SINAIS DE FOGO – OS MARUJOS DE CRISTAS – por SOARES NOVAIS

 

Tal qual o previsto a Assunção comeu a coelhinha de cebolada. Sim, a Teresa. Aquela que aceitou ser leal ao Coelho e andou por Lisboa travestida de candidata. Não espanta: Assunção tem lábia e herdou do paizinho Portas o seu jeito para vender banha da cobra.

Assunção fez uma campanha ruidosa. Tal qual o povo gosta. Prometeu o céu e a terra; deu beijinhos e abracinhos; lapiseiras e papelinhos. Sempre de tacha arreganhada. Não fosse ela a versão feminina do Paulinho das Feiras – antes, claro está, de Portas cair nos braços do comendador da Mota-Engil e de ser afagado no longínquo México, entre uma e outra lição sobre petróleo e gás natural.

Ao invés, a coelhinha mais parecia a madre Teresa a peregrinar pela cidade de Ulisses. Abandonada pelo “aparelho” e entregue à sua sorte. Mesmo que tenha anunciado um alegado apoio de Marcelo, logo desmentido por comunicado presidencial; e de por uma vez ter contado com a companhia do pequenote de Fafe em Lisboa – não confundir com o morgado, de Camilo sff – e do Santana da “Misericórdia”, que sabiamente não aceitou trocar o seu chorudo salário por nova candidatura à capital.

Danada para a bricadeira, a Assunção do Caldas encerrou a campanha com uma ideia genial, anunciada a bordo de um barco no Tejo:

“Importa juntar empresas e investigação numa ‘cidade do mar’, num município liderante na estratégia azul, com o desporto escolar a dar carta de marinheiro no 12º ano para formar a geração oceânica.”

Para muitos tal “é uma ideia parva”. Não concordo. Para mim, tão genial ideia é, isso sim, uma cunha do paizinho Portas. Explico: entre os afazeres na Mota-Engil e um mergulho nas calientes águas de Cancun, Portas arranjou tempo para tomar uma “bica” e meter-lhe a dita.

Percebo-o: a futura “geração oceânica”  garantirá os marujos capazes de fazer zarpar os submarinos que ele comprou com o nosso dinheirinho. Mais vale tarde do que nunca.

 

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