NOVA EDIÇÃO DE “GRANDE SERTÃO:VEREDAS” DE JOÃO GUIMARÃES ROSA

Em Fevereiro de 2019, a Companhia das Letras publicará uma nova edição de “Grande sertão: veredas”, de João Guimarães Rosa, livro que revolucionou o cânone brasileiro.

Será novos projecto gráfico e estabelecimento de texto, acompanhado por célebres análises que jogam luz sobre a relevância do livro e uma cronologia ilustrada do autor. Para esta edição, contam com a colaboração de um conselho de especialistas em Guimarães Rosa e planeiam uma vasta campanha de difusão, com video-aulas, entrevistas, seminários e uma série de programas de podcast.

Futuramente, o romance também ganhará versão em áudio e adaptação para graphic novel, bem como uma edição especial.

Também se prevê uma ampla divulgação educacional, com a intenção de apresentar aos jovens leitores uma das obras mais celebradas.

Para falar do autor, vejamos o que a nossa colaboradora Rachel Gutiérrez aqui sobre ele escreveu ( 16.11.2014).

“João Guimarães Rosa, gênio incontestável da literatura luso-brasileira, é um “criador de língua”, como disse seu conterrâneo mineiro, o escritor Autran Dourado. Foi comparado muitas vezes a James Joyce, pelo domínio de idiomas e a invenção de neologismos, além da construção de um romance que instaura um universo simbólico, grandioso, o seu Grande Sertão; veredas. E na criação de personagens românticos, se a Itália tem Paolo e Francesca e  a Inglaterra, Romeu e Julieta, podemos dizer agora que o Brasil tem Riobaldo e Diadorim, figuras emblemáticas da promessa de um amor não realizado, quando a mulher ser-humano, reinventada pela necessidade de lutar e de se afirmar na coragem e na ousadia, lado a lado com seu companheiro, mais valente do que ele e do que todos os jagunços, enfrenta os inimigos do bem e paga o preço de seu empenho e de seu segredo com a própria vida. O grande sertão é o Brasil, mas é também o mundo, o estar aqui da nossa existência tumultuada e misteriosa, este nosso estar aqui de tantas perguntas.

O filósofo brasileiro Álvaro Vieira Pinto (1909 – 1987), primeiro  diretor do ISEB, Instituto Superior de Estudos Brasileiros, tinha o hábito de reler todos os anos, durante as suas férias o Grande Sertão, de Guimarães Rosa, para melhor compreender o Brasil.

O mineiro de Cordisburgo, de coração frágil e vida curta, deixou uma obra relativamente pequena, mas de originalidade e de alcance continentais. Como o Brasil.”

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