Ontem, por todo o mundo se falou de SIDA por se ter decidido escolher esse dia para se pensar no assunto. E muito há que pensar. A Organização Mundial de Saúde fez sair um relatório com dados alarmantes – e angustiantes – sobre a situação a nível mundial. Falarei sobre esses dados, mas primeiro pensemos em Portugal.
O Relatório da Primavera do Observatório dos Sistemas de Saúde (de que já aqui falei) indica quanto a este aspecto, que em situações de crise, se verifica ao risco de esta doença aumentar. Dão como exemplo o que está a acontecer na Grécia em que é particularmente notória a evolução das infecções por VIH dos consumidores de drogas injectáveis , em consequência do aumento de comportamentos de risco e da retracção nas medidas de saúde pública.
No “Retrato da Saúde em Lisboa” apresentado pela Administração de Saúde de Lisboa, declara que a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) constitui uma prioridade no Plano Nacional de Saúde, sendo um dos programas nacionais prioritários.
Em 2011, foram notificados em Portugal Continental 1 962 casos de infecção VIH, dos quais 50% (986) foram diagnosticados no mesmo ano. Em 63% dos casos a transmissão ocorreu através de comportamentos heterossexuais, em 27% dos casos através de comportamentos homo/bissexuais e 10% em contexto de toxicodependência.
Em particular o concelho de Lisboa apresenta uma elevada prevalência de notificação, com um cúmulo actual de 7 600 casos desde o início da epidemia, correspondendo a cerca de 50% do total de casos da Grande Lisboa – 15 128 casos. Também constataram que no actual contexto de crise socioeconómica há uma exposição aumentada ao VIH.
Correspondendo a esta análise consideram que se tem que reforçar acções para promover o teste do VIH, reduzir a proporção de casos não diagnosticados e aumentar a adesão atempada à terapêutica. As diferenças encontradas entre géneros apontam no sentido de que estas estratégias devem ser apropriadas às necessidades específicas.
Vejamos então o que nos dizem a nível mundial (http://www.unicef.org/aids/files/Adolescent_HIV_GLs.pdf).