HOJE É SÁBADO por Luísa Lobão Moniz

Hoje é sábado porque amanhã é domingo, dia 1 de Outubro, o primeiro dia de uma vida nacional e regional depois de os cidadãos terem reflectido e votado.

Oitenta mulheres foram vítimas de excisão genital feminina em 365 dias de 2016.

Habituámo-nos a chamar a este sábado, dia de reflexão eleitoral.

Com as mãos cheias de terra queimada olhamos para o boletim de voto e pensamos nas nossas vidas desprotegidas, usadas para campanhas pessoais e não políticas.

O que vai ser o dia de amanhã? Cada Câmara, cada Junta de freguesia vai ter um novo, ou o mesmo dono. A Liberdade dada pelo 25 de Abril deu a voz ao povo, deu o ensino para que todos soubessem escolher…

O povo sabe escolher, mas os políticos manipulam com escândalos, promessas, e difamações…

Sejam quais forem os resultados a verdade é que as autarquias têm pessoas mais escolarizadas, mais conhecedoras da vida, do compromisso social.

Nas eleições autárquicas “não votamos em partidos, mas em pessoas…”

No mediterrâneo o mar continua tingido de vermelho…

As crianças continuam a ser o elo mais fraco e as lágrimas não deixam de cair pela face.

A pessoa em que eu votei o que vai organizar para que as lágrimas dêem lugar ao sorriso, para que as famílias sejam mais apoiadas e crescerem com dignidade e solidariedade.

Há quem tivesse pensado que ia encher a praça do Município, em Lisboa, e apenas um terço se preencheu…

Na Catalunha, no mesmo dia que as eleições portuguesas, os cidadãos estão proibidos de fazer o referendo para se separarem de Madrid. O clima é de tensão, o medo da violência aumenta, o que vão fazer as forças da ordem, ou da desordem?

Portugal e Catalunha de novo a lutar pela sua identidade.

Incêndios, armas, ministros envolvem os discursos.

Basta esperar mais 24 horas e logo saberemos quem vai gerir este fervilhante país.

Oxalá a geringonça tenha ensinado que afinal é possível o que parece impossível.

 

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