Ou seja, a exortação por parte da Presidência aos vigentes governos, de “uma maior criação de riqueza”.
Uma maior criação de riqueza. Assim mesmo, sem explicação prática ou técnica, processos, modo de acção, instruções, nada.
(Um lugar comum tão comum, tão comum, tão comum, que quase até dói. Que até faz parece impossível).
Já o finado (demolhado, seco e devidamente empalhado e embalsamado) anterior presidente, não se cansava de o dizer. De o proferir. De o profetizar.
Embora este novel presidente nada tenha a ver com o outro – uma reconhecida múmia em segunda mão, de algum Egipto suburbano de Feira da Ladra – o palavreado, sem qualquer mínimo sentido, é o mesmo. Não é novidade. Nem sequer notícia.
Novidade (ou mesmo notícia) seria o Presidente da República exortar, persuadir, concitar o governo a cagar na criação de riqueza, a abandalhar as funções de que foi cometido e a sair mais cedo do Parlamento às sextas-feiras.
Claro que o Presidente (que é informado e inteligente) sabe de tudo isso e o seu recado ou apelo consiste precisamente no contrário das realidades aqui tão crua e cruelmente expostas por este perigoso e suspeito cronista do reino.
A única dúvida que presidirá ou sobreleva o singelo apelo presidencial, é se a tal “maior criação de riqueza” dirá afinal respeito ao governo e aos deputados.
