Ela viveu muitos anos na cidade da memória e foi-se perdendo pelos recantos da alegria e da tristeza
Recordo-a ainda nos pátios sevilhanos da minha história nas madrugadas alucinantes do canto cigano de Las Chapas e do plangente grito das guitarras nuas
Eu quis que este encontro assomasse a alma das coisas e tocasse as cordas de um violino onde quer que estivesse
Eu quis que a pintura fosse dura poética incendiada mas a melodia desconcertada foi uma dramática dança de marionetas
Ilustração: Reprodução de um quadro de Adão Cruz