AMANHÃ VAMOS À ÓPERA

Amanhã daremos início à publicação do primeiro ciclo de uma série sobre a ópera. Não seguiremos uma ordem cronológica – começaremos com o ciclo dedicado à ópera do Romantismo italiano – não se trata de uma decisão arbitrária, mas sim de uma aproximação do gosto musical mais difundido. Quem não sabe trautear algumas das árias deste período da História da música?

António Silva, o grande actor português, em O Pátio das Cantigas, o filme realizado em 1942 por Francisco Ribeiro («Ribeirinho»), no famoso papel do Evaristo, diz para a filha algo como «a ópera é música para operários». E, na verdade, os libretos eram de uma maneira geral concebidos para comover, para emocionar, pela dimensão dramática que o Romantismo impunha.

Desde o século XVII, a ópera, que sempre foi muito popular em Itália.Porém, a partir do primeiro quartel do século XIX, a ópera impôs-se como género musical dominante, como expressão de um Romantismo que ganhara já uma posição hegemónica na literatura, na pintura, nas letras e nas artes em geral. Nem só no mosaico de Estados da Península Itálica a ópera foi um espectáculo bem acolhido. Mas, quando boa parte dos povos italianos aspirava à unificação – ao Risorgimento, movimento que lutou pela união de pequenos Estados, alguns dos quais ocupados por países estrangeiros, a ópera, não abordando directamente a  questão histórica concreta, situando a acção em locais e épocas diferentes, aludiam claramente á vida política italiana, sendo frequentemente o espectáculo interrompido por tempestades de aplausos e vivas a Itália, a Vítor Emanuel ou a Garibaldi, figuras icónicas dos conservadores e dos revolucionários. A música não só se transformou num veículo privilegiado do novo movimento, como foi um dos elementos da unificação. Va pensiero (Coro dos Escravos Hebreus, da ópera Nabucco, de Verdi, esteve para ser o hino da Itália que se reunificou em 1861. Em suma, a ópera romântica serviu para exprimir as ideias de unidade, liberdade e patriotismo pelas quais a Itália lutou nesse período.

Amanhã, dia 1 de Abril, daremos início à publicação do primeiro ciclo de uma série sobre a ópera. Não seguiremos uma ordem cronológica – começaremos com o ciclo dedicado à ópera do Romantismo italiano – não se trata de uma decisão arbitrária, mas sim de uma aproximação do gosto musical mais difundido. Quem não sabe trautear algumas das árias deste período da História da música?

Ainda hoje daremos mais informação sobre esta série.

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