EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIAS SOBRE OS ÍNDIOS KUIKURO (MATO GROSO) NA GALERIA DE ARTE DA ACMP por Clara Castilho

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São fotografias de Leandro Cunha (1962 Goiás/ BRASIL), intelectual, cineasta, fotógrafo, professor universitário no Departamento de Arte e Arquitetura da Pontificia Universidade Católica de Goiás, Brasil, onde é ainda coordenador da Oficina de Fotografia do Núcleo de Artes Visuais.

É coordenador, desde 2006, do Fotoclube Fotocriativa, fundado pelo Grupo de Criação e Produção em Fotografia da Coordenação de Arte e Cultura da PUC-GO (tem como objetivo o incentivo da prática fotográfica como Arte, focando-se nas denúncias ambientais e sociais de âmbito nacional, estadual e municipal), estando filiado na Confoto (Confederação Brasileira de Fotografia). Teve participações em salões, exposições e bienais (Cor e Preto e Branco). Foi presidente do Fotoclube da Objetiva localizado na Casa da Fotografia Rosary Esteves (fundadora das Oficinas de Fotografia da PUC-GO em 1980).

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À sua intensa carreira universitária como docente e pedagogo, associa uma constante atividade como fotógrafo e cineasta (mais de 10 filmes e vídeos realizados) documentalista de causas étnicas e sociais (índios Kuikuro).

Foi agora convidado para apresentar alguns dos seus trabalhos fotográficos no ESPAÇODARTES – Galeria do ACMP, em Lisboa (Avenida Elias Garcia 123 – 1º Esq – 1050-098 Lisboa. Horário: Das 10:00 às 13:00 e das 14:00 às 18:00 horas de 2ª a 6ª Feira, Tel: 21 780 21 90)

O fotógrafo anexa, no site da ACMP, um texto sobre o povo fotografado. Dele retiramos alguns excertos:

 “ Segundo pesquisas arqueológicas mais recentes (FRANCHETO, BRUNA & HECKENBERGER, MICHAEL 2001), a pré-história do Xingu começa por volta de mil anos atrás. Datações de rádio carbono apontam as primeiras ocupações como sendo de povos de língua Aruak, entre 950 e 1050 d.C. Estabeleceu-se, naquele período, o padrão cultural da tradição altoxinguana, reconhecível arqueologicamente por uma indústria cerâmica distinta, padrão de aldeamento e aldeias circulares com praça central, padrão que persiste intacto até os dias atuais.

[…]  O alto Xingu é a única área na Amazônia brasileira onde pode ser demonstrada a continuidade da ocupação indígena dos tempos pré-históricos até o presente.

[…] A memória oral Kuikuro remonta aos primeiros encontros com os brancos no Alto Xingu, na segunda metade do século XVIII, época dos bandeirantes, cujas expedições no interior do Brasil capturavam índios

[…] Quando teve início a recuperação demográfica, a partir de 1960, graças às campanhas de vacinação, os grupos locais começaram a se organizar para reocupar seus territórios tradicionais, que, na verdade, nunca foram inteiramente abandonados, mas eram continuamente visitados e utilizados por abrigar sítios históricos, cemitérios e recursos naturais essenciais. A partir de 1980, uma tendência oposta surgiu: os grupos locais foram divididos, originando novas aldeias, num processo de clara recuperação demográfica e de reconstituição da situação original tal como documentada durante o final do século XIX.

Os Kuikuro são, atualmente, o povo com a maior população no Alto Xingu. Eles constituem um subsistema Carib juntamente com os outros grupos que falam variantes dialetais da mesma língua (Kalapalo, Matipu e Nahukwá), e participam do sistema multilíngue conhecido como Alto Xingu, na porção sul da Terra Indígena, localizada no Parque Indígena do Xingu.  Os Kuikuro habitam hoje três aldeias.

 

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