EDGAR MORIN ESTÁ QUASE A FAZER 100 ANOS por Clara Castilho

 

O sociólogo e filósofo francês Edgar Morin completará 100 anos no dia 8 de julho.  Lançou agora um novo livro: “Lições de um século de vida”.

Nesta obra  Morin recorda as etapas cruciais da sua vida, destaca os erros cometidos, a dificuldade de compreender o presente e a necessidade do exercício da autocrítica para a vida em sociedade.

Ativo no twitter, há poucos dias ele postou: “Indivíduos e nações vivem como sonâmbulos uma fase histórica, iniciada em Hiroshima, na qual a aventura humana criou as possibilidades de seu aniquilamento e de suas metamorfoses”.

As lições de que fala não são dele para nós, mas as que tira de uma vida centenária. Comenta as suas obras, lembra da sua participação na resistência ao nazismo, revisita sua entrada e saída do Partido Comunista Francês, faz o balanço dos seus acertos e erros e declara, mais uma vez, o seu amor pela poesia.

Diz ele: “Direitista, ou seja, decidido a nunca sacrificar a ideia de liberdade; esquerdista, convencido não mais da necessidade de uma revolução, mas da possibilidade de uma metamorfose”. E porquê? Porque não aceita a mentira como fizeram os que esconderam os crimes da União Soviética. Porque nunca se deve desistir da ideia de um mundo melhor, não o melhor dos mundos.

Algumas lições:

“Aceitar a solidão e a exclusão quando a verdade dos fatos e a honra estão em jogo”.

“Saber suportar a incompreensão, não ceder diante dos ataques, dos delírios e do ódio”.

 “A autonomia do espírito leva, sem que o queiramos, ao desvio. É preciso aceitar a incompreensão e o descrédito”.

“É bom ser bom. A gente se sente bem de ser pelo bem”.

 “O senso de complexidade permite perceber os aspetos diferentes e contraditórios das pessoas, das conjunturas e dos acontecimentos”.

 

 

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