Em Milão, capital financeira da Itália, não é raro ver pessoas outrora membros prósperos da classe média a dormir na rua.

No paraíso alemão

Apesar do sucesso alardeado da Alemanha, evitando os altos níveis de desemprego prevalecentes  em grande parte da UE, um quarto dos trabalhadores do país são classificados como baixo-assalariados, quase metade dos novos contratos de trabalho desde 2008 foram fracamente remunerados, flexíveis, em regime part-time assim chamados de  mini-jobs  e  exercidos  com pouca segurança e habitualmente sem benefícios sociais. No  último mês de Julho  600.000 empregados na Alemanha com direito ao seguro social não tinham o  suficiente para viver.

Os problemas também estão a afectar as sociedades mais ricas da Europa, como a Dinamarca e o Luxemburgo.

E a propósito da crise europeia

As consequências a longo prazo desta crise ainda estão para vir à superfície . Os problemas causados serão sentidos durante  décadas mesmo se a economia mude  para melhor  num  futuro próximo.  Gostaríamos de saber se nós, como um continente,  realmente compreendemos  o que é que nos aconteceu, se nós, enquanto continente  estamos para a situação que hoje  estamos a encontrar” .

“The long-term consequences of this crisis have yet to surface. The problems caused will be felt for decades even if the economy turns for the better in the near future … We wonder if we as a continent really understand what has hit us, and if we are prepared for the situation we find ourselves in today .”

Fonte deste excerto que mantemos aqui igualmente em inglês: International Federation of Red Cross and Red Crescent Societies, Think differently Humanitarian impacts of the economic crisis in Europe, Outubro de 2013

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