20 de Maio de 2014
O TTIP, Tratado de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento entre a União Europeia e os Estados Unidos, tem feito nos últimos meses o seu percurso atrás de portas fechadas em Bruxelas e Washington. Se o Tratado Orçamental é assustador, o TTIP é o apogeu do terror: preconiza a entrega às empresas de uma equiparação ao poder legal de estados, aplicando a regra da lei mínima – a legislação ambiental, laboral ou civil que der mais garantias de retorno do investimento deverá servir de base entre os signatários do acordo, isto é, vale sempre a menor protecção. 80% do tratado será a eliminação de leis.
Imagine que, de uma só vez, as maiores empresas dos Estados Unidos e União Europeia se conseguiam livrar de todas as leis nacionais, de todas as leis comunitárias (UE) e federais (EUA) e passavam a aplicar como única lei a “lei” dos “mercados”. Imagine que uma empresa, se quisesse fazer um investimento num país tinha o direito de exigir a esse país que a sua lei nacional de protecção dos trabalhadores ou de defesa do ambiente deixasse de ser vigente. Imagine que a única lei que existia era aquela que garantia que uma empresa tinha que ter lucros garantidos para os seus investimentos. O TTIP, Tratado Transatlântico de Comércio e Investimento entre os Estados Unidos e a União Europeia é essa lei. A lei da barbárie e única resposta que as elites económicas e políticas do ocidente têm para responder às mudanças geoestratégicas: fazer tudo correr para o precipício.
A austeridade, baseada na destruição dos direitos sociais através do desmantelamento do Trabalho e através da privatização dos recursos naturais encontra neste tratado a sua Constituição, os seus Mandamentos Divinos. A fúria desreguladora materializa-se neste tratado e nos mais de 30 mil lobbistas que se encontram envolvidos na sua negociação escondida com rabo de fora.
Parabéns pelo artigo! Falou tudo.