A crítica demolidora de Michael Pettis à teoria e à política económica neoliberal – 10. Uma redução no peso dos Estados Unidos no comércio global não vai levar a nenhuma mudança de poder (2ª parte). Por Michael Pettis

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Seleção e tradução de Júlio Marques Mota

10. Uma redução no peso dos Estados Unidos no comércio global não vai levar a nenhuma mudança de poder (2ª parte)

michael pettis Por Michael Pettis

Publicado por Carnegie Michael Pettis em 16 de dezembro de 2016

 

A China apoia-se em excedentes comerciais

Como quase todos os excedentes comerciais persistentes [1], os excedentes comercias e da balança corrente da China são o resultado das distorções da procura interna [2]. Essas distorções, no caso da China, são as que Pequim tem tentado resolver, pelo menos desde o famoso discurso de março de 2007 pelo ex-primeiro-ministro Wen Jiabao. Isso não tem sido feito em grande parte devido à oposição poderosa do que a imprensa de Pequim apelida de “interesses instalados”. Como resultado dessas distorções, os agregados familiares chineses têm a mais baixa parcela do PIB, talvez jamais registada numa grande e diversificada economia, e com isso também a mais baixa fração de consumo das famílias. O reverso da sua extraordinariamente baixa parcela de consumo é a sua taxa de poupança extraordinariamente alta, o que alimentou o que um dia provavelmente será visto como a maior vaga de má afetação de investimento na história.

Essa distorção da procura é uma questão chave. O excedente comercial da China é um efeito residual de um modelo de crescimento interno que sistematicamente forçou as poupanças a aumentar e que Pequim está a encontrar extremas dificuldades em reverter. É pois por isso mesmo que apesar de todas as preocupações, a estrutura da economia da China torna quase impossível uma grande mudança de um mundo cujo sistema de trocas é dominado pelos Estados Unidos para um outro em que a China domine. Até mesmo a voz oficial de China, O Diário do Povo, teve que referir logo no mesmo dia da publicação do vídeo do Trump que era improvável que a China pudesse “ultrapassar [os]  Estados Unidos na condução do mundo.”

O que impede esta mudança é o papel do excedente comercial da China dentro da estrutura do sistema de comércio global. Porque o excedente comercial da China é um efeito residual do seu modelo de crescimento, ele desempenha um papel importante na resolução dos desequilíbrios da procura interna. Até que estes desequilíbrios sejam resolvidos, os excedentes comerciais elevados e crescentes são necessários para gerir o difícil e doloroso dilema que Pequim enfrenta atualmente entre o aumento da dívida e o aumento do desemprego.

A razão para este muito difícil dilema é que a atividade económica na China se tornou durante as duas décadas passadas demasiado dependente de grandes e insustentáveis aumentos na dívida, e em que qualquer moderação no crescimento do crédito fará rapidamente com que o desemprego aumente. Como todos os países que seguiram modelos similares de crescimento, a China necessitou acelerar a expansão do crédito para manter os níveis atuais de crescimento na atividade económica do país. Hoje, a dívida chinesa é de pelo menos 250-260 por cento do PIB. A China conseguiu cumprir a meta de crescimento do PIB de 6,7 por cento, o nível de atividade económica presumivelmente necessário para impedir que o desemprego aumente, somente através do aumento da dívida total por uma quantidade assustadora igual a 40-45 pontos percentuais do PIB.

Os limites de capacidade da dívida são a restrição principal no ajustamento na China. Com cada ponto percentual do comércio do país ou de excedente da balança corrente que substituem talvez 10-15 pontos percentuais da dívida, o excedente comercial da China dá aos dirigentes do país um espaço de manobra para que Pequim consiga levar a cabo as mudanças necessárias que permitam à China eliminar a sua dependência da dívida. Esta dependência, no entanto, é significativa. Sem o aumento da carga da dívida, se for permitido que a dívida continue a aumentar mas não mais rapidamente do que o crescimento correspondente na riqueza real, ou na capacidade de serviço de dívida (que é muito da mesma coisa), o crescimento do PIB da China pode rapidamente cair para 3 por cento ou ainda para valores mais baixos [3].

Os cinco pontos seguintes resumem de forma simplificada a sequência de condições que impulsionam a necessidade de a China reter grandes excedentes nas suas balança comercial e balança corrente:

  1. Os níveis de dívida na China são extremamente elevados e crescem demasiado rapidamente em grande parte porque o crescimento do investimento chinês é maior do que a capacidade da economia em o absorver produtivamente. Para refrear o crescimento do crédito, Pequim deve forçar uma desaceleração acentuada no crescimento do investimento, o que, porque o crescimento do investimento é uma fonte substancial de atividade económica, significa despedir um grande número de trabalhadores empregados nas atividades relacionadas coo os bens de investimento.
  2. Mas para evitar um aumento potencialmente desestabilizador do desemprego, Pequim também deve implementar políticas que aumentem a taxa de crescimento do consumo e a nível suficiente para absorver esses trabalhadores.
  3. A taxa de consumo doméstico da China está entre as mais baixas já registadas na história porque as famílias chinesas retêm uma quota do PIB que também está entre as mais baixas já registadas na história. O crescimento do consumo é restringido pelo crescimento do rendimento das famílias, e uma desaceleração do investimento coloca a pressão à descida sobre o crescimento do rendimento familiar, elevando os níveis de desemprego.
  4. A única maneira para que Pequim acelere suficientemente o crescimento de rendimento dos agregados familiares é através de transferências de rendimentos dos governos locais para as famílias chinesas que sejam pelo menos iguais a 1-2 por cento do PIB anual, uma política que enfrenta hoje uma oposição substancial daqueles a quem imprensa chinesa se refere como sendo os “interesses instalados.” Esta transferência é, no melhor dos casos, um processo para levar de cinco anos a dez anos.
  5. O tempo que Pequim tem para conseguir efetuar as necessárias transferências depende da capacidade de dívida da China, os limites que podem ser alcançados dentro de período curto de tempo, na ordem de dois anos, depende ele mesmo de diversas variáveis, incluindo é claro, a taxa a que a dívida está a crescer. Atualmente tem-se tido um alarmante aumento da dívida anual na ordem dos 40-45 pontos percentuais do PIB para gerar a taxa alvo de crescimento do PIB pretendida por Pequim de 6,7 por cento. Se nós assumirmos que o excedente da balança corrente da  China é de 2 por cento do PIB, um excedente atual da balança corrente fixado em zero exigiria um aumento na dívida cada ano igual a 60-75 pontos percentuais do PIB  para gerar a taxa de crescimento de PIB pretendida por Pequim, e um aumento na dívida anualmente de apenas a 15 – 20 pontos percentuais do PIB se o excedente da balança corrente fosse o dobro.

 

Ter poder não significa ter razão

A China, deve então manter grandes excedentes como uma ferramenta de gestão da dívida de importância crucial. Mas essa necessidade de excedentes torna-se incompatível, nas condições globais atuais, com a liderança de um regime de comércio global. Para ver o porquê desta afirmação, devemos pensar como é que os Estados Unidos, depois de décadas em que foi a maior economia do mundo juntamente com um papel de governança, ainda assim pouco significativo, acabaram por dominar o comércio global. Os Estados Unidos tornaram-se a maior economia do mundo no início da década de 1870, mas, durante os quarenta anos seguintes, a força política do eleitorado ligado à exploração da prata no país prejudicou o empenho de Washington para com o padrão-ouro, e o seu caótico sistema bancário e propenso a crises prejudicou a sua credibilidade financeira. No final do século XIX, o país estava a ter grandes excedentes comerciais e transformou-se de um grande importador líquido de poupança externa num enormíssimo exportador líquido de poupança [4], mas continuou a desempenhar um papel insignificante na governança global.

Há, aliás, um mal-entendido generalizado que muitas vezes surge nas discussões sobre o aumento de estatuto do renminbi enquanto moeda de reserva e que também lança luz sobre as implicações da decisão de Trump sobre o TPP. Embora existam muitos pontos úteis na comparação entre a economia americana na década de 1920 e a economia chinesa na década de 1990 e 2000, há também alguns outros que são irrelevantes. Muitos comentadores observaram, por exemplo, que entre 1914 e 1918, os Estados Unidos passaram da situação de serem o maior devedor à escala mundial para passar a ser o maior credor. Foi também durante este período, de acordo com estes comentadores, que, como consequência da mudança no estatuto de credor dos EUA, o dólar americano foi transformado na moeda de reserva dominante do mundo. Por analogia, dado o estado da China como a principal nação credora, o renminbi deverá tornar-se a principal ou uma das duas principais moedas de reserva.

Há muitas coisas que são enganadoras ou simplesmente erradas nesta narrativa, mas a questão relevante é a atribuição equivocada da ascensão do dólar americano ao surgimento dos Estados Unidos como exportador líquido de capital. De facto, o país tinha estado a exportar capital durante quase duas décadas e a transformação dos EUA de maior devedor do mundo em maior credor do mundo é muito menos significativo do que parece. A Grande Guerra simplesmente acelerou uma tendência já existente, transformando em quatro anos a posição patrimonial líquida dos Estados Unidos que, de outra forma, teria levado uma década ou mais.

 

Um século de dominação

Então, será que isto significa que as exportações líquidas de capital dos Estados Unidos eram irrelevantes para o aparecimento dos Estados Unidos e do dólar americano como centro do comércio global? Não, mas eles pareciam irrelevantes antes da guerra, porque durante esse período as principais economias do mundo enfrentaram, como hoje, a abundância do capital, impulsionada por altos níveis de desigualdade de rendimento [5].

Isso  tornar-se-á mais claro à medida que examinamos mais de perto o período de 100 anos durante o qual o dólar dos EUA ocupou o centro da cena mundial e a economia dos EUA se tornou o centro em torno do qual o sistema comercial global foi organizado – mesmo que, bem antes de meados do século XIX, o comércio internacional se tenha tornado, e assim permaneceu, uma parcela relativamente pequena da economia dos EUA. Esse período realmente consiste em dois períodos diferentes de intervalos de tempo convenientemente iguais que representam duas etapas muito diferentes neste processo.

O primeiro período durou cerca de cinco décadas, começando durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18) e incluiu a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Não surpreendentemente, essas duas guerras altamente destrutivas dominaram esse período, e a extensão de sua destruição deixou quase todas as principais economias do mundo com uma enorme escassez de poupanças necessárias para financiar o investimento necessário à sua reconstrução. A grande exceção foi, naturalmente, os Estados Unidos, que começou esse período como a maior nação excedentária no mundo e o principal exportador de poupança.

Isso coloca os Estados Unidos no centro da ordem económica emergente. Durante o período de duas décadas de abundância relativa de poupança antes de 1914, os excedentes comerciais e as exportações de capital dos EUA deram a Washington pouca influência na governança mundial. A Grande Guerra acelerou o crescimento económico dos EUA, juntamente com o excedente de poupança americana relativamente ao investimento, de modo que começou a década de 1920 com um enorme desequilíbrio de poupança, tal como a China hoje. Ao contrário de hoje, no entanto, esse desequilíbrio de poupança existia num mundo em que a guerra provocara o colapso do rendimento e da poupança na maioria das grandes economias, criando simultaneamente enormes necessidades de investimento. A capacidade americana para exportar grandes quantidades de poupança quase imediatamente colocou os EUA no centro do comércio e do capital global, embora, durante a década de 1930, ficou claro que, uma vez que o comércio se contraiu fortemente, os desequilíbrios da procura americana poderiam criar os mesmos tipos de problemas para a economia dos EUA que a  China enfrenta hoje.

Qualquer que seja a reconstrução parcial ocorrida durante o período de entre guerras, foi mais do que revertida pelas guerras durante grande parte da década de 1930 e na primeira metade da década de 1940, de modo que a escassez de capital global continuou por pelo menos mais uma década ou duas. Isso garantiu que as exportações massivas de capital americano, que não foram suficientes até mesmo para evitar a famosa escassez de dólares na década de 1950, eram de vital importância para as principais economias do mundo. A capacidade de exportar o excesso de poupança americana manteve Washington no centro da governança num sistema global no qual a Europa e o Japão reconstruiram rapidamente as suas economias.

No final da década de 1960, as condições eram diferentes. As economias avançadas tinham sido reconstruídas, a poupança global era abundante e outras formas de procura foram determinantes nas taxas de crescimento para a maioria das economias. Mais do que terem acesso ao capital escasso, as economias queriam obter do comércio global a capacidade de expandir a procura aumentando as exportações de bens comercializáveis, restringindo as importações ou, dito de outra forma, exportando capital. Com o seu sistema financeiro flexível e a eliminação gradual na década de 1970 de todas as restrições aos movimentos de capital, os Estados Unidos conseguiram adaptar-se rapidamente e começaram a ter grandes défices comerciais cujos custos, sob a forma de desemprego e endividamento dos consumidores, estavam dispostos a aceitar em contrapartida das vantagens geopolíticas, cuja importância aumentou durante a Guerra Fria.

Por outras palavras, agora estamos a viver num ambiente global de poupança em abundância, em que os excedentes que a maioria das economias querem alcançar estão na balança comercial e não na balança de capital. Esta é a principal razão pela qual a China não pode substituir os Estados Unidos. Os participantes num sistema comercial cujo membro dominante, como os Estados Unidos, possui grandes e persistentes défices, podem crescer mais rápido devido às exportações líquidas que conseguem ter – a contrapartida dos défices comerciais dos EUA – que acrescem procura às suas economias em média igual a cerca de 1,5% do PIB em cada ano.

Por outro lado, num sistema comercial cujo membro dominante deve gerar grandes e crescentes excedentes comerciais, como a China, os participantes devem absorver as importações líquidas que são a contrapartida dos excedentes comerciais da China. Essas importações líquidas subtraem procura das suas economias igual a pouco mais ou menos 1% do PIB anualmente e, portanto, devem aceitar um menor crescimento como sendo o preço da adesão a este regime comercial em que a China seria o centro do sistema. Por outras palavras, mudar de um sistema centrado nos EUA para um sistema centrado na China, representa uma redução na procura atualmente a situar-se entre 2,0% e 2,5% do PIB anualmente (embora em alguns anos poderia ser tão alta como 3,5 – 4,0 % do PIB). Os únicos países para os quais a adesão a este regime – com a sua esperada redução da procura de 2,0-2,5% do PIB – não implica menor crescimento, são as economias subdesenvolvidas que precisam urgentemente de capital para financiar o investimento interno. Estes juntar-se-ão de bom grado a este último sistema se este garantir as suas importações de capital, mas, é claro, provavelmente haverá limites para a vontade de Pequim em investir nessas economias de baixa credibilidade [6].

Neste ambiente global de abundância de capital, poderemos ter atingido um ponto de inflexão em que a abundância de poupança continua a caracterizar a economia global, mas a disposição e a capacidade dos Estados Unidos para absorverem o excesso de poupança está a chegar ao fim. Durante as três primeiras décadas deste segundo período (do final da década de 1960 até ao presente), os americanos praticaram défices voluntariamente, mas mais recentemente, ao longo das últimas duas décadas, com a participação dos EUA no PIB global a ser muito menor do que era há cinquenta anos, com a desigualdade de rendimento a um nível muito mais elevado e, com o fim da Guerra Fria, os custos tornaram-se muito mais difíceis de suportar e os benefícios geopolíticos a fazerem muito menos pressão num público americano cada vez mais isolacionista, especialmente porque esses custos tendem a ser maiores em períodos de lento crescimento global quando os países substituíram a titubeante produtividade com políticas mercantilistas.

(continua)

 

Texto disponível em http://carnegieendowment.org/chinafinancialmarkets/66485

Notas

[1] N.E. vd. texto nº 7 da presente série, Equilíbrio Interno e Externo, publicado em 2 e 3 de outubro, https://aviagemdosargonautas.net/2018/10/02/a-critica-demolidora-de-michael-pettis-a-teoria-e-a-politica-economica-neoliberal-7-equilibrio-interno-e-externo-1a-parte-por-michael-pettis/ e seguinte.

[2] Como eu expliquei em Junho de 2015 num artigo (vd. nota 1) que era uma recensão do livro de economia de Peter Temin e David Vines , os grandes e persistentes excedentes comerciais são quase sempre o resultado de políticas que distorceram a procura interna, geralmente as políticas que forçam à descida da parcela do PIB que é constituída pelos rendimentos das famílias . Isto é o mais óbvio nos países com os maiores excedentes hoje: Alemanha, China e Japão. As únicas exceções historicamente foram os excedentes comerciais persistentes praticados por economias avançadas que exportam poupanças para as economias em desenvolvimento, como o fez a Inglaterra durante grande parte do século XIX em que as poupanças britânicas foram absorvidas pelas tremendas necessidades de investimento nos Estados Unidos. É claro que as exportações de capitais alemães, chineses e japoneses a para os Estados Unidos contradizem os precedentes históricos.

[3] Não há nenhuma maneira de calcular a taxa de crescimento sustentável do PIB da China – ou seja, a taxa de crescimento do PIB tal que a capacidade do país de responder em termos do serviço da dívida  cresce pelo menos tão rapidamente  quanto a própria dívida – mas desde 2010 e anos seguintes,   eu fui incapaz aritmeticamente de trabalhar os números no máximo na casa dos  de 3-4 por cento de crescimento anual do PIB, exceto assumindo de forma não plausível grandes transferências de riqueza dos governos locais para as famílias comuns. O que é mais relevante, embora os modelos económicos neoliberais implicitamente-e muitas vezes explicitamente-assumam que o aumento dos encargos da dívida têm efeitos mínimos sobre as perspetivas de crescimento global do PIB, na verdade eu diria que a teoria das finanças  empresariais  deixa claro que uma vez que os encargos de dívida ultrapassem algum limiar ( limiar que é necessariamente variável — contrariamente às alegações feitas por Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff — de acordo com as condições específicas, instituições e estruturas de dívida de cada país), o aumento da carga da dívida deve necessariamente colocar cada vez mais uma severa pressão à descida  sobre o crescimento económico, uma ideia que é mais que amplamente apoiada numa  enorme quantidade de dados históricos. Se assim for, então, na medida em que a minha estimativa original em 2010 que a taxa de crescimento sustentável da China era de 3 a 4 por cento, deve ser menor hoje e vai continuar a cair até que Pequim possa controlar o crescimento da dívida.

[4] Uma parte significativa desta exportação de poupança ocorreu sob a forma de remessas de trabalhadores, de juros e de pagamentos de dividendos sobre o investimento estrangeiro, que são geralmente designados na classificação contabilística estandardizada como saídas de balança corrente, não como fluxos da balança de capitais. Para os nossos propósitos, é mais útil pensar neles como fluxos de balança de capital para tornar explícita a sua relação com a diferença entre a poupança dos Estados Unidos e o investimento deste mesmo país.

[5] Não é uma coincidência que este seja o período que viu  aparecerem as ideias do economista britânico John Hobson e do seu homólogo americano Charles Arthur Conant sobre o subconsumo, a consequências do excesso de poupança, e o papel das exportações de capital do imperialismo do final  do século XIX.

[6] Neste caso, será claramente uma situação de ganhador-ganhador se a China pode exportar o capital para estes países de baixa-credibilidade com alguma maneira de assegurar o reembolso. A China beneficiaria da execução dos excedentes comerciais correspondentes, e eles beneficiariam com o tão necessário capital com o qual construiriam infraestruturas.

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