O QUE SE PASSA COM A NECESSIDADE DE VIOLÊNCIA? Por Luísa Lobão Moniz

 

A violência, perante o que vemos na TV ou nos jornais, parece estar a aumentar.

Diz-se que os estudantes portugueses relataram mais casos de Bullying do que nos Estados Unidos da América; cada vez vemos mais casos de violência contra pessoas indefesas e com mais idade; sabe-se cada vez mais de crianças maltratadas que maltratadas ficam por falta de meios para trabalhar estes casos; nos programas da TV, de manhã, os espectadores ficam assustados com a violência sem fim e cada vez mais forte que são relatadas, vistas e comentadas.

A violência, que parece estar a aumentar nas ruas e nas casas, é divulgada pelos telemóveis e enviada de imediato para a comunicação social. Ninguém fica indiferente aos pontapés criminosos na cabeça das vítimas.

Lembram-se dos dois irmãos gémeos do Iraque, filhos do Embaixador, que bateram barbaramente num jovem de 16 anos? Quem foi castigado?

Os namorados batem-se considerando que a violência entre eles é natural.

A mulher ainda se sente culpabilizada pela pancada que leva. Todos os dias morrem mulheres vítimas de maus tratos, de ciúmes, porque são mulheres…

Os actos terroristas continuam e não há maneira de acabar com ele mesmo mostrando que o Ocidente não tem medo (?) e vai para a rua.

As pessoas falam com um tom de voz cada vez mais agressivo, quando conduzem insultam o outro condutor (se fosse mulher ainda é pior).

As denúncias de assédio sexual são constantes, apesar de alguns se terem passado há 25 anos.

Qual a mulher ou o homem que há 25 anos era capaz de dar a cara publicamente?

A violência tem muitas causas físicas e psicológicas e muita gente se sente com o direito à impunidade como o ex-ministro, professor universitário.

Se repararmos bem estamos rodeados de símbolos agressivos, veja-se algumas tatuagens no corpo de algumas pessoas, os jogos na net como a baleia azul.

Os anúncios das televisões estão cheios de imagens agressivas e sedutoras.

E voltando à violência na rua durante a noite é necessário perguntar aos pais porque os seus filhos e filhas, com 13, 14 anos estão nos bares…

Talvez não fosse mau as forças de segurança mostrarem, no lugar, aos pais como estão os seus filhos e os outros jovens…. verem meninas de 13 anos irem quase em coma para o hospital, como todos ficam bastante desprotegidos por causa do álcool que não podem consumir.Estas pessoas, adultos ou jovens, como irão proceder durante as suas vidas, que exemplo vão transmitir às gerações vindouras?

Já basta de violência pessoal e institucional (julgamentos).

2 Comments

  1. Um problema de educação, de valores. Assistimos nos meios de comunicação social às notícias sobre corrupção a que se segue a desculpa airosa à portuguesa. os políticos criticam-se uns aos outros num discurso à margem do que devia ser, de esclarecimento , de exposição de ideias e projectos para a comunidade que somos ou devíamos ser. Não temos valores. Somos individualistas e pouco amigos uns dos outros. O xico espertismo é que conta. Estamos em Anomia.

  2. Diria que existe uma má colocação do problema da guerra dos sexos. A questão não parece ser biológica (a eterna desculpa Darwiniana, meramente retórica) nem meramente ‘psicológica’ mas Civilizacional, em termos gerais,e Cultural, no que respeita a Portugal (em que existe o quádruplo de mulheres assassinadas na guerra dos sexos do que em Espanha – um país históricamente mais violento. A dimensão civilizacional vem de que a História dos Impérios continua o seu curso. Os Impérios precisam de Exércitos de ataque, não de defesa. Os Impérios “educam” comandos através da tortura militar e do Bullying, matando alguns jovens por ano e inculcando em milhares a noção de que são superiores porque são brutais e estão preparados para matar. A América Texana dá o exemplo Civilizacional dos Impérios Assassinos (causando milhões de mortos e enormes destruições) e dá o exemplo Cultural do País dos degredados europeus libertados aí para provocar um dos maiores genocídios étnicos de que há memória e prolongar o genocídio Índio com o assassinato de afro-Americanos que persiste até hoje.
    Em Portugal, País governado pelas Mães (desde as caravelas que os homens partem deixando terras, casas e bens para que mulheres e velhos cuidem delas), as esposas e companheiras pagam com língua de palmo as fixações alcoólicas e (pseudo)-‘viris’ dos pseudo-machos que amam mais do que tudo as Mãezinhas e os seus duplos dos gangs das tascas, da caça e das prostitutas, momento em que se reencontram com a genitalidade, desde que dure pouco. No País das Mãezinhas (até a do ‘Céu), o amor à Mãe é pago por esposas e companheiras, com homens insuficientemente admirados pelas esposas (como admirar bêbados e putanheiros), que depois se lhes negam e se negam, investindo tudo nos seus bébés e meninos, recomeçando o círculo vicioso das Mamãs, dos Filhos das Mamãs, e da incapacidade de transferir os amores infantis para mulheres adultas. Não por acaso, Portugal tem uma das maiores taxas de divórcios da Europa.
    Se acrescentarmos que a Civilização do Imperialismo Militar precisa de legitimar a sua criminalidade internacional com a criação de ‘inimigos’ e com a generalização cinematográfica, das séries e dos jogos virtuais, o Círculo fecha-se. A Civilização WASP é particularmente violenta não porque é Protestante, nem Branca, mas porque é Imperial. A economia militar vende biliões de armas (agora a Sauditas e sul-coreanos), os Media de Diversão legitimam a guerra e invertem os termos, transformando os reactivos à violência Americana nos ‘causadores do problema’. E o macho Lusitano, no Bullying das tascas, dos quartéis e das praxes académicas tenta disfarçatr com ‘litradas’e ‘pancada’ a sua falta de genitalidade amorosa (o amor é das Mamãs, que aliás acicatam os divórcios, como sempre se soube). Há excepções para tudo, este é um retrato-robot nas suas linhas muito gerais. Há que ver cada árvore mas não há que ‘apagar’ a floresta.

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