NO DIA 25 DE ABRIL por Luísa Lobão Moniz

Abril, o que nos vem à memória?

Nos, a quem? Quem viveu o dia 25 de Abril de 1974.

Soldados na rua, metralhadoras com cravos vermelhos, Grândola Vila Morena, libertação dos presos políticos, ruas a abarrotar de pessoas de todas as idades, de ambos os géneros.

Gritos em uníssono a exigir a Liberdade, o fim da Guerra Colonial, o fim da ditadura, o direito à Saúde, à Educação e à Habitação e a tudo o que cabe nos Direitos Humanos.

Só 30% dos portugueses tinham água canalizada.

As mulheres não podiam votar. Não podiam sair do país sem autorização do marido.

Bem, não haveria espaço para relatar como se vivia antes do 25 de Abril de 1974.

Protestava-se contra a fome, contra a guerra, contra o analfabetismo, nas ruas que estavam cheias de polícias que tinham como missão dispersar os civis à bastonada e com prisões. Depois da esquadra ia-se parar aos inquéritos da PIDE.

Não era permitido expressar o nosso pensamento político.

Muitas pessoas, homens e mulheres foram presos porque pensavam de maneira diferente da do regime totalitário.

Abril é também o mês, no dia 23, o dia do livro. Em Barcelona oferecem-se rosas às mulheres.

A combinação do dia 23 e o dia 25 é perfeito. Foi através de muitos livros que aprendemos que havia uma vida para além das ditaduras. Foi através dos livros que transmitimos e aprendemos a viver cada vez melhor. Foi e é através dos livros que podemos dar a conhecer as injustiças do mundo.

A Revolução de Abril dá-nos a Liberdade de escrever, sem censura, e de ler e de lutar contra as ditaduras e as guerras.

Abril é também o mês, no dia 21, o dia da Terra.

Os dias 21, 23, 25 de Abril são dias em que se comemoram a Liberdade e a responsabilidade das pessoas  defenderem o Planeta Terra que nos dá abrigo e que tão mal tem sido tratado.

O dia 25 de Abril é o dia da libertação, quem o viveu nunca mais o esquece. Quem o viveu sonha em passar para as gerações mais novas a importância desse dia para todas as nossas vidas.

No próximo dia 25 de Abril podemos estar mais satisfeitos pois vemos que os mais novos estão novamente disponíveis para lutar por uma vida mais justa. Veja-se o que se passa nas ruas de Paris, estudantes e trabalhadores juntos na mesma luta… nas ruas de N. Y. os jovens desfilam com cartazes , discursam contra o fácil porte de armas. Estão cansados de ver morrer nos corredores da escola colegas baleados por outros jovens, estão fartos de ver a polícia bater, prender gente que não é branca…

25 de Abril Sempre!

Em qualquer altura da vida das sociedades é possível viver como é ditado na Declaração dos Direitos Humanos.

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