IMAGEM E POESIA – Por José Magalhães (125)

 

DOCEMENTE

 

 

 

Docemente,

Olho o tecto do quarto,

Do nosso quarto.

Docemente

Sinto no ar o teu perfume selvagem

De que nunca me farto,

Docemente.

Docemente

Passas por mim com a aragem

Passas como quem vai de viagem

Docemente,

Pelo tecto do nosso quarto.

 

Docemente,

Olho as horas que nunca passam,

Horas mortas que fracassam.

Docemente

Olho para onde já não estás

Para os locais que me trespassam,

Docemente.

Docemente

Imagino que me sorrirás

Quando me abrires as portas do Céu, bem para trás

Docemente,

Nas horas que nunca passam.

.

.

.

5 Comments

Leave a Reply