NESTE DIA… Em 28 de Setembro de 1974

nestedia3

Imagem1 Cinco meses depois da Revolução portuguesa de Abril, com o País a ser avassalado por uma onda de manifestações de esquerda, começou a esboçar-se uma reacção de sectores conservadores da sociedade, civil e militar, que, em nome de uma «maioria silenciosa», organizaram uma manifestação para 28 de Setembro de 1974. O movimento vinha em apoio ao general António de Spínola, presidente da República, homem de direita, visivelmente incomodado com o teor esquerdista que os acontecimentos assumiam. Marcada a manifestação e anunciada por cartazes que inundaram paredes e muros, a esquerda militar reagiu – COPCON e Governo Provisório, declararam a manifestação como interditada – um comunicado do ministro da Comunicação Social era emitido de meia em meia hora na Emissora Nacional. MFA e partidos de esquerda montaram uma gigantesca operação de vigilância cobrindo todo o território – distribuiram-se folhetos denunciando a «minoria tenebrosa» – ergueram-se barricadas e os acessos a Lisboa foram alvo daImagem3 «vigilância popular». Algumas figuras ligadas ao antigo regime foram detidas. O general Spínola fez uma última tentativa de reforçar o poder da Junta de Salvação Nacional – o MFA contra-atacou impondo a imediata demissão do núcleo duro da direita militar – generais Galvão de Melo, Jaime Silvério Marques e Diogo Neto. Alegando não ter condições para o exercício do cargo, Spínola demitiu-se, sendo substituído pelo general Costa Gomes. Na sua alocução de renúncia, o general Spínola, falou de caos e anarquia e previu a iminência de uma catástrofe. Alguns militares de direita, refugiaram-se em Espanha, ainda franquista. E aí organizaram a operação «Matança da Páscoa» que, em 11 de Março de 1975, provocaria alguma perturbação e que, também derrotada, marcaria o começo do «Verão Quente».

 

 

Leave a Reply