DE 24 DE JULHO A 14 DE SETEMBRO, NO MUSEU DO ORIENTE A EXPOSIÇÃO “UMA OBRA POR DIA”

É anunciada a exposição do pintor Konstantin Bessmertny. E no site do Museu do Oriente podemos retirar a seguinte informação:

365 uma obra por dia
“O projecto Série 365 começou no dia 15 de Setembro de 2012 e terminou a 15 de Setembro de 2013. De início, a ideia era fazer um exercício diário. O artista teria de produzir uma obra por dia, com total liberdade de escolha do meio e do estilo, mas sempre em papel do mesmo formato. Mas logo nos primeiros trabalhos o projecto assumiu-se como busca, uma complexa pesquisa visual por entre os escombros de toda e qualquer actividade humana.

O primeiro trabalho apontou o caminho. Foi feito em Zurique, no seguimento de uma visita que o artista fez ao esquecido pelos deuses da arte Cabaret Voltaire, onde conversou com o vigilante e concretizou uma ou outra pesquisa. Tudo o que designamos de avant-garde começou ali, em 1916. Um grupo de jovens que tentava furtar-se ao serviço militar durante a Primeira Guerra Mundial, tinha como diversão fundar o movimento Dada que, mais tarde, viria a influenciar o surrealismo, o conceptualismo, a pop art e outros movimentos, dando forma ao que hoje designamos por arte contemporânea. Zurique era também, então, a “pátria” de inúmeros refugiados políticos. Um deles era Lenine. O slogan do movimento Dada era Dilettanten, erhebt euch gegen die Kunst (Diletantes, revoltai-vos contra a arte) e as ideias bolcheviques de um levantamento armado nasceram no mesmo local e na mesma época.
Na altura, o Dada no Cabaret Voltaire era uma espécie de standup comedy. Tristan Tzara começara a criar a marca e a embalagem do movimento e Lenine escrevera O Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo. Was ist Dada? Que é o Dada? Uma das peças retrata um artista do cabaret, empoleirado sobre a cabeça de Lenine, dirigindo-se ao espectador.

Para começar, não era preciso mais…

De facto, 365 pretende chamar a atenção de todos os que partilham da máxima de Descartes Dubito, ergo cogito, ergo sum (Duvido, logo penso, logo existo). Cada trabalho é distinto e aborda, não só aspectos culturais da existência humana, mas também uma plêiade de temas como o encontro Oriente-Ocidente, política, história, arte, filosofia, economia, entre outros.

Cada obra está intitulada e numerada de acordo com o dia do ano em que foi feita (dia, mês, ano). E, de certa maneira, cada trabalho é uma afirmação visual dos pensamentos, ideias e acontecimentos que o artista experimentou so longo desse dia.

Konstantin Bessmertny nasceu em 1964 em Blagovesthensk, na antiga União Soviética. Considerado um dos mais notáveis artistas em território asiático, vive actualmente em Macau. A sua mestria técnica, adquirida em sete anos de estudos de Belas-Artes nas grandes escolas da antiga União Soviética, aliada a um domínio profundo de literatura, música, história e política, imprimiu ao seu trabalho uma inteligência e uma credibilidade que raramente se encontram na arte contemporânea. As obras de Konstantin Bessmertny recorrem ao humor e à sinceridade em representações tão subtis e suaves que exigem sucessivas visitas que ajudem a descobrir tudo o que elas têm para oferecer. Sem nunca se tornar previsível, Bessmertny serve-se do seu trabalho para explorar e experimentar novas ideias, encontrando inspiração nos locais mais bizarros e criando obras que continuam a desafiar e a estimular ideias preconcebidas”.

 

 

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