CRISE DA DEMOCRACIA, CRISE DA POLÍTICA, CRISE DA ECONOMIA: O OLHAR DE ALGUNS ANALISTAS NÃO NEOLIBERAIS – 3. FALHAS SÍSMICAS NA UNIÃO EUROPEIA (5ª PARTE), por DOMENICO MARIO NUTI

 

Selecção e tradução por Júlio Marques Mota. Revisão de Joaquim Feio. 

Falhas sísmicas na União Europeia – 5ª PARTE

SEISMIC FAULTS IN THE EUROPEAN UNION

Domenico Mario NUTI

Transition, 8 de Janeiro de 2017

(CONCLUSÃO)

Conflitos

Os remédios eficazes situam-se no quadro do projeto europeu original. Infelizmente chocam com a arquitetura hiperliberal que perverteu gradualmente as políticas europeias, assim como gerou conflitos de interesses entre estados, ideologias, regimes de Estado Providência, classes, burocracias, memórias e expectativas.

Na Alemanha a tradição ordo-liberal de Walter Eucken, da década de 1930, baseado na concorrência e na estabilidade monetária como pilares da sociedade, é ainda uma herança pesada (Somma, 2014). Em alemão e holandês, a mesma palavra, Schuld, significa tanto dívida como a ideia de culpa. As memórias alemãs da hiperinflação vivida entre 1921-24, que erradamente se acredita que provocaram a ascensão de Hitler ao poder quando, ao contrário, esta foi gerada pela deflação e pela austeridade do Chanceler Brüning em 1929-32 (Holland, 2015). Mas os alemães têm memória curta sobre os seus próprios milagres económicos, Wirtschaftswunder, o resultado de uma reforma monetária redistributiva, do cancelamento da dívida pública alemã de mais de 300% do PIB e da ajuda Marshall – e todas estas são medidas que negaram à Grécia. “Thomas Mann sonhou uma Alemanha Europeia. O seu desejo transformou-se no seu oposto. Hoje temos uma Europa alemã” (Lafontaine, 2015).

Lenin (1915) era profético: “…uns Estados Unidos da Europa, sob o capitalismo, ou são uma impossibilidade ou são reacionários”. Inversamente, Hayek (1939) apoiou fortemente o federalismo interestatal como sendo essencial ao seu projeto liberal: a mobilidade internacional dos bens e dos fatores forçaria à política nacional do estado, enquanto a heterogeneidade de interesses nacionais forçaria a política federal. Daqui o apoio de Thatcher à entrada da Grã-Bretanha na UE (Parijs 2016).

No The New European , recentemente, afirmava-se que o “Brexit não é um terramoto. É a réplica da morte da social-democracia europeia”. Isto é apenas parcialmente correto: o Brexit e outras formas da crise da UE, o triunfo presidencial de Trump e o referendo de Renzi, não são uma réplica de um sismo, mas são sim um abalo sísmico, parte de um conjunto de sinais sísmicos que podem ser ou não ser seguidos depois “por um grande sismo”.

E é a agonia – não é bem a morte ainda – de uma forma particular, perversa, da Social-Democracia: hiperliberal, globalista, partidária da austeridade, dirigida pelas grandes empresas multinacionais, incrivelmente desigual, indiferente ao ambiente, politicamente correta, antidemocrática, pré-keynesiana após Keynes e pré-minskyana após Minsky, assentando nos alegados, mas não confiáveis, mecanismos da autorregulação e dos mercados autoequilibrados, através da mobilidade internacional do trabalho (Schengen, Papa Francisco, Hillary Clinton) e do capital (Maastricht).

Exitaly/ ExIT/ Italeave?

Os cidadãos estão relutantes em moverem-se de locais de alto risco sísmico e em enfrentarem o custo de implementação de medidas antissísmicas para assim se proteger as suas casas e os edifícios públicos e as infraestruturas, sem que haja um qualquer motivo, mas por hábito, medo, inexperiência, inabilidade, falta de fundos ou de imaginação. Afinal, quer a remoção quer as medidas antissísmicas são coisas caras, ficar em casa é mais confortável do que fugir, e um terramoto pode não ocorrer durante uma ou mais gerações. Da mesma maneira, os países da União Europeia estão relutantes em abandonar a União Europeia e o Euro, apesar da provada impossibilidade de garantir Instituições Europeias sustentáveis.

A ideia que “não há nenhum salvação fora da Europa”, e que “nós precisamos de mais integração europeia do que de menos ” – em vez de uma Europa diferente  – é tão absurda e assustadora quanto a recusa de vítimas reais e potenciais de um terremoto em moverem-se para uma outra parte, e o compromisso meio-cego do governo italiano em “reconstruir tudo como estava e onde estava. “

Em todo caso, é absolutamente necessário imaginar, investigar e avaliar as consequências prováveis de uma saída do Euro por parte de Itália e de outros países do sul que sofreram as consequências de múltiplas crises europeias. Ser membro da Zona Euro é parte das obrigações de se ser membro da EU, o acquis communautaire , mas de acordo com os Tratados a saída da Zona Euro implica a saída da União Europeia também. Contudo, a Dinamarca e o Reino Unido tinham obtido uma derrogação na altura das negociações do Tratado de Maastricht, quando a Suécia e seis recentes novos membros na prática puderam ficar fora da Zona Euro, virtualmente por tempo indefinido simplesmente por não respeitarem uma das cinco condições de Maastricht: é plausível, embora de modo algum seja inevitável, que numa grande crise a países como a Itália e a Grécia pudesse ser permitido pela Alemanha, pela França e pelo resto da UEM manterem a qualidade de membro da UE mesmo depois da saída da Zona Euro.

Existem três excelentes razões para fazer uma tal investigação e avaliação das consequências de deixar o Euro:

Primeiro, a Grécia ou a Itália podem ter necessidade de deixar o Euro a curto prazo, dadas as repetidas ameaças de Wolfgang Schäuble para os forçar a sair. Imagine-se uma crise da balança de pagamentos, uma explosão de fuga de capitais (revelado na Europa pela aumento dos valores no passivo de tipo Target2, consulte Reinhardt, 2016), as restrições aos movimentos de capitais e a corrida aos bancos, um pânico brutal a varrer todos os bancos. A ajuda europeia pode ser oferecida, mas apenas sob condições verdadeiramente draconianas. Isto foi o que aconteceu à Grécia e a obrigou a capitular. Mas a Itália é muito maior, a assistência oferecida pela UE e pelo FMI pode ser insuficiente para lidar com a crise, ou o governo italiano pode não pretender satisfazer as condições exigidas ou simplesmente ser incapaz de as cumprir antes do prazo imposto.

Então, o BCE poderia já não ser capaz de fornecer a assistência de liquidez de emergência e a única escolha que é deixada seria entre uma grande parte da economia ser desmonetarizada, uma semi-economia de troca direta, como a Rússia na década de 1990, que entrou consequentemente em colapso [1], ou a reintrodução de uma moeda nacional. O problema é que isso exigiria longas e secretas preparações, que são difíceis de contemplar até na Itália.

Em segundo lugar, o custo de saída da zona euro seria enorme, mas provavelmente não tão grande como é muitas vezes sugerido. Não deve ser tomado como garantido que, em termos de valor presente, o grande custo de deixar a Europa seria necessariamente maior, ao longo do tempo, que o grande custo de permanecer na Europa sem as necessárias, possíveis, mas improváveis melhorias. As implicações precisas de deixar a Zona Euro devem ser trabalhadas e explicadas mesmo para um país que não tenha necessidade de se ir embora. Isso aplica-se não só à Itália, mas também a um país como a Finlândia, pequeno, rico e totalmente solvável, tecnicamente muito avançado, mas sofrendo com a sobreavaliação efetiva do Euro e a consequente desindustrialização e perda de competitividade: esta á uma situação excelente para uma saída do euro que, por analogia, se chamaria Fixit.

Esta decisão seria claramente menos onerosa, mais simples e mais clara para a Alemanha e outros países do Norte deixarem a zona euro e introduzirem o seu próprio Euro, mas isso não é do seu interesse (Wikileaks, 2014): os excedentes comerciais não seriam possíveis com um Euro do Norte que seria certamente mais forte do que o Euro de hoje, e os excedentes orçamentais não seriam possíveis sem a flexibilização quantitativa do BCE e sem as taxas de juros negativas com que agora pedem dinheiro emprestado para financiarem a sua dívida, apesar da sua oposição formal a uma tal política.

Finalmente, uma investigação minuciosa das implicações resultantes da saída da Zona Euro, saída esta que seria altamente prejudicial também para os restantes Estados-membros da EU, só poderia reforçar a posição negocial daqueles que procuram reduzir os riscos de uma evolução catastrófica e de um inevitável colapso introduzindo as necessárias melhorias antissísmicas na nossa casa comum europeia.

 REFERENCES

Akkoyunlu Suie and Roger Vickerman (2001) “Migration and the Efficiency of European Labour Markets”, Ch. 14, Spatial Change and Interregional Flows in the Integrating Europe, Essays in Honour of Karin Peschel, Heidelberg: Physica Verlag, pp 157-170, http://link.springer.com/chapter/10.1007%2F978-3-642-57552-5_13

Aldrych Philip (2017), “Hard Brexit more risky for Europe than us, says Carney”, The Times, 12 January, http://www.thetimes.co.uk/article/hard-brexit-more-risky-for-europe-than-us-says-carney-l2m27666k

Alesina Alberto and Roberto Perotti (1995). “Fiscal Expansion and Adjustments in OECD Economies”, Economic Policy, 207-247.

Alesina Alberto, Silvia Ardagna and F. Trebbi (2006), “Who Adjusts and When? The Political Economy of Reform”, IMF Staff Papers, V. 53 Special Issue, Washington.

Asatryan Zareh, Sebastian Braun, Wolfgang Lechthaler, Mariya Mileva, Catia Montagna (2014), “Compensating the Losers of Free Trade”, Working Paper no. 63, WelfareWorkForEurope, June, http://www.foreurope.eu/fileadmin/documents/pdf/Workingpapers/WWWforEurope_WPS_no063_MS6.pdf .

Aydintasbas Asli (2016), “Trouble on the tracks: Averting the Turkey-EU ‘train-wreck’”, European Council for Foreign Relations ECFR, Brussel, http://www.ecfr.eu/page/-/ECFR_196_-_TROUBLE_ON_THE_TRACKS_-_AVERTING_THE_TURKEY-EU_TRAIN_WRECK.pdf

Bagnai Alberto (2012), Il tramonto dell’euro, Reggio Emilia: Imprimatur,. 

Bagnai, Alberto (2013) “Unhappy families are all alike: Minskyan cycles, Kaldorian growth, and the Eurozone peripheral crises”, ch. 6, O. Dejuan, E. Febrero, J. Uxó (Eds), Post-Keynesian views of the crisis and its remedies, London, New York: Routledge.

Barra Caracciolo, L. (2015), La Costituzione nella palude, Reggio Emilia: Imprimatur.

BBC World Service (2016), “Migrant crisis: EU threatens Greece over border controls”, 27 January, http://www.bbc.com/news/world-europe-35416741

Bertelsmann Stiftung (2016), Social Justice Index 2016, Gütersloh, http://www.bertelsmann-stiftung.de/fileadmin/files/BSt/Publikationen/GrauePublikationen/Studie_NW_Social-Justice-Index_2016.pdf.

Blanchard Olivier J. and Daniel Leigh (2012), “Box 1.1. Are We Underestimating Short-Term Fiscal Multipliers?” in International Monetary Fund (2012), World Economic Outlook – Coping with High Debt and Sluggish Growth, Chapter “Global prospects and policies”, pp. 41-43, October, Washington.

Blomfield Adrian and Mike Smith (2008), “Gorbachev: US could start new Cold War”. The Daily Telegraph, 6 May, http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/europe/russia/1933223/Gorbachev-US-could-start-new-Cold-War.html.

Bonesmo Fredriksen Kaja (2012), Income Inequality in the European Union, OECD Econ. Dept. Working Paper No. 952, April. http://www.oecd.org/officialdocuments/publicdisplaydocumentpdf/?cote=ECO/WKP(2012)29&docLanguage=En.

Buiter Willem (2011), The Debt of Nations Revisited: The Central Bank as a quasi-fiscal player: theory and applications, Federico Caffè Lecture n. 2, Facoltà di Economia, Sapienza Università di Roma, http://willembuiter.com/caffe2.pdf.

Busch Berthold and Jürgen Matthes (2016), Brexit – The Economic Impact, A Meta-Analysis, Köln: Institut der deutschen Wirtschaft, http://www.iwkoeln.de/studien/iw-reports/beitrag/berthold-busch-juergen-matthes-brexit-the-economic-impact-277405.

Canfora Luciano (2013), Ce lo chiede l’Europa! Falso!, Bari: Laterza.

Caporale G. M., R. De Santis and A. Girardi. (2015), “Trade Intensity and Output Synchronisation: On the Endogeneity Properties of EMU.” Journal of Financial Stability, 16: 154-163.

Corporate Europe Observatory (2016), “Barroso’s Gold-plated revolving doors”, 16 August, https://corporateeurope.org/revolving-doors/2016/08/barroso-gold-plated-revolving-door.

Dauderstädt Michael and Cem Keltek (2016), No Progress on Social Cohesion in Europe, Friedrich Ebert Stiftung, http://library.fes.de/pdf-files/id/ipa/12668.pdf.

Derviş Kemal (2016), “The Win-Win fantasy of Liberal Democracy”, Project Syndicate, 5 December, https://www.project-syndicate.org/commentary/failure-to-predict-brexit-and-trump-by-kemal-dervis-2016-12.

Docquier F., J. Machado and K. Sekkat (2012), “Efficiency gains from liberalizing labor mobility”, Discussion Paper no 23, IRES Louvain and UCL, http://sites.uclouvain.be/econ/DP/IRES/2012023.pdf.

Donnelly Brendan (2016), May’s Rocky Road Ahead: Why Brexit May Not Happen, Occasional Paper no 12, Friedrich Ebert Stiftung, 15 December, https://www.socialeurope.eu/wp-content/uploads/2016/12/OP12-Donnelly.pdf.

European Parliament (2014), Report on the enquiry on the role and operations of the Troika (ECB, Commission and IMF) with regard to the euro area programme countries, 013/2277(INI)) PE 526.111v02-00 A7-0149/2014.

European Scrutiny Committee (2016), “Parliamentary Scrutiny of EU Trade Deals: Canada/EU Comprehensive Economic and Trade Agreement (CETA) inquiry”, 26 October, http://www.parliament.uk/business/committees/committees-a-z/commons-select/european-scrutiny-committee/inquiries/parliament-2015/ceta-16-17/

Fatas, A. (1998), “Intranational labor migration, business cycles and growth” INSEAD Working Paper 1998/76.

Fayola Anthony (2016), “Angela Merkel congratulates Donald Trump – kind of”, The Washington Post, 9 November, https://www.washingtonpost.com/news/worldviews/wp/2016/11/09/angela-merkel-congratulates-donald-trump-kind-of/?utm_term=.9e5eb0d53b4e.

Featherstone Kevin (2001), “The political dynamics of the Vincolo Esterno: the emergence of EMU and the challenge to the European social model”, Queen’s Papers on Europeanisation, 6, Belfast: Queens University. http://docplayer.net/1503071-The-political-dynamics-of-the-vincolo-esterno-the-emergence-of-emu-and-the-challenge-to-the-european-social-model.html.

Feldstein M. (2005), “The Euro and the Stability Pact”. Journal of Policy Modeling 27: 421-426.

Fernández-Villaverde J., L. Garicano and T. Santos (2013), “Political Credit Cycles: The Case of the Eurozone.” Journal of Economic Perspectives 27: 145-66.

Fratesi Ugo & Massimiliano Riggi, 2004. “Migration and Regional Disparities: the Role of Skill Biased Flows,” Urban/Regional 0407004, EconWPA, https://ideas.repec.org/p/wpa/wuwpur/0407004.html.

Giannetti Marilena and D. Mario Nuti (2007), “The European Social Model and its Dilution as a Result of EU Enlargement”, TIGER Working Papers Series No. 105, Warsaw, July.

Giavazzi Francesco and Marco Pagano (1990), “Can Severe Fiscal Contractions Be Expansionary? Tales of Two Small European Countries”, NBER Macroeconomics Annual Vol. 5, (1990), Cambridge Mass: MIT Press.

Giavazzi Francesco and Marco Pagano (1996) “Non-Keynesian Effects of Fiscal Policy Changes: International Evidence and the Swedish Experience,” NBER Working Papers 5332, National Bureau of Economic Research, Inc.

Gopinath G., S. Kalemli-Ozcan, L. Karabarbounis and C. Villegas-Sanchez (2015), “Capital Allocation and Productivity in South Europe.” NBER Working Paper No.21453.

Gros Daniel (2016), “Can Trump Save the Euro?”, Project Syndicate, 6 December, https://www.project-syndicate.org/commentary/italy-referendum-trump-economic-boost-by-daniel-gros-2016-12.

Gudgin Graham, Ken Coutts and Neil Gibson (2016), “The Macro-Economic Impact of Brexit: Using the CBR Macro-Economic Model of the UK Economy (UKMOD)”, Centre for Business Research, University of Cambridge, Working Paper No. 483, November (Revised January 2017), http://www.cbr.cam.ac.uk/fileadmin/user_upload/centre-for-business-research/downloads/working-papers/wp483revised.pdf

Hamilton B. and J. Whalley (1984), “Efficiency and distributional implications of global restrictions on labour mobility”, Journal of Development Economics, Vol. 14, No. 1, pp. 61–75.

Holland Dawn and Paluchowski Paweł (2013) “Geographical labour mobility in the context of the crisis”, European Employment Observatory, June, London: NIESR.

Holland Stuart (2015), “Displacement, Denial and Projective Identification: Psychology, Politics and Europe in Question”, Institute for Advanced Studies, Köszeg (Hungary).

Judt Tony (2010), Ill fares the land, London: Allen Lane.

Juncker Jean-Claude (2016), “State of the Union speech and letter of intent”, 14 September, https://ec.europa.eu/priorities/state-union-2016_en.

Kòrshunov Maxim (2014), “Mikhail Gorbachev: I am against all walls”, Russia Beyond The Headlines, 16 October, http://rbth.com/international/2014/10/16/mikhail_gorbachev_i_am_against_all_walls_40673.html.

Krugman Paul (1993), “Lessons of Massachusetts for EMU.” In Torres, F., and F. Giavazzi (Eds), Adjustment and Growth in the European Monetary Union, Cambridge University Press.

Lafontaine Oskar (2015), “Let’s develop a Plan B for Europe”, INKS-International Journal of Socialist Renewal, 23 September. http://links.org.au/node/4573.

Laski Kazimierz and Leon Podkaminer (2011), “Common monetary policy with uncommon wage policies: Centrifugal forces tearing the euro area apart”, Intervention. European Journal of Economics and Economic Policies, Vol. 8, No. 1, pp. 21-29.

Laski Kazimierz and Leon Podkaminer (2012), “The basic paradigms of EU economic policy making need to be changed”, Cambridge Journal of Economics, Vol. 36, No. 1, pp. 253-270.

Laski Kazimierz and Leon Podkaminer (2013), “Net private savings in relation to the government’s financial balance: some basic principles of macroeconomics disregarded by the European Union’s economic policy makers”, in Ó. Dejuán, E. Febrero and J. Uxó (Eds), Post-Keynesian Views of the Crisis and its Remedies, Routledge.

Lenin Vladimir Ilich (1915), “On the Slogan for a United States of Europe”, Sotsial-Demokrat No. 44, August 23, Lenin Collected Works, Progress Publishers, [1974] , Moscow, Vol 21, pp. 339-343,
https://www.marxists.org/archive/lenin/works/cw/index.htm#volume21

Lieven Anatol (2016), ‘The West should become the North, with Russia as an essential part of it’, Valdai Discussion Club, 15 December, http://valdaiclub.com/a/highlights/the-west-should-become-the-north-with-russia/.

Milanovic Branko (2016), Global Inequality: A New Approach for the Age of Globalization, Harvard, http://www.hup.harvard.edu/catalog.php?isbn=9780674737136.

Müller Jan-Werner (2016), “The problem with Poland”, New York Review of Books, 11 February, http://www.nybooks.com/daily/2016/02/11/kaczynski-eu-problem-with-poland/.

Nuti D. Mario (2009), “Globalisation Today: Incomplete, Distorted and Unfair”, in Pompeo della Posta, M. Uvalic and A. Verdun (Eds), Globalisation, Development and Integration, Palgrave-Macmillan, London, pp. 326-329.

Nuti D. Mario (2011), “The Spectre of Populism”, Blog “Transition”, https://dmarionuti.blogspot.it/2011/04/spectre-of-populism_30.html.

Nuti D. Mario (2013a), “Austerity can kill you”, Blog “Transition”, https://dmarionuti.blogspot.com/2013/07/austerity-can-kill-you.html.

Nuti D. Mario (2013b),”Austerity versus Development”, International Conference on Management and Economic Policy for Development, Kozminski University, Warsaw, 10-11 October, https://files.acrobat.com/a/preview/27a856d0-aeb8-4869-a952-7f5793b4738d.

Nuti D. Mario (2013c), “Did we go about transition in the right way?” in Paul Hare and Gerard Turley (Eds), Handbook of the Economics and Political Economy of Transition, Routledge, London and New York, 2013, Ch. 3, pp. 46-58, https://docs.google.com/file/d/0B4C7eK01Z6a4OWx1UXBpZWtpZzA/edit.

Nuti D. Mario (2014), “PADRE”, Blog “Transition”, 4 April https://dmarionuti.blogspot.it/2014/04/padre.html.

Nüse Loukas (2016), “The European Banking Union: How the EU is Missing an Opportunity to Highlight the Benefits of Further Integration”, The Governance Post, 12 July, Berlin: Hertie School of Governance https://www.hertie-school.org/the-governance-post/2016/07/european-banking-union-eu-missing-opportunity-highlight-benefits-integration/

OECD (2016), Perspectives on Global Development 2017: International Migration in a Shifting World, OECD Publishing, Paris, http://dx.doi.org/10.1787/persp_glob_dev-2017-en (read only).

Pâris Pierre and Charles Wyplosz (2013). “To End the Eurozone Crisis, Bury the Debt Forever”, VoxEU, 6 August, http://voxeu.org/article/end-eurozone-crisis-bury-debt-forever.

Pâris Pierre and Charles Wyplosz (2014). PADRE – Politically Acceptable Debt Reduction in the Eurozone, Geneva Reports on the World Economy, Special Report 3, ICMBS and CEPR, January
http://graduateinstitute.ch/files/live/sites/iheid/files/sites/international_economics/shared/international_economics/prof_websites/wyplosz/Geneva%20Reports/Geneva%20Special%20Report%203.pdf.

Pisani-Ferry Jean (2016) “Preventing the Next Eurozone Crisis Starts Now”, Project Syndicate 1 December, https://www.project-syndicate.org/commentary/future-of-the-eurozone-discussions-by-jean-pisani-ferry-2016-12.

Pisani-Ferry Jean, Norbert Rottgen, Andre’ Sapir, Paul Tucker and Guntram B. Wolfe (2016) “Europe After Brexit: A Proposal for A Continental Partnership”, Bruegel Institute, 29 August http://bruegel.org/2016/08/europe-after-brexit-a-proposal-for-a-continental-partnership/.

Podkaminer Leon (2016), “Economic Disintegration of the European Union: Not unavoidable, But Probable”, Acta Oeconomica, Vol. 66 (S1), pp. 49-61.

PressTV (2016), “Juncker defends relations with ‘odious regimes’ like Saudi Arabia”, http://www.presstv.ir/Detail/2016/11/26/495318/saudi-arabia-eu-turkey-juncker.

Rampini, Federico (1998), Intervista sull’Italia in Europa, Roma, Bari: Laterza.

Rampini Federico (2016), Il tradimento – Globalizzazione e Immigrazione, Le menzogne delle élites, Mondadori, Milano.

Reichlin Lucrezia and Shahin Vallée (2016), “Resolving Europe’s banking crisis in Italy”, https://www.project-syndicate.org/commentary/europe-italy-flawed-banking-union-by-lucrezia-reichlin-and-shahin-Vallée-2016-10.

Reinhardt Carmen M. (2016), “Fleeing from Italy”, https://www.project-syndicate.org/commentary/capital-flight-from-italy-by-carmen-reinhart-2016-11.

Reinhart Carmen M. and Kenneth S. Rogoff (2010), “Growth in a Time of Debt”, NBER Working Paper No. 15639, January http://www.nber.org/papers/w15639.pdf.

Roach Stephen S. (2016), “Central Banking Goes Negative”, 18 February, Project Syndicate, https://www.project-syndicate.org/commentary/central-banks-negative-interest-rates-by-stephen-s–roach-2016-02

Rodrik Dani (2016a), “The Abdication of the Left”, 11 July, Project Syndicate https://www.project-syndicate.org/commentary/anti-globalization-backlash-from-right-by-dani-rodrik-2016-07

Rodrik Dani (2016b), “Don’t Cry Over Dead Trade Agreements”, 8 December, Project Syndicate, https://www.project-syndicate.org/commentary/no-mourning-dead-trade-agreements-by-dani-rodrik-2016-12.

Romani Sergio (2015), In Lode della Guerra Fredda – Una Controstoria, Longanesi, Milano.

Sala-i-Martin, X. & Jeffrey Sachs, 1991. “Fiscal Federalism and Optimum Currency Areas: Evidence for Europe From the United States,” National Bureau of Economic Research, Working Papers 3855, http://www.nber.org/papers/w3855.pdf.

Sierakowski Sławomir (2016), “The Polish Threat to Europe”, Project Syndicate, 19 January, https://www.project-syndicate.org/commentary/poland-illiberalism-threat-to-europe-by-slawomir-sierakowski-2016-01.

Somma Alessandro (2014), La dittatura dello spread, Derive-Approdi, Milano.

Stanley Ben (2017), “Poland’s Dysfunctional Democracy”, 17 January, Social Europe, https://www.socialeurope.eu/2017/01/polands-dysfunctional-democracy/

Stiglitz Joseph (2016), “Globalisation and its new discontents”, 5 August, Project Syndicate, https://www.project-syndicate.org/commentary/globalization-new-discontents-by-joseph-e–stiglitz-2016-08.

Stuckler David and Sanjay Basu (2013), The Body Economic: Why Austerity Kills, Allen Lane, London.

Fernández-Villaverde J., L. Garicano and T. Santos. 2013. “Political Credit Cycles: The Case of the Eurozone.” Journal of Economic Perspectives, 27: 145-66.

Ugur Mehmet (2016), “Why EU-Turkey Accessio Negotiations Should Be Suspended”, Social Europe, 12 December, https://www.socialeurope.eu/2016/12/eu-turkey-accession-negotiations-suspended/.

van Parijs Philippe (2016), “Thatcher’s Plot — And How To Defeat It”, Social Europe, 29 November, https://www.socialeurope.eu/2016/11/thatchers-plot-defeat/.

von Hayek Friederich A. (1939), The Economic conditions of interstate federalism, in Individualism and Economic Order, Chicago University, 1948, https://mises.org/sites/default/files/Individualism%20and%20Economic%20Order_4.pdf.

WikiLeaks (2016), “Germany and the European economic crisis”, Hilary Clinton Email Archive, https://wikileaks.org/clinton-emails/emailid/9539.

Yarrow George (2016), Brexit and the Single Market, Essays in Regulation, Regulatory Policy Institute, Oxford, July, http://www.rpieurope.org/Publications/Yarrow_Brexit_and_the_single_market.pdf.

Zoellick Robert B. (2000), “Two Plus Four: The Lessons of German Unification”, The National Interest, 22 September https://is.cuni.cz/studium/predmety/index.php?do=download&did=32105&kod=JMM352

Zuesse Eric (2015), “How America double-crossed Russia and Shamed West”, The Washington Culture Foundation, http://www.strategic-culture.org/news/2015/09/10/how-america-double-crossed-russia-and-shamed-west.html.

________

[1] O colapso económico pós-soviético e do Leste Europeu foi apenas parcialmente devido à desintegração de área do rublo. A maior parte foi devida a outros fatores, tais como a adoção da terapia de choque típica do Consenso de Washington, que tinha sido relativamente bem-sucedida na América Latina (sofrendo de hiperinflação, com um grande número de empresas privadas totalmente integrado internacionalmente) mas era inadequada para países de transição ainda dominados por grandes empresas estatais, não interligadas nos mercados internacionais e sofrendo de inflação reprimida (escassez). Os reformadores estavam preocupados em destruir os restos do sistema soviético e reforçaram a liberalização de preços, privatizações e austeridade, ao invés de estimular o desenvolvimento económico. Na Rússia, a recessão de transição da década de 1990 foi em grande parte devida ao colapso do Estado e, sobretudo, à incapacidade de criar um sistema fiscal eficaz (agravado pela abolição do monopólio estatal da vodka e ao colapso do preço do petróleo). Ver Nuti, 2013.

________

Texto disponível  em:

https://dmarionuti.blogspot.pt/2017/01/seismic-faults-in-european-union.html

________

Para ler a Parte IV deste trabalho de Domenico Mario Nuti, publicada ontem em A Viagem dos Argonautas, clique em:

CRISE DA DEMOCRACIA, CRISE DA POLÍTICA, CRISE DA ECONOMIA: O OLHAR DE ALGUNS ANALISTAS NÃO NEOLIBERAIS – 3. FALHAS SÍSMICAS NA UNIÃO EUROPEIA (4ª PARTE), por DOMENICO MARIO NUTI

Leave a Reply