UMA CARTA AOS ASSOCIADOS DO MONTEPIO PARA REFLEXÃO ANTES DE VOTAR, COMO VOTAR NAS ELEIÇÕES DE 2.12.2015  E O VOTO É SECRETO – por EUGÉNIO ROSA

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Caro(a) associado (a)

No dia 2.12.215 realizam-se eleições no Montepio para escolha dos órgãos da Associação Mutualista para o triénio 2016-2019. Estas eleições são muito importantes para o Montepio e para os associados. E isto porque o Montepio vive um período difícil causado não só pela crise económica e social que o país tem enfrentado, mas também devido a uma gestão desastrosa da administração de Tomás Correia, que acumulou elevados prejuízos nas empresas, pondo assim em perigo as poupanças que os associados têm na Associação Mutualista e reduzindo, em alguns casos, a zero o rendimento dessas poupanças

Para compreender as dificuldades atuais do Montepio é preciso recuar a 2011, ano em que a Associação Mutualista lançou uma OPA sobre o FINIBANCO. No entanto, é preciso que fique claro, para evitar ataques e calunias, que ao referir este facto não pomos em causa a situação atual dos trabalhadores do ex-FINIBANCO, nem estamos contra estes trabalhadores. Para nós todos os trabalhadores são neste momento trabalhadores do Montepio, com iguais direitos e deveres, e tomamos o compromisso de defender os seus direitos da mesma forma.

No entanto, como em 2011 a Caixa Económica não possuía meios financeiros para lançar a OPA, foi a Associação Mutualista (AM), violando o seu “ADN”, que teve de a lançar, à qual nos opusemos no conselho geral da AM. Depois utilizando as poupanças dos associados, a AM aumentou o capital social  da Caixa Económica com 425 milhões €, permitindo depois a esta adquirir o FINIBANCO à Associação Mutualista.

A administração de Tomas Correia aproveitou esta  aquisição para mudar os objetivos e a estratégia da Caixa Económica, o que teve consequências desastrosas para todo o Montepio. De instituição financeira vocacionada para concessão de credito à habitação, às famílias, às instituições da área social, e às PME´s , pretendeu-se transformar a Caixa Económica no banco de empresas, e nomeadamente de grandes empresas. Com a ansia de atingir rapidamente tal objetivo, restringiu-se o credito à habitação, causando a subutilização de trabalhadores, e passou-se para uma politica de concessão de credito com risco elevado, de que é exemplo conhecido, mas não único, a concessão de 150 milhões € ao grupo BES/GES, quando já eram conhecidos os problemas graves deste grupo, fazendo disparar as imparidades (credito concedido que depois não é pago) e os prejuízos da Caixa Económica. Entre 2011 e 2015, as imparidades (credito com elevada probabilidade de se perder) somou 1.341 milhões €, uma proporção muito superior à dos outros bancos e os prejuízos acumulados atingiram, no mesmo período, 498 milhões €. Isto causou a delapidação dos capitais próprios da Caixa Económica, o que obrigou a Associação Mutualista e os associados a recapitalizarem a Caixa em 2012, em 2013 (por duas vezes) e em 2015 com mais 675 milhões €. Portanto desde 2011, tiveram de se aplicar na Caixa Económica 1.100 milhões € devido à politica megalómana e desastrosa da administração de Tomás Correia. E deste total já desapareceram 663 milhões €.

Esta gestão desastrosa teve também consequências graves na situação da Associação Mutualista criando a insegurança relativamente aos 4.000 milhões € de poupanças que os associados têm na Associação Mutualista. Para além da utilização de uma parte delas para recapitalizar a Caixa Económica e outras empresas, a atual Lista A também causou prejuízos elevados à Associação Mutualista (AM). Assim, em 2013, a nível das contas individuais, a AM apresentou um excedente de 70 milhões €, mas a nível das contas consolidadas, que inclui os resultados das empresas em que tem participações, já teve um resultado negativo de 336 milhões €. Em 2014, o conselho de administração recusou-se em divulgar as contas consolidadas até a esta data, mas estima-se que o excedente de 41 milhões € nas contas individuais se transforme num prejuízo de 150 milhões € nas contas consolidadas. Nos dois últimos anos, os prejuízos acumulados da Associação Mutualista já somam 486 milhões €, o que delapidou os capitais próprios da Associação Mutualista que, entre 2012 e 2014, se reduziram de 884 milhões € para apenas 560 milhões €.

A juntar a tudo isto que já põe em risco as poupanças que os associados têm na Associação Mutualista, há ainda a acrescentar o facto de que, no fim de 2014, 3.692 milhões € (89,3%) das  poupanças que os associados têm na AM estão aplicados na Caixa Económica (em depósitos, obrigações, papel comercial) o que determina um risco elevado para essas poupanças (ninguém de bom senso “põe todos os ovos no mesmo cesto”). Tomás Correia disse ao semanário Sol que isso era mentira, mas é ele que mente. Para concluir isso basta ler  o que consta da pág. 111 do relatório e contas da Associação Mutualista de 2014 (contas individuais).

A tudo isto nos opusemos. Primeiro, nos órgãos próprios da Associação Mutualista e da Caixa Económica. E depois, quando os nossos alertas não foram escutados, informando os associados desta gestão desastrosa que estava a por em risco as suas poupanças e o emprego dos trabalhadores do Montepio.

É importante que os associados não se esqueçam de tudo isto para não se arrependerem no futuro. Por isso:

  • Votar na Lista A de Tomás Correia é votar na continuidade, ou seja, numa gestão que colocou em risco as poupanças dos associados, que as utilizou para fins indevidos, que enganou os associados em 2013 com as unidades de participação, e que causou já grandes prejuízos ao Montepio e que, por tudo isto, não dá garantias de segurança para as poupanças dos associados.

  • Votar na Lista B,  que é uma lista que não concorre a todos os órgãos da Associação Mutualista, é dispersar  voto, e dificultar que Tomás Correia seja corrido definitivamente do Montepio pelo mal que já fez, e por aquele que poderá ainda fazer se se mantiver na Associação Mutualista como pretende.

  • Votar nas Listas D e E é votar em pessoas que só aparecem nas eleições para obter lugares, correndo o risco de elas, no lugar de servirem o Montepio, servirem-se do Montepio.

  • Os membros da Lista C são os únicos que, ao longo dos últimos anos se opuseram à gestão desastrosa da administração de Tomás Correia, e se bateram na defesa das poupanças dos associados e dos direitos dos trabalhadores, alertando-os quando foi necessário, e que têm defendido na pratica o mutualismo opondo-se ao clima autoritária e de arbítrio que tem dominado no Montepio.

É tudo isto que está em jogo nas eleições de 2.12.2015. E é necessário que os associados votem em consciência mas também bem informados para não se arrependerem no futuro pois o que irá verdadeiramente a votos nestas eleições é não só o futuro do mutualismo e o Montepio mas também a segurança das poupanças dos associados e a sua tranquilidade. É necessário ter presente tudo isto momento em que se escolhe a lista.

Eugénio Rosa

Membro dos órgãos sociais do Montepio, e candidato a presidente do conselho de Administração da Associação Mutualista pela Lista C nas eleições de 2.12.2015

  • COMO VOTAR?

Como existe apenas uma urna que funcionará no dia 2.12.2015, na Rua do Ouro em Lisboa, no edifício do Montepio, a esmagadora maioria dos associados terá de votar por correspondência.

Para isso, todos os associados com direito a votar (maiores e com pelo menos 2 anos de associado) que são 440.000 receberão em sua casa um envelope que contem no seu interior  os programas das cinco listas, dois boletins de votos (um esverdeado para o conselho geral e o outro branco para os restantes órgãos da Associação Mutualista: mesa da assembleia geral, conselho de administração e conselho fiscal)  e mais dois envelopes (os que não receberem devem avisar enviando uma mensagem para defenderomutualismo@gmail.com ou para eugeniorsa@zonmail.pt)

Para votar o associado deverá fazer apenas o seguinte:

  • Assinalar com uma cruz o quadrinho correspondente à lista que escolheu em cada um dos votos (o esverdeado e o branco- tem que ser nos 2 votos).

  • Dobrar cada um dos votos separados em 4 partes, tal como faz quando vota nas eleições para a Assembleia da República, e meter os votos no envelope mais pequeno, que é aquele que tem um espaço para colar a etiqueta e assinar, e fecha-o.

  • Seguidamente descola a etiqueta que está na carta que recebeu no lado direito da assinatura do presidente da mesa da assembleia geral, padre Vitor Melícias, que tem o seu numero de associado e cola essa etiqueta no envelope mais pequeno no espaço destinado a colar a etiqueta.

  • Em seguida assina na linha que está por baixo (a assinatura tem de ser igual à que tem na Associação Mutualista/Caixa Económica Montepio, que deve ser aquela que consta do seu Bilhete de Identificação ou Cartão de Cidadão. É preciso ter cuidado pois a assinatura vai ser conferida e se não for igual o voto é anulado).

  • Depois coloca o envelope mais pequeno fechado, com os votos, dentro do envelope maior (correio azul e com tarifa já paga), que tem a direção da Associação Mutualista (Apartado 28006), fecha esse envelope e coloca-o rapidamente num marco do correio.

  • É importante que o faça rapidamente pois só são validos os votos que chegarem ao Montepio até ao dia 2 de Dezembro de 2015.

UMA INFORMAÇÃO IMPORTANTE  E UM PEDIDO AOS ASSOCIADOS: os trabalhadores do Montepio, em particular os que estão nos balcões da Caixa Económica, estão proibidos pelo conselho de administração desta, de interferir e condicionar a votação dos associados, nomeadamente telefonando para casa ou trabalho, e disponibilizando-se para os ajudar a votar. Portanto, se algum trabalhador do Montepio telefonar a um associado oferecendo-se para o ajudar a votar, pedimos que rapidamente nos informe para os endereços defenderomutualismo@gmail.com ou para eugeniorsa@zonmail.pt) para atuarmos imediatamente junto do conselho de administração. E isto porque Tomás Correia tem utilizado as chefias que lhe são fieis, pois foram nomeados por ele, e trabalhadores pressionados por essas chefias a telefonar aos associados procurando condicioná-los no voto, e levá-los a votar na lista dele. É necessário e urgente por termo a essa manipulação. Para isso pedimos a ajuda dos associados.

  • O VOTO É SECRETO

Com o objetivo de fazer alastrar o medo, tem-se procurado espalhar, nomeadamente entre os trabalhadores do Montepio, que o voto não é secreto e que as chefias têm possibilidades de saber em quem votou cada trabalhador ou associado.

Isto é falso mas com base nesta mentira procura-se condicionar também  o voto dos associados, nomeadamente dos trabalhadores do Montepio. Por isso é importante saber como se desenvolve o processo eleitoral.

Os CTT entregam diariamente milhares de votos dos associados (existem 440.000 associados com direito a voto). Logo que chegam ao Montepio, o 1º envelope é aberto e é conferida a assinatura do associado que está no 2º envelope que contem os votos. Se a assinatura condiz com aquela que está na base de dados da Associação Mutualista o voto é considerado válido, se não condiz o voto é invalido e posto de lado.

Os envelopes fechados com votos considerados validos são colocados numa casa forte, em que para abrir a porta são necessárias varias chaves cada uma delas dada a um mandatário de cada lista.

Só no dia 2 de Dezembro de 2015, na presença de representantes de todas as listas, é que o 2º envelope que contém o voto é aberto, e as dezenas de milhares de votos são contados por máquinas. Portanto, a possibilidade das chefias do Montepio saberem em que lista votou um associado ou um trabalhador associado é praticamente impossível.

A mentira que se procurou espalhar visava criar medo e condicionar o voto dos associados para dificultar ou mesmo impedir a mudança no Montepio que é necessária e urgente para dar segurança às poupanças dos associados, para acabar com o clima de autoritarismo e de arbítrio que existe no Montepio, para reduzir as remunerações e benefícios excessivos que gozam os atuais membros do conselho de administração, e para defender os princípios e a pratica do mutualismo.

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