CONTOS & CRÓNICAS – CARLOS REIS – OS ARTIGOS IMPUBLICÁVEIS – REVOLTA A SÉRIO

 

 

Há amigos meus que pensam que eu estou sempre a dizer mal do povo e assim. Que eu sou um elitista (como eles, aliás, raios os partam e não me fodam) que desprezo os simples, que optimizo os cultos, celebro os lúcidos.

Mal intencionados, mal informados e mal enviesados, é evidente, é o que eles são, com aquela obsessão comunistóideca de que eles é que sabem. Tudo.

E já agora: desonestos e a fingir de honestos. É o costume, aquela rapaziada, aquela seita. Do camarada e do –  à força –  povo unido. Unido, do seu estalinista ponto de vista.

Vem isto a propósito de um ror de povo (digno, informado, sólido e tenso) que a propósito de uma Serra algures – cheia de beleza, arvoredo e oxigénio – estar em riscos de ser absoluta e completamente fecundada por uma empresa mineira qualquer (puta que a pariu) pronta a esfrangalhá-la e a revolvê-la, a fim de sacar uns lítios e uns demais minérios quaisquer, para seu encantado enriquecimento e usufruto. Para a destruição de uma coisa que é (deveria ser) de todos, os que se estão cagando para o minério e para aquela corja.

O que me irrita (e decididamente me revolta) é que seja preciso que as pessoas tenham de se organizar, de lutar, evidenciar das suas (óbvias) razões, para chamar a atenção das “entidades competentes”.

Porra! As entidades competentes são os governos que nós elegemos. As “entidades competentes” são, foram mandatadas para que não houvesse atropelos, para que uns quantos fsdp empresariais desse cabrão desse apetecido tecido, tão adorado e endeusado pelas forças vivas, não viesse interferir, chagar, destruir aquilo a que as populações e a natureza têm direito.

Se as tais “entidades” (governo) fossem honestas e preocupadas com o referido povo – uma paisagem desfocada das suas intenções e modo de governar – não haveria necessidade de decos, geotas ou outros grupos de defesa do ambiente e qualidade de vida.

Não haveria casos de morte em Vila Franca de Xira, por legionella (há quatro anos e nada!) ou mais recentemente (hoje? ontem?) com as “entidades” e as empresas a excusar-se e a justificar-se, inocentes e puras. E sem que nada (nunca) lhes aconteça.

Farto. Estou farto. Do sistema.

carlos

2 Comments

  1. Por mais explicações que os politicantes inventem, na realidade, o sistema político inda em curso está consubstanciado na Constituição da República cuja concepção jurídica – velha de séculos e sempre desactualizada – abre as portas aos “fdap” que, para nossos males, enxameiam as “entidades competentes”.CLV

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