OS RICOS QUE PAGUEM A CRISE por Luísa Lobão Moniz

olhem para  mim

Veio-me à memória a frase, “Os ricos que paguem a crise”, que esteve escrita em inúmeras paredes das ruas, por todo o país, e apetece-me dizer ” Não são as crianças que devem pagar a crise!”

A frase continua actual porque a questão mantém-se.

Os mais vulneráveis é que estão a pagar a crise, os mais velhos e os mais novos. Onde estão os sacrifícios dos mais ricos?

Mas o que é falar-se de crise com as crianças?

As crianças sabem interpretar o  que se passa à sua volta e, muitas vezes, concluem que estão bem porque estão na escola. E têm razão, na escola podem tomar o pequeno almoço, almoçam, comem uma peça de fruta a meio da tarde, brincam com outras crianças e aprendem com o professor.

o que e a crise

Muitos pais, muitos professores têm falado da crise com as crianças.

Eu também falo da crise, mas às vezes penso se temos o direito de colocar uma questão que as angustia e que não está nelas resolver, mas, sim, nos adultos.

Vejo muitas crianças angustiadas porque não tiveram um Natal igual aos outros.

 Não seria um exagero os Natais passados? Não, não é por se estar a gastar acima das possibilidades da família, é sim por se entrar na roda de um consumismo sem sentido.

Os hiper-mercados fazem panfletos já com o quadradinho para as crianças porem a cruzinha naquilo que querem. Já não pedem ao Pai Natal. Já lá se foi a magia do Pai Natal a descer pela chaminé  com um saco com prendas.

Que mal tinha as crianças acreditarem no Pai Natal? Já não pedem ao menino Jesus desde que se adoptou, como figura emblemática, o Pai Natal. Em jeito de curiosidade o Pai Natal era azul, a Coca Cola é que o transformou em vermelho para a sua propaganda!…

Não foram as crianças que fizeram a crise, não foram os pais.

Os que estão empregados ainda podem explicar que se pode gastar menos dinheiro com coisas que na realidade não fazem falta, não será necessário dizer que é a crise que não deixa, não, é uma maneira de estar na vida, claro que agora, quase que imposta pela crise; para os pais que não têm emprego o que a sociedade lhes está a dar é o miserabilismo, é a espera da assistência social. As crianças destas famílias que leitura fazem desta situação? Espero que, estas crianças no futuro sejam capazes de lutar e de defender uma vida boa para todos, não só para alguns.

 

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