EDITORIAL. – O Natal na óptica do utilizador.

logo editorialEste dia 24 de Dezembro no qual se celebra o nascimento de um Jesus Cristo cuja existência real é por alguns historicamente contestada e que, entre os que acreditam que existiu, gera a polémica da data que, segundo eles é outra, porque foi na época das colheitas e nessa altura na Palestina não nevava (ou qualquer argumento agrícola deste tipo…) e, com ar circunspecto de historiadores tolerantes, acabam por valorizar a prevalência do simbolismo da data e «reconhecer» que o importante é festejar o nascimento do Salvador (não sabemos o que terá ele salvo).

Entre os que reconhecendo a sua existência, recusam a ideia de que quis fundar uma religião – era um «nazir» hebraico (não confundir com nazi…) e se limitou a procurar restituir a religião judaica à sua proclamada pureza. E perguntam em que Evangelho do Novo Testamento se alega ou afirma a criação do cristianismo. Segundo esses, tudo não terá passado de uma invenção dos judeus e que, por exemplo, a virgindade de Maria sido apenas um erro de tradução na passagem do hebraico para o grego. O vocábulo virgem e jovem, grafavam-se da mesma maneira, pois era inadmissível que uma jovem solteira não fosse virgem (bons tempos!) e que o monge tradutor se terá enganado, criando o culto mariano, ou seja aquilo que em linguística se designa por «falsos amigos» – palavras que em idiomas diferentes, se escrevem de modo igual ou semelhante, mas que têm significados diferentes (exemplo; coelho em português soa de forma semelhante a coello – pescoço, em castelhano). Estes fenómenos de explicação complicada iam sendo resolvidos nos concílios onde lendas se transformavam em factos históricos.

Um reputado professor da Universidade de Telavive, afirma que os judeus não existem (como etnia), pois o seu ADN é igual do de alemães, polacos, russos, ou seja o que há é alemães, polacos, russos… que levam a peito o que Velho e Novo Testamento dizem. Entretanto, os palestinianos foram despejados e despojados das suas terras em nome de balelas e de erros de tradução…

Presépios, árvores de Natal e outros adereços de uma data que (dizem) é o dia da Família – em 1929 juntou-se-lhes o Pai Natal, que foi a forma de a Coca-Cola safar o ano que a Quinta-Feira negra estragara. Luzes da loja do chinês, pais natais que trepam ou descem fachadas… os malditos Jingle Bells… Detestável, embora haja sempre um motivo para o celebrarmos.

Gosto do Natal porque o bolo-rei me seduz.

Feliz Natal, 2016 anos depois de o tal «nazir» não ter (ou ter?) nascido.

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