Seguiu para Bruxelas a queixa do governo português sobre a situação na central nuclear de Almaraz, onde o governo do reino espanhol autorizou a construção de um armazém de resíduos radioactivos. O resultado desta diligência, chamemos-lhe assim, será demorado. A burocracia europeia, nutrida com joguinhos e rodriguinhos diplomáticos (outro eufemismo…) não aprecia tomar responsabilidades, sobretudo quando há riscos de colisão com os grandes interesses estabelecidos. Vamos assim ter de aguardar. Um dos efeitos que precisamente se procura com tantas delongas é adormecer a opinião e fazer esfriar as indignações, por muito justas que sejam.
Entre outros aspectos, este processo deveria conduzir a uma reflexão profunda e a um melhor conhecimento do que se passa com as centrais nucleares do país vizinho. Por exemplo, quanto de nós sabem que Almaraz não é a única central nuclear junto ao Tejo. Em Trillo, província de Guadalajara, na comunidade autónoma de Castela, também existe uma central nuclear. E em Zorita, localizada também em Guadalajara, em 2006, foi encerrada a central nuclear que ali existia, que foi a primeira a funcionar no reino espanhol.
Conhecer melhor como são utilizadas as águas dos três principais rios portugueses, que nascem no país vizinho, e, de uma maneira geral o que se passa, ou o que possa afectar as suas bacias hidrográficas, é de interesse vital. Para além das centrais, os transvazes que Madrid promove para alimentar os rios do sul, que desaguam no Mediterrâneo também deveriam ser objecto de um estudo aprofundado, para salvaguardar os interesses portugueses.
Propomos que cliquem nos links abaixo:
https://www.noticiasaominuto.com/pais/723842/portugal-ja-entregou-queixa-contra-espanha-por-causa-de-aterro-em-almaraz?utm_source=notification&utm_medium=push&utm_campaign=723842
http://politica.elpais.com/politica/2017/01/06/actualidad/1483731267_942435.html