Sobre os nossos dirigentes internacionais: da falta de ética à incapacidade de compreender a realidade económica. 5 – O sistema financeiro é uma fraude absoluta(2ª parte), por Paul Hellyer.

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Fotografia de Leonel Brás. Tirada junto à IP3, 24 horas depois do fogo ser considerado extinto.

Seleção e tradução de Júlio Marques Mota

falta ética 1

5. O sistema financeiro é uma fraude absoluta

 

 

Por Paul Hellyer(*), em fevereiro de 2011 paul helleyer

(2ª parte)

Catástrofes futuras

Texto 5 2

Um sistema global onde todo o dinheiro é criado sob a forma de dívida é um desastre perpétuo em marcha. É como um enorme balão que os bancos enchem totalmente com dívidas. O balão fica maior e maior até que a carga da dívida se torna demasiado pesada, e então é como um balão no qual se espetou uma agulha. O sistema entra em falência e milhares ou, por vezes, milhões de pessoas inocentes perdem os seus empregos, casas, herdades ou negócios.

Quase qualquer estudante do ensino médio deve poder ver que um sistema monetário assente na criação de dívida é completamente irracional. A dívida global total, matematicamente, tende sempre para o infinito – e não há como reembolsá-la. O dinheiro real (legal) para o fazer não existe. E a economia real, que depende de liquidez para crescer, diminui assim que o fluxo de crédito monetário começa a secar.

Nada de surpreendente que tenha havido 25 recessões e depressões nos Estados Unidos desde 1890. Em vários casos, incluindo a Grande Depressão da década de 1930 e a atual Grande Recessão, as provas indicam que a crise estava prevista por alguns insiders [pessoas com acesso a informação privilegiada] que ajudaram a desencadear o desastre.

Na sequência da Grande Depressão, o relatório do Comité sobre Bancos e Dinheiro do Senado dos Estados Unidos, mais conhecido como o Relatório da Comissão Pecora sobre as práticas das Bolsas de Valores, indicou os insiders tinham beneficiado com o colapso. “As vigarices jurídicas e o obscurantismo eram os aliados mais vigorosos dos banqueiros”, escreveu Pecora nas suas memórias. Afirmações semelhantes foram reveladas no documentário arrasador de Charles Ferguson, Inside Job, que trata da crise de 2007 e 2008. Essas revelações e outras evidências históricas revelam, sem qualquer dúvida, que Wall Street está largamente corrupta até ao pescoço. Tornou-se como uma gigantesca e pesada pedra pendurada ao pescoço das economias americanas e mundiais.

Os danos colaterais da recente crise foram espantosos. O Departamento do Trabalho dos EUA estima que 8,4 milhões de postos de trabalho foram perdidos apenas nos Estados Unidos. A maioria dos países sofreu perdas igualmente dramáticas. A redução do valor dos ativos em todo o mundo foi estimada em vinte milhões de milhões de dólares – ainda que nenhum dos verdadeiros responsáveis esteja preso. Pode-se pensar que alguém poderia ter tido a atitude decente de iniciar uma ação coletiva de pelo menos US $ 10 milhões de milhões contra os indivíduos e as organizações que contribuíram de uma maneira ou de outra para esta enorme catástrofe.

Que um sistema tão vulnerável à manipulação possa ter sido criado, está além da compreensão humana. Esta evolução não aconteceu por acidente. Ela não foi guiada pela mítica “mão invisível” de Adam Smith. Pelo contrário, desde há mais de um século e meio foi concebido pela mão quase impercetível da família Rothschild e dos seus aliados, e desde a Segunda Guerra Mundial pela família Rockefeller. Essas duas dinastias juntaram forças para exercer influência em muitas frentes, abrigadas por detrás do véu de sigilo estabelecido pelo Grupo Bilderberg.

A criação da Reserva Federal americana

 

Texto 5 3

A influência duradoura do cartel bancário é incalculável. O seu maior golpe foi a criação da Reserva Federal nos Estados [em dezembro de 1913]. Os grandes bancos de Nova Iorque realmente não gostavam da ideia de concorrência real: como resultado, um pequeno grupo reuniu-se secretamente no Jekyll Island Club, um resort privado da propriedade de J. P. Morgan [2] na ilha de Jekyll, ao largo da costa da Geórgia. O seu sistema, concebido por Paul M. Warburg [3], depois adotado pelo Congresso, é um monopólio privado, legalmente autorizado, da massa monetária americana, monopólio explorado em benefício de alguns sob o pretexto de proteger e promover o interesse público.

É uma homenagem à competência dos banqueiros internacionais o terem podido elaborar um projeto de lei, modificá-lo, mudado o seu nome e fazerem uns poucos compromissos estéticos necessários para que ele fosse adotado pelo Congresso antes do Natal, num momento em que muitos dos representantes deviam antecipar os prazeres das Festas muito mais do que estarem a preocupar-se seriamente com todo este processo. Charles Lindberg sr. parecia ser o único a bem compreender a essência do que estava a acontecer.

Para dizer as coisas cruamente, o Congresso transferiu o seu direito constitucional soberano de criar dinheiro para a guarda exclusiva de um grupo de banqueiros privados. A dimensão da operação é sem precedentes na história do mundo – os números estão agora na casa dos milhares de milhões.

Logo após a aprovação da lei, a extensão da tragédia começou a ser reconhecida. William Jennings Bryan, que era o responsável pelo controlo da disciplina partidária do Partido Democrata, disse mais tarde: “Na minha longa carreira política, a única coisa que eu realmente lamento é o meu papel na adoção da lei sobre os bancos e o dinheiro (Federal Reserve Act de 1913) “. Apenas três anos após a aprovação da lei, o presidente Woodrow Wilson escreveu: “Uma grande nação industrial é controlada pelo seu sistema de crédito. O nosso sistema de crédito está concentrado [no sistema da Reserva Federal]. O crescimento da nação, portanto, e todas as nossas atividades estão nas mãos de alguns homens… Nós temos vindo a ser um dos piores e mais mal dirigidos governos, um dos governos mais completamente controlados e mais dominados no mundo civilizado“. No entanto, a lei não foi revogada; mais de cem anos depois, essa traição continua a ter força de lei. É para se perguntar o que os representantes do povo fizeram para merecerem os seus salários.

Impostos, uma medida “temporária”

As pessoas responsáveis pelo golpe original viram a longa distância. Eles perceberam que quando os futuros governos precisassem de pedir dinheiro emprestado teriam que lhes pedir a eles, e que precisariam de um fluxo constante de rendimento para pagarem os juros sobre as suas obrigações. Por conseguinte, persuadiram os governos a introduzirem os impostos sobre o rendimento, em primeiro lugar como uma medida temporária, mas posteriormente, de modo a poderem cumprir as suas obrigações para com os detentores de obrigações. No ano fiscal de 2005, o total dos impostos sobre o rendimento de pessoas singulares nos Estados Unidos atingiu $927 000 000 000. Deste montante, $352 000 000 000, ou seja, 38%, foram necessários unicamente para pagar os juros sobre a dívida federal. O valor atualmente será ainda mais elevado.

Texto 5 4

Os banksters [4], como muitas vezes são chamados, decidiram então que uma imprensa independente poderia descobrir o subterfúgio. Estas palavras de Oscar Callaway são citadas no Congressional Record de 9 de fevereiro de 1917:

“Em março de 1915, representantes influentes do J.P. Morgan, dos industriais do aço, da construção naval, da pólvora e das suas organizações subsidiárias, reuniram 12 homens bem colocados no mundo da imprensa e pediram-lhes que selecionassem os jornais mais influentes dos Estados Unidos e determinar qual o número de jornais necessários para controlar a política editorial da imprensa diária dos Estados Unidos no seu conjunto… Eles determinaram que era suficiente assumir o controle dos 25 maiores jornais. Estas 25 publicações foram identificadas; emissários foram enviados para comprar a política nacional e internacional desses jornais; um editor foi fornecido a cada um desses jornais para supervisionar e modificar adequadamente as informações sobre preparativos de guerra, militarização, políticas financeiras e outros pontos de interesse nacional e internacional considerados essenciais para os interesses dos compradores [e excluir] qualquer oposição à vontade do interesse servido. “

 

Três temas tabu

Tem-se sugerido que o Grupo Bilderberg se inspirou em Morgan para proteger os seus interesses no final do século XX e início do século XXI. É impossível provar porque os seus membros são mantidos em segredo e a imprensa não cobre as suas reuniões. Seria uma mera coincidência que o sistema monetário, as traficâncias que por estão por detrás da globalização e a dissimulação, desde há várias décadas, em torno da presença extra terrestre assim como da tecnologia utilizada [NT] (especialmente quanto a fontes de energia limpas que afetariam o valor das reservas de petróleo), são os três tópicos com a influência mais direta sobre os interesses dos banksters, são os três tópicos que são evitados como sendo uma praga pela imprensa do grande público?

Não sou capaz de ir tão longe que pudesse afirmar que os homens que estão por detrás do sistema bancário internacional são pessoas profundamente más, pois os seus pensamentos permanecem secretos. No entanto, Sir Josiah, mais tarde Baron Stamp, antigo diretor do Banco de Inglaterra, deu-nos um raro resumo da verdade:

Texto 5 5

«Os bancos foram concebidos na iniquidade e nascidos no pecado. Os banqueiros são os proprietários da terra. Podem-lha tirar, mas deixem-lhes o poder de criar moeda e com uma simples assinatura eles criarão dinheiro suficiente para voltarem a comprá-la novamente. No entanto, tirem-lhes esse poder e todas as grandes fortunas como a minha desaparecerão, como elas deveriam desaparecer, porque o mundo seria então melhor e mais feliz. Mas se quisermos continuar escravos dos banqueiros e pagar o custo da própria escravidão, deixem-nos continuar a criar dinheiro.»[5]

Durante a recente crise de 2007-2008, a Reserva Federal atuou rapidamente para evitar que o esquema Ponzi desabasse completamente. O FED imprimiu milhões de milhões de dólares para resgatar bancos e algumas indústrias fortemente endividadas junto dos bancos.

Mas o que é que a Reserva Federal fez pelos contribuintes, cujo dinheiro foi gasto tão loucamente a salvar os bancos? Nada! Eles foram deixados por conta própria face à crise. Milhões de pessoas perderam os seus empregos, as suas propriedades, as suas casas, as suas esperanças e a sua dignidade devido a circunstâncias independentes da sua vontade. Os contribuintes resgataram os bancos, mas não obtiveram nada em troca.

O mesmo é verdade para os governos que vieram tão rapidamente resgatar os bancos. No seguimento da crise, os seus rendimentos diminuíram, e foram forçados a criar ou aumentar os seus défices, ao mesmo tempo em que faziam fortes cortes nos serviços essenciais.

O Federal Reserve afirmou estimular a economia reduzindo as taxas de juros para perto de zero. Seria um exercício interessante descobrir o que aconteceu com todo este dinheiro a baixo custo. Seria um assunto interessante e a merecer toda a atenção do Congresso dos EUA. Quanto dinheiro é que os bancos utilizaram para comprar ativos nacionais e estrangeiros baratos? Que quantidade de dinheiro permitiu às instituições financeiras conquistar os mercados mundiais de alimentos e elevar os preços num altura em que milhões de pessoas estão famintas?

Sem dúvida, alguns contribuintes conseguiram aproveitar as baixas taxas de juros, mas foram eles alertados contra a velha tática de “isco e substituição”? Qualquer pessoa que adquira ativos com dinheiro barato corre o risco de perder a sua propriedade quando a Reserva Federal eventualmente aumentar as taxas de juros. Tudo isso faz parte do ciclo de sobreaquecimento inerente ao nosso sistema monetário infinitamente estúpido.

(continua)

O texto aqui reproduzido, uma versão reduzida preparada pelo autor da sua intervenção no International UFO Congress, Fort McDowell Resort, Scottsdale, Arizona, é traduzido da versão francesa disponível em: Le système financier mondial est une fraude absolue

Sitio da versão integral em inglês: http://www.disclosureproject.org/docs/pdf/Global-Fraud-Paul-Hellyer-UFO-Congress-Feb272011.pdf

Traduzido por Henri Thibodeau com a permissão do autor.

 

(*) Paul Hellyer (n. 1923), canadiano, engenheiro, político, escritor e comentarista, foi ministro da Defesa Nacional e dos Transporte nos gabinetes liberais de Lester B. Pearson e de Pierre Trudeau.

 

Notas

[2] John Pierpont Morgan (1837-1913), dito J. P. Morgan, foi um financeiro e banqueiro americano.

[3] Paul Moritz Warburg (1868-1932) era um banqueiro americano de origem alemã, conhecido sobretudo pelo seu papel na criação da Reserva federal dos Estados-Unidos.

[4] Jogo de palavras que associa o termo banker (banqueiro) com o termo gangster.

[5] Esta citação é geralmente atribuída a Sir Josiah Stamp, diretor do Banco de Inglaterra nos anos 20; contudo, a origem desta citação nunca foi confirmada.

 

[NT] Mais precisamente diz-nos o autor: “É uma fraude do governo Americano pretender que não está interessado na Ovnilogia. Na verdade, tem sido uma questão de alto interesse e provavelmente desde há décadas.” (It is a fraud for the U.S. government to pretend that it is not interested in UFOs. In fact, it has been a matter of high and probably pre-eminent interest for decades)

 

 

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