QUE VALHA A PENA
Já me falta o tempo
Escasseia,
Escorre por entre os dedos,
Como se fosse areia.
Já consigo adivinhar o fim da jornada
Perdi-o pelo caminho, procurando medos.
Maldito tempo,
Transformado em nada.
.
Já não tenho tempo
Maldito sejas, que me faltas agora
Corri atrás de ti
Sem me dar conta
De que sempre foste meu
Em todo o segundo, em toda a hora,
Sem dar fé que te perdi,
Que te gastei, a ti
Que eras meu … MEU!
Maldito seja eu
Que me esqueci de te apreciar
De te aproveitar
E de ver para que servias.
E agora, sem te ter,
Já me faltam poucos dias
Que não chegam para o que tenho para fazer!
.
Porque foste fugidio,
Como se fosses uma cobra,
Como se fosses um rio?
Porque não me disseste
Que precisava aproveitar-te,
Trabalhar e criar obra?
Porque não me avisaste?
Maldito sejas tu, tempo,
Que por minha culpa te gastaste,
Sem tino, sem lamento.
.
Olho para trás
Já nada presta,
Já falta pouco,
Já pouco me resta,
Fui nesta vida, um tonto, um louco.
.
Deste tormento,
Sem obra,
Sem criação e sem lema,
Já só tenho tempo,
Para que o tempo que me sobra
Não seja para mim um lamento,
E valha a pena!
.
.
.
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