Na Fundação Calouste Gulbenkian dia 12 de Novembro 2015 às 14:30 Acolhimento de Jovens em Instituição: Proteger, Prevenir e Capacitar – Desafios à intervenção | Conferência Internacional

Na Gulbenkian – Auditório 2 – dia 12 de Novembro às 14:30

conferência

Acolhimento de Jovens em Instituição: Proteger, Prevenir e Capacitar – Desafios à intervenção

Conferência Internacional

PROGRAMA

14h30 | Abertura

Artur Santos Silva, Fundação Calouste Gulbenkian

Armando Leandro, Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens

15h00 | Conferência

Residential Care for Children and Youth: Relationships, Protection and Growth

Andrew Kendrick, Professor of Residential Child Care, School of Social Work and Social Policy – University of Strathclyde, Glasgow-Scotland

Moderação e Comentários: Daniel Sampaio, Coordenador científico do Programa Crianças e Jovens em Risco, Fundação Calouste Gulbenkian

15h45 | Mesa Redonda

Desafios ao Acolhimento de Jovens em Instituição

Moderação: Elisabete Caramelo, Diretora do Serviço de Comunicação, Fundação Calouste Gulbenkian

Maria João Leote de Carvalho, Programa Crianças e Jovens em Risco, Fundação Calouste Gulbenkian

Helena Isabel Almeida, Pediatra – Coordenadora do Grupo de proteção de crianças em risco, Diretora Clínica do Hospital Fernando da Fonseca

Paulo Guerra, Juiz desembargador, Diretor adjunto do CEJ

António Santinha, Diretor da “Casa da Fonte” – Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

Ana Dias Cordeiro, Jornalista – Jornal Público

17h30 | Conferência

Direitos da Criança – riscos e oportunidades

Marta Santos Pais, Representante Especial do Secretário Geral da ONU sobre Violência contra a Criança

Moderação: Armando Leandro, Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco

Comentários: Ana Nunes de Almeida Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa

WORKSHOPS TEMÁTICOS

Tema 1:       COMPORTAMENTO DOS JOVENS E SAÚDE MENTAL

Teresa Goldschmidt e João Beirão

As situações em que as crianças estão em grave risco psicossocial e afetivo geram grande sofrimento aos vários profissionais envolvidos. Implicam uma viagem a um mundo estranho onde as suas referências cuidadoras são postas em causa, onde a proximidade física se pode tornar assustadora, onde o ódio coexiste com o vínculo, levando à vivência de um mal-estar que nos invade, quando vemos a dor das crianças face às perturbações da parentalidade.

Sem perder nunca de vista o objetivo fundamental da proteção da criança, temos de ter a noção que se não houver intervenção junto dos pais, dificilmente conseguiremos chegar à criança, e que apoiar os pais para que se tornem mais adequados no exercício da sua parentalidade é fundamental Estes pais, que nos aparecem como desajustados, negligentes ou agressores, têm que poder ser escutados e contidos na dor e mal-estar que trazem dentro de si-próprios. São pais que em geral transportam neles um sofrimento muito intenso, que muitas vezes foram mal-amados, e que por isso reagem à relação de ajuda com distância e desconfiança.

A retirada das crianças do seu contexto familiar representa o último patamar na sua proteção, quando muitas outras medidas já falharam.

Da parte dos profissionais os sentimentos que se vivem nessas situações são muito intensos, de revolta, zanga, medo, sentimentos de incompetência, de impotência, de injustiça, de culpabilidade. Têm no seu interior uma ressonância emocional que não deve ser ignorada, tal como não deve ser ignorado o seu sofrimento. Porque o risco é de pôr em ação mecanismos de defesa que vão, no limite, colocar em causa a capacidade de intervir, tanto a nível individual como em termos da rede de Serviços que por norma atua nestes contextos, onde múltiplas instâncias estão (e necessitam de estar) envolvidas.

Do lado dos pais, é a comprovação da sua incapacidade, reforçando a falha narcísica que muitos já têm como marca interna do seu percurso individual, fazendo com que sejam agidos, na relação com os profissionais que agora desempenham o papel parental nos cuidados aos seus filhos, sentimentos negativos muito intensos.

Neste workshop procuraremos refletir em conjunto sobre estas questões tão complexas, discutindo com os participantes com base nas vivências da sua experiência profissional.

Tema 2:       JOVENS E INTERNET: RISCOS E POTENCIALIDADES

Eduarda Ferreira, José Alberto Simões e Maria João Silva

A ubiquidade da internet, as práticas digitais e o funcionamento em rede são características marcantes do quotidiano dos jovens, sendo influenciadas pelos contextos específicos. Este workshop tem como objetivo analisar os riscos e as potencialidades da utilização da internet por jovens em acolhimento residencial e está organizado em duas partes: apresentação de resultados do projeto Net Children Go Mobile (NCGM) seguido de debate com os participantes sobre o tema em análise.

Os resultados de NCGM apresentam dados atualizados sobre usos da internet móvel e a diferenças em relação aos acessos, competências e participação entre crianças e adolescentes (9-16 anos) em Portugal. Outros aspetos incluídos nos dados obtidos pelo projeto permitem: identificar a incidência e natureza dos riscos online associados ao acesso à internet através de dispositivos móveis, comparando-os com riscos online em geral; identificar o perfil de crianças e adolescentes que se encontram em situação de risco e porquê, examinando fatores de vulnerabilidade; avaliar a forma como as crianças e adolescentes lidam com os riscos identificados, incluindo a sua literacia digital; e examinar as motivações por detrás da mediação e estratégias de capacitação de pais, professores e pessoas que lidam diretamente com crianças e adolescentes, assim como a eficácia das mesmas.

Na segunda parte do workshop será utilizada a técnica de ‘World Café’ para promover o debate sobre questões relacionadas com: i) as potencialidades da utilização da internet por jovens em acolhimento residencial, nomeadamente no que se refere à integração social ii) os riscos da utilização da internet pelos referidos jovens; iii) a literacia digital necessária a uma utilização segura, gratificante e construtiva da internet; iv) a mediação dos profissionais que trabalham com estes jovens.

Tema 3:       CULTURA ORGANIZACIONAL, SUPERVISÃO, PRÁTICAS E REFLEXÕES

Paula Cristina Martins

A qualidade das instituições de acolhimento residencial para crianças e jovens em perigo depende de um conjunto de variáveis internas e externas. Para além dos requisitos próprios a que cada uma deve responder, a sua congruência e integração constituem uma componente absolutamente crítica da sua prestação.

Neste workshop propõe-se a análise do desempenho das instituições em dois níveis, nomeadamente considerando:

1º) As dimensões críticas do seu funcionamento:

v  Condições logísticas e materiais (instalações, equipamentos e materiais);

v  Dinâmicas quotidianas (rotinas e atividades);

v  Relações internas (verticais e horizontais);

v  Intervenção técnica (modelos teóricos, instrumentos, formação, trabalho em equipa e supervisão);

v  Relações sistémicas (com as famílias, a comunidade envolvente e a rede de proteção);

2º) A cultura da instituição e as suas práticas de gestão (organização interna, gestão de recursos e planeamento estratégico).

A análise crítica e discussão destes aspetos serão baseadas em relatos, imagens e na apresentação de casos concretos.

Bilheteira

Entrada livre sujeita a inscrição.

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