NO CENTRO CULTURAL DE BELÉM, DIA 8 DE FEVEREIRO,ÀS 15 H, FALA-SE DE RAMALHO ORTIGÃO

É no dia 8 Fevereiro, das 15:00 às 18:00, na sala Almada Negreiros, com entrada livre, que se irá abordar a figura de Ramalho Ortigão.

 ortigão

Ramalho Ortigão (1836-1915)

A personalidade de Ramalho Ortigão é, no nosso século XIX, exemplo singular de quem representa o diálogo intenso entre a sociedade antiga e a sociedade moderna. Cultor das raízes portuguesas, da história, da terra, da paisagem e das gentes, soube legar-nos retratos impressivos de Portugal como realidade multifacetada, feita de muitas diferenças e complementaridades. A amizade com o seu antigo aluno José Maria Eça de Queiroz e com o seu vizinho Oliveira Martins inseriu-o na modernidade do seu tempo (apesar de se ter oposto aos jovensda «Questão Coimbrã»), sem nunca abandonar a visão do mundo como encruzilhada entre a tradição e a renovação. Não podemos compreender o Portugal do fim do século sem lermos a obra de Ramalho, que contínua, por caminhos diversos, o magistério de Herculano na divulgação e  defesa do património cultural e do território e na preservação dos tesouros literários, em especial na Biblioteca de Ajuda, que, como o autor de Eurico, o Presbítero, também dirigiu. A presença de José Duarte Ramalho Ortigão no grupo dos cinco (com Antero, Eça, Oliveira Martins e Junqueiro) ou entre os «Vencidos da Vida» deu-lhe uma notoriedade especial, a que corresponde uma nítida atenção à riqueza da nossa cultura, como ponto de encontro de uma rica diversidade. A «ramalhal figura» teve, assim, a inteligência de cultivar o sentido crítico como o melhor intérprete do tempo…

Guilherme de Oliveira Martins

Em Colaboração com o Centro nacional de Cultura e com o apoio do DN e da Caixa Geral de Depósitos.

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