A ESSÊNCIA DA VIDA
Preciso de espaço para talvez querer
O que não sei.
A minha atitude é de recusa
Resignação e revolta.
Mesmo sem o saber
O que não quero, já dei
Num dia, ao fim da tarde, à luz difusa
No avesso de uma vida que já não volta
Repleta de sombras que nunca quis ver
Feitas de uma luz pálida de que nunca gostei
E dos sons miseráveis de uma vida confusa
Que por ali andavam, sozinhos, à solta.
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Preciso de espaço para talvez querer,
Preciso de subir um degrau
E de dar o passo que ainda não sei.
Preciso de sair das sombras de um poder nunca vivido
E de me afirmar com a recusa ao não aprender,
Não perdoar do rio que não passei a vau
Ganhar cumplicidades nos silêncios que abandonei
E na finita eternidade de um destino cumprido.
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Preciso de espaço para talvez querer
O que se não vê mas está ali,
Interiorizar e apreender
A energia de que me vali,
A essência da vida e do nosso ser.
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