EDITORIAL – O Carnaval, animal em vias de extinção

Imagem2Festividade integrada no calendário litúrgico da igreja católica, mas recuperada da tradição pagã, o Carnaval é entre nós um animal em vias de extinção. Celebrado no princípio do século passado com uma alegria grosseira e anti-higiénica, foi definhando e o seu habitat está reduzido a meia-dúzia de localidades onde, segundo dizem, constitui elemento catalisador do comércio local. A falta de imaginação leva os cortejos a tristes e ridículas imitações do carnaval carioca, com moças seminuas bamboleando-se ao som de sambas e suportando as baixas temperaturas com estoicismo.

Uma das cidades onde esta macaquice impera, anunciou que ia candidatar o seu cortejo a Património imaterial da Humanidade – por bom senso ou impotência a candidatura foi retirada. O objectivo de levar a UNESCO a integrar no património imaterial da Humanidade, manifestada por uma da cidades organizadoras deste «evento», candidatura retirada (bom senso?), leva-nos a não esquecer que nessa cidade o hospital que serve não só a cidade, mas a população de concelhos limítrofes, carece de meios para fazer face às necessidades e às urgências, com uma péssima coordenação entre os serviços, nomeadamente os dos bombeiros que necessitam de um apoio efectivo,

Nesse hospital, o Serviço de Observação é cenário de pesadelo que, muitas vezes o grande profissionalismo de médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar não consegue ultrapassar. Acreditamos que a autarquia seja pressionada pelo comércio local pois o afluxo de forasteiros melhora os negócios, sobretudo na área da hotelaria e restauração. Motivo inaceitável.

1 Comment

  1. Amei o artigo .

    Hoje vive se uns tempos aos quais se aplica o provérbio “vale tudo menos tirar olhos ”

    O dinheiro vale o que vale =um monstro saido dos confins do mar .Tudo se faz para o caçar mesmo sem o cão ,cassa-se com o gato .

    Maria

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