IMAGEM E POESIA – Por José Magalhães (109)

A ESSÊNCIA DA VIDA

 

 

Preciso de espaço para talvez querer

O que não sei.

A minha atitude é de recusa

Resignação e revolta.

Mesmo sem o saber

O que não quero, já dei

Num dia, ao fim da tarde, à luz difusa

No avesso de uma vida que já não volta

Repleta de sombras que nunca quis ver

Feitas de uma luz pálida de que nunca gostei

E dos sons miseráveis de uma vida confusa

Que por ali andavam, sozinhos, à solta.

 .

Preciso de espaço para talvez querer,

Preciso de subir um degrau

E de dar o passo que ainda não sei.

Preciso de sair das sombras de um poder nunca vivido

E de me afirmar com a recusa ao não aprender,

Não perdoar do rio que não passei a vau

Ganhar cumplicidades nos silêncios que abandonei

E na finita eternidade de um destino cumprido.

.

Preciso de espaço para talvez querer

O que se não vê mas está ali,

Interiorizar e apreender

A energia de que me vali,

A essência da vida e do nosso ser.

 

.

 

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