RETRATOS, IMAGENS, SÍNTESE DOS EFEITOS DA CRISE DA ZONA EURO SOBRE CADA PAÍS – PARA VALLS, A AUSTERIDADE NÃO É AUSTERIDADE – OS FUNCIONÁRIOS NO CENTRO DO PLANO DE ECONOMIAS DE VALLS – LE MONDE

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Selecção e tradução de Júlio Marques Mota

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Os funcionários no centro do plano de economias de Valls

Le Monde.fr com a AFP e a Reuters | 16.04.2014 às 18h15 • Actualizado em 16.04.2014 às 20h17

À procura de economias de 50 mil milhões até 2017, o primeiro-ministro Manuel Valls irá apelar insistentemente aos funcionários públicos para “contribuírem para o nosso esforço comum.” Num discurso na quarta-feira, 16 de Abril, Valls inicialmente indicou que o congelamento do índice dos salários dos funcionários, bloqueados desde 2010, seria prolongado.

Algumas horas mais tarde, fontes governamentais citadas pelas agências de notícias indicaram que o congelamento está previsto durar até 2017. Essas fontes também afirmaram que o compromisso de François Hollande de estabilizar os efectivos do serviço público do Estado ao longo dos cinco anos foi confirmado.

O senhor Valls anunciou a continuação da redução dos efectivos dos ministérios (excepto na educação nacional, na polícia e na justiça), mas sem dizer se as não substituições por efeitos de passagem á aposentação nos outros sectores do Estado seriam aumentadas.

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Esses anúncios têm matéria que leve ao aumento da cólera dos sindicatos da função pública que deviam começar uma ronda de negociações com o ministro responsável, Marylise Lebranchu, em Maio. Force ouvrière, que apela a uma greve no dia 15 de Maio, reagiu imediatamente num comunicado de imprensa:

“Para a função pública do Estado, em muitos departamentos já descarnados de pessoal, o decréscimo de pessoal irá tornar mais difícil a realização de missões de serviço público. O congelamento do ponto de índice até 2017 é também inaceitável, e isto faria oito anos da programada perda de poder de compra. »

Mesma reacção no lado da CFDT, contudo mais moderada. A União considera “inaceitável o congelamento do ponto de índice dos funcionários. “Para além do poder de compra, levanta-.se para os funcionários da função  pública o reconhecimento do seu trabalho e do serviço que prestam», considera o Sindicato que lamenta a forte machadada e defende “uma reflexão global sobre as missões na Função Pública.”

A descida dos rendimentos em euros constantes

 Valls - IVPOLITIQUE LEBRANCHU | AFP/MARTIN BUREAU

O INSEE também publicou na quarta-feira, um estudo sobre o poder de compra dos funcionários públicos. De acordo com dados do Instituto, o salário médio líquido cresceu a uma taxa inferior à da inflação em 2012.

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Para os funcionários do Estado, o salário líquido médio foi de 2 460 € por mês, seja um aumento de 1,1% relativamente a 2011. Tendo-se em conta a inflação de 2% em 2012, a sua evolução em euros constantes foi negativa e de menos 0,8%. Para a função pública territorial, o salário líquido mensal médio diminuiu de 0,5% em euros constantes (-0.6% para o serviço público hospitalar).

O congelamento do barómetro explica, em parte, esta descida. Aplicado a partir de 2010, este não impede que os salários de perto dos 5,5 milhões de funcionários de progredirem graças ao sistema de aumento automático, mas deixa de permitir que os salários acompanham a curva da inflação.

 

http://www.lemonde.fr/economie/article/2014/04/16/les-syndicats-de-fonctionnaires-en-colere-apres-les-annonces-de-manuel-valls_4402610_3234.html?xtmc=manuel_valls&xtcr=166

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