AS ÁRVORES DA MINHA CIDADE
Já em Maio de 2015 escrevia eu nesta coluna, que deveríamos ter “uma árvore em cada rua“, quase dois anos depois de ter escrito que o Porto ombreava com qualquer cidade europeia na quantidade e qualidade da sua massa arbórea. Tínhamos, nesses tempos idos, “cerca de 17 metros quadrados de área verde por cada habitante“. E hoje?, não consegui encontrar elementos actualizados.
No Porto havia, em 2015, 237 árvores (238 em 2018), maciços e alamedas classificadas (mais um dos motivos do enorme orgulho que temos pela nossa cidade), distribuídas por 7 espécies – palmeiras, araucárias, tulipeiros, metrosíderos, plátanos, e mais outras duas de que não consegui saber o nome – sendo que 181 se situavam no Porto Ocidental, no Passeio Alegre e na Avenida de Montevideu (Foz do Douro e Nevogilde).
Existindo, na Àrea Metropolitana do Porto, um projecto em execução, para “100 mil árvores para uma floresta Portuguesa”, em que pé estamos nesta altura? A C.M.Porto diz que até final deste ano terão, ao abrigo deste programa, sido plantadas mais de 106 mil árvores.
E em que pé está o o projecto “Florestas Urbanas Nativas do Porto (FUN Porto)” que prevê a plantação de 10 mil árvores na cidade e de que dizem ter já plantado mais de 1300? E o projecto “Se tem um jardim, temos uma árvore para si” de que informam terem já sido entregues quase 6 mil árvores?
Será que se nota algum aumento substancial do número de árvores aqui no burgo?
Na verdade, por toda a cidade se vêm árvores, algumas centenárias, as mais das vezes mostrando saúde, a serem abatidas sem aparente razão, e sem que outras lá sejam colocadas. Por toda a cidade se vêm locais onde facilmente uma ou mais árvores poderiam ser plantadas, mas que continuam, sem sequer uma relvita ou um arbustito. E bem que a cidade ficava muito mais aprazível se lá fossem plantadas algumas dessas plantas.
Vem isto a propósito da razia que estão a fazer na Avenida da Boavista, com a desculpa de terem de arranjar o pavimento para os automóveis.
Terão sido abatidas várias dezenas de árvores.
Muitas destas árvores existiam há várias décadas, e faziam parte do património vivo da cidade. As árvores pareciam apresentar cor, folhagem e troncos saudáveis (assim me dizem alguns, que se dizem entendidos na matéria).
Na minha opinião, não se justifica o abate de árvores a não ser que exista o perigo iminente de queda, por apresentarem sinais de graves fragilidades, ou por apresentem riscos para pessoas e bens. Também o aceito, se estiverem eminentes obras de requalificação, desde que seja, dentro do possível, reposta criteriosamente a massa arbórea entretanto abatida. A escolha correcta da espécie da nova árvore é essencial para uma maior duração da mesma no espaço público.
Não me parece que seja este o caso. A repavimentação da avenida em quase nada implica o abate de tantas árvores. Só meia dúzia delas apresentavam problemas com raízes à superfície.
Poucas sobraram entretanto, e as que falta abater pouco tempo esperarão de pé. Esperemos, no entanto, para ver se lá vão ser repostas árvores e de que espécie, conforme diz a C.M.Porto que vai fazer.
Sem, ou com menos, árvores, os níveis de poluição atmosférica e o nível de ruído que temos aumentará enormemente. Todos saímos prejudicados a bem de, eventualmente, mais aparcamento e maior espaço para os automóveis. É um atentado urbano para o qual não vejo justificação.
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SÃO PEDRO DE RATES
Não é a primeira vez que escrevo sobre esta freguesia do concelho da Póvoa do Varzim, nem, por certo, será a última. Também não é a primeira vez que publico fotografias sobre a sua zona histórica.
Desta vez, para além de mostrar mais algumas fotografias da Igreja Românica, falo do V Colóquio Internacional dos Caminhos de Santiago que aqui se realizou nos passados dias 16 e 17.
Por lá passaram palestrantes de cinco países; Portugal, Espanha, França, Itália e Brasil:
Dr. António Céspedes Mimbreiro – Presidente Asociacion Vilae Naevae – Caminho Jacobeo de la Fronteira, Sevilla
Professor Doutor Arlindo de Magalhães – Universidade Católica Portuguesa, Porto
Doutor Carlos Madaleno – Câmara Municipal da Covilhã
Doutora Deolinda Carneiro – Directora do Museu Municipal da Póvoa do Varzim
Doutora Estefania Lopez Salas – Universidade da Corunha
Doutora Fátima Matos Silva – Universidade Portucalense, Porto
Professor Doutor Ferdinando Maurici – Museu do Paláciod’Aumale, Palermo
Doutor Francisco Singul – S.A. de Xestion do Plan Xacobeo , Santiago de Compostela
Doutora Isabel Jorge Borges – Universidade Portucalense, Porto
Dr. Jean Claude Benazet – autor do hino ULTREIA – França
Professor Doutor José Augusto Maia Marques – Universidade da Maia
Professor Doutor José Ramon Izquerdo Perrin – Universidade da Corunha
Professor Doutor José Ramon Soraluce – Universidade da Corunha
Dr. José Valle de Figueiredo – Poeta, Ensaísta, Director do Centro de Estudos Tomaz Ribeiro, Tondela
Dr. Manuel Costa – Director da Biblioteca Municipal da Póvoa do Varzim
Doutor Manuel Garrido Ribero – S.A. Xestion do Camiño, Santiago de Compostela
Dr. Nivaldo Nepomuceno Sobrinho – Associação dos Amigos do Caminho de Santiago – Brasil
Dr. Paulo Sá Machado – Comissário Geral dos Colóquios Internacionais
Professora Doutora Rosa Mendez Fonte – Investigadora, Vereadora de Património Histórico no Concello de Ferrol
O subtema deste colóquio, “Os Caminhos do Mar”, provocou, para além de palestras sobre eles, conversas sobre os novos caminhos, em especial o “Caminho da Costa Portuguesa”.
Para 2019, está já escolhido o tema do VI Colóquio, “Gastronomia”.
Até lá!
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Muito obrigado, Caro Amigo, pelas referências ao V Colóquio Internacional dos Caminhos de Santiago. Tudo fizemos para que corresse bem. Tentámos. Cumprimos. Para o ano Há mais. Um abraço. Paulo Sá Machado. Comissário Geral dos Colóquios Internacionais.
Tanto na Av. Antunes Guimarães, como na da Boavista, houve árvores que caíram com o vento, na verdade.
E o pavimento, numa e noutra, está na verdade muito deteriorado. Os solavancos são constantes.
Um abraço.