SINAIS DE FOGO – O VELHO “CHIP” DO PATRÃO FERRAZ – por Soares Novais

 

Ao ler as últimas declarações de Pedro Ferraz da Costa só posso concluir: o seu “chip” está gasto, velho. De tão usado e de tão repetido. O antigo “patrão dos patrões” e actual presidente do Fórum para a Competitividade, voltou a acusar: “As pessoas não querem trabalhar, as empresas não conseguem contratar.”

Foi numa entrevista recente ao jornal i. Acontece, porém, que o senhor presidente Ferraz diz aquilo que sempre dizem os patrões. Pese embora uma ou outra nuance. Conveniente. Basta ver o histórico para o provar.

O histórico das palavras ditas pelos “manda-chuva” patronais em geral e pelo patrão Ferraz em particular, que ainda há bem pouco tempo declarou ter pena que “a troika tenha ido embora». Percebo-o muito bem: com a “troika” e os seus serventuários internos, ele tinha os trabalhadores a trabalhar 40 horas por semana, pagava-lhes o mesmo e até podia dar-se ao luxo de contratar pessoal qualificado a prazo certo e com ordenado mínimo.

Presidente de um grupo farmacêutico por herança, líder do Fórum para a Competitividade, uma associação em defesa dos interesse dos grandes grupos económicos, e “boss” de um coudelaria, em Vila Verde do Ficalho, com “trinta éguas de raça PSL e três warmblood utilizados para cruzamento de garanhões PSL”, segundo o sítio “Equitação” (05/09/2017), Ferraz da Costa faz-se acompanhar no dito Fórum pela fina nata do empresariado e pensamento lusitano: Mira Amaral, João Salgueiro, Nogueira Leite, Luís Todo Bom, Daniel Bessa, Óscar Gaspar, Vítor Bento, António Saraiva, Nuno Fernandes Thomaz, Luis Pais Antunes, Vasco de Mello, Francisco Pedro Balsemão e Salvador de Mello, entre outros.  

Isto é, gente que sua as estopinhas a trabalhar. Mais do que 40 horas semanais e que por essa evidente razão tem vencimentos bem mais chorudos do que muitos dos gestores da Europa rica de que ele tanto gosta. E até dos Estados Unidos onde “apesar do folclore em torno de Donald Trump, a economia está óptima.” Jair, o bolsonazi que agora preside ao Brasil, não deixará de o abraçar quando visitar Portugal a convite do irmão Marcelo.

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