IMAGEM E POESIA – Por José Magalhães (103)

COMO EM QUALQUER OUTRO LUGAR

 

Falando do tempo

E da minha desejada eternidade

Escrevo do dia que há-de vir

Recomeçando o movimento

Da escrita das palavras

Mostrando o resíduo da dor

Como se tivesse a certeza

De que amanhã,

Usando uma imagem geográfica

E talvez alguma insanidade,

Ainda cá estou

Vivo

Aqui, neste lugar

Na suavidade desta cor

Com a noção de estar

Inundado do som de sorrisos

Com fluidez no pensar

Sem a iminência de uma paragem

Ou de ser levado por uma qualquer aragem

E com o pensamento rico

E invulgar

Embora, ao invés,

Tanto possa estar aqui

Como em qualquer outro lugar.

 

 

11 Comments

  1. E aquela bolha da foto, parece ser a cápsula do tempo que o poderá transportar. Um forte abraço Zé Magalhães. Bonito poema.

  2. Embora possa estar aqui como em qualquer outro lugar..
    Eternidade, conceito matemático, abraçado por poetas e apaixonados numa busca fútil de si mesmos na galáxia insondável da natureza humana e das suas interelações caoticamente incomensuraveis.
    Einstein e, a sua cada vez mais contestada, teoria da relatividade, dizia nada poder viajar mais rápido do que a luz, sob pena de a matéria se transformar em energia pura e com isso distorcer a relação espaço – temporal responsável pelo ciclo repetitivo ordem/caos do universo.
    Esqueceu-se (ou quis) da velocidade do pensamento, liberto de amarras espaço – temporais, conceitos matemáticos ou fundamentações de sabor Quarkiano.
    Continua a presentear-nos com estas tuas viagens sem tempo e no tempo das tuas bonitas eternidades, nunca esquecendo que uma alma precisa de um corpo.. para chorar!

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