O RIO DOURO
Um dos maiores rios da Península Ibérica nasce em Espanha, na serra de Urbião, e tem um comprimento total de 938 quilómetros, dos quais só 200 se encontram em Portugal.
Falo do rio Douro, cuja bacia hidrográfica é a maior da península. Como curiosidade, diga-se que a Península Ibérica é formada por Portugal e Espanha, por Andorra e Gibraltar, e também por uma pequena parte de França.
O rio Douro entra em Portugal em Barca d’Alva (de Paradela, Miranda do Douro, até Barca d’Alva – 122km – serve de fronteira com Espanha), e correndo por vales apertados mas navegáveis, dirige-se até à sua foz, no Oceano Atlântico, junto da cidade do Porto. A Via Navegável do Douro foi inaugurada em toda a sua extensão em 1990 e a sua gestão está, desde agora, Junho de 2015, através da publicação do decreto-lei nº 83/2015, nas mãos da APDL em substituição do Instituto da Mobilidade e dos Transportes. A APDL fica assim com a responsabilidade de promover e incentivar a navegação, desenvolver e conservar as infra-estruturas, e a administrar os bens integrados no rio Douro.
O rio Douro tem numerosos afluentes em território nacional, sendo os mais importantes, na margem direita, o Sabor, o Tua, o Corgo, o Tâmega, o Sousa, o Torto e o Tinto, e na margem esquerda, o Águeda, o Coa, o Távora, o Varosa e o Paiva.
Banha várias cidades, Miranda do Douro, Vila Nova de Foz Côa, São João da Pesqueira, Lamego, Peso da Régua, Vila Nova de Gaia e Porto.
Há diversas barragens ao longo da bacia hidrográfica, sendo que no próprio Douro se encontram as de Miranda, do Picote, da Bemposta, do Pocinho, da Valeira, da Régua, do Carrapatelo e a de Crestuma-Lever. A instalação de eclusas em paralelo com as barragens hidroeléctricas permitiu a criação de um canal de navegação fluvio-marítima.
É nos terraços do vale do Douro superior, em acentuados declives talhados no xisto, que se cultivam as principais vinhas de cujas uvas se fabrica o vinho do Porto.
A UNESCO incluiu, em Dezembro de 2001, a Região Vinhateira do Alto Douro na lista dos locais que são Património da Humanidade, na categoria de paisagem cultural.
A viagem Douro abaixo, que fiz a bordo do Pirata Azul, maravilhosa e inesquecível, está retratada nesta minha crónica, a número 44.
Quem de barco, de carro, de bicicleta ou a pé chega ao Porto, vindo de montante do rio, ou quem, de comboio, chega pela Ponte de São João, encontra na primeira curva de rio da cidade, em Campanhã, o primeiro impacto da beleza extraordinária que o nosso Porto oferece. A Pousada, a Marina e a Ponte do Freixo, são os anfitriões. Dali para a frente, até que o mar nos abrace, tudo é diferente, tudo é quase perfeito, tudo nos faz suspender a respiração.
As pontes, Freixo, São João, Maria Pia, Infante D. Henrique, Luís I e Arrábida, cada uma mais bela do que a outra, e todas, exemplos arquitectónicos de nível mundial, acompanham-nos rio abaixo. São um autêntico maná para os olhos, o casario multicolor, as escarpas (actualmente em processo de embelezamento e consolidação), Vila Nova de Gaia, do outro lado, de onde se tem a melhor e mais maravilhosa vista sobre o Porto, a Ribeira, local de excelência, e passada a última ponte, a da Arrábida, o aproximar da jóia da coroa Portuense, a Foz, provocando-nos autênticas revoluções sensoriais.
E tudo isto é muito bonito e até interessante, e o rio Douro tem das paisagens mais belas do Mundo, e a região é Património da Humanidade e, hoje, o Porto até está na moda por mérito próprio nunca se tendo visto tanta gente a querer visitá-lo, a fotografá-lo e a falar e escrever sobre ele.
Mas o rio, o nosso rio Douro, está doente.
A sua água está muito poluída em grande parte do seu percurso, designadamente ao longo dos 21km do estuário, e em especial nos quase dez quilómetros que temos (a cidade do Porto) na nossa frente fluvial. É aqui que se concentra grande parte da carga poluente. As administrações das Câmaras do Porto, Vila Nova de Gaia, Gondomar e Feira, reúnem-se frequentemente no sentido de arranjar soluções para este grave problema, mas parece tardar em se chegar a uma decisão que resolva esta questão.
E, se a água está doente, o mesmo podemos dizer da segurança, em especial, no troço que à cidade diz directamente respeito. O movimento fluvial tem aumentado grandemente, e com ele a necessidade de um incremento substancial dos meios disponíveis para a segurança de todos. Tenho por certo que os executivos camarários do Porto e de Vila Nova de Gaia, bem como a administração da APDL e a Polícia Marítima, estarão atentos a este fenómeno e não vão esperar por algum problema grave para actuarem.
Aguardemos!
E AS HABITUAIS NOTÍCIAS
ODouro é o exlibris de Portugal .Apenas tenho pena de hoje saborear o Douro apenas por via marítima -sou de um tempo em que o comboio proporcionava ,no inverno ,o espectáculo do BELO HORRÍVEL -mARIA
Também sou desse tempo, minha caríssima amiga, era um espectáculo “e peras”!
Palavras para quê,simplesmente fabuloso, PORTO E DOURO UNICOS, OBRIGADO, JOSÉ MAGALHÃES UM ABRAÇO AMIGOPreencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:
Sou eu quem agradece, caríssimo Emílio Cabral.
Grande abraço