SERÁ POSSÍVEL UMA FEIRA MEDIEVAL ANUAL NO MONTIJO EM PARCERIA COM A CÂMARA DE LISBOA E A REGIÃO DE TURISMO? – por JOSÉ BASTOS

MTJ

Será possível uma feira medieval anual no Montijo em parceria com a câmara de Lisboa e a Região de turismo?

 

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O ano passado realizou-se a primeira feira quinhentista no Montijo, com sucesso. Toda a gente aplaudiu e não ouvi ninguém dizer mal. Uma coisa que é difícil de conseguir na nossa Terra onde existem sempre uns velhos do Restelo. Ainda por cima a feira teve custos reduzidos.

Este ano já está marcada uma II feira quinhentista de 11 a 13 de Setembro e já há mais feirantes inscritos do que no ano passado.

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Dizem os especialistas na matéria e com experiência de outras feiras que a zona antiga da nossa cidade tem um desenho urbano que se adapta muito bem a este tipo de feiras.

Estas feiras já se realizam em muitos concelhos do país há anos, com sucesso. Tenho um sobrinho que vendia nestas feiras uns bonecos originais que importava da Argentina. Ele tinha um traje próprio da época para todas as feiras e fazia bom negócio.

A Vila de Aldeia Galega foi de uma grande importância histórica durante séculos de ligação à capital do país. Por aqui passavam reis, príncipes, todo o pessoal das casas reais, fidalgos, o correio (a Malaposta do Sul foi instalada em Aldeia Galega em 1557), mercadores, produtos da agricultura, gado para abate e exércitos.

Como as feiras medievais têm cada vez um maior interesse das populações residentes e turistas e os custos são reduzidos para a câmara, era importante que houvesse uma feira medieval anual e que se tentasse uma parceria com a Câmara de Lisboa e com a Região de Turismo. Temos que pensar em grande. Hoje existem milhares de turistas na capital todos os dias e uma parceria com a Câmara de Lisboa e a Região de Turismo também de Lisboa podia tornar a feira um grande evento mediático para o turismo. A SIC este ano está a apoiar a de Vila da Feira.

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Para que conheçam a importância estratégica de Aldeia Galega, transcrevo uma informação de Janeiro de 1797 do provedor da comarca, Joaquim Pedro Gomes de Oliveira, à Rainha D. Maria I,

“ Senhora

Há junto ao cais da villa de Aldegalega, huma grande praça, que serve para o despejo, e serviço de embarque e desembarque daquelle porto, pelo qual se faz a maior parte da comunicação da Província do Alentejo com a Corte, ordinariamente concorrem a elle muitas quadrilhas de carretas com trigos, sevadas, azeites e mais géneros da Província; e chegando-se a encontrar humas com outras seria bem difficultozo o serviço do caes, se não houvesse tão amplo terreno, por onde se movessem: manadas de bois, carneiros, porcos, calleças, almocreves com suas bestas, tudo ali concorre; e tudo acha huma prompta expedição no desafogo do caes. Praça e terrenos vizinhos.

Nas occazioens de movimento de Tropa, ali desembarcão, e se formão os Regimentos, ajuntão, e carregão os carros de condução de passagem, para ali se conduzem as cavalgaduras dos Officiaies Militares; ali se aprompta tudo quanto pertence ao trem e marcha consideráveis; e por ali finalmente fica continuando o transporte e condução das muniçoens e petrechos de mar e guerra.

Quando vossa Magestade passa á Provincia do Alentejo, ali se allojão as Reaes Cavallariças, e Cocheiras, armando-se as precizas barracas; e ali acha a numeroza cometiva de Vossa Magestade lugar onde commodamente se mova com o seu trem, e bagagens.”

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Nota de A Viagem dos Argonautas

Ver mais em:

http://www.mun-montijo.pt/frontoffice/pages/833?news_id=1614

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