As vacinas ARNm contra o Covid e a sua aplicação nas crianças. Por Júlio Marques Mota

 

 Por Júlio Marques Mota

Coimbra, 7 de Janeiro de 2022

 

Há dias fiz circular um texto com a declaração de Robert Malone quanto ao dilema de vacinar ou não as crianças. Um texto que tinha a assinatura de alguém que muito respeito, Jean-Pierre Willem, o que a mim, como leitor, me conferia confiança nas afirmações de Robert Malone, texto esse de Willem que reproduzo abaixo desta introdução.

Sobre este texto escrevi:

“Mas aqui vos deixo uma pergunta, em duas variantes, a que não sei responder. Se Robert Malone tem razão no que afirma como é que se explica esta pressão, esta pressa, das autoridades para vacinar as crianças? Se Robert Malone não tem razão, e nesta matéria este não é um cidadão comum, se se prova que está errado, porque é que as provas de que está errado não são devidamente publicitadas?

Tudo isto para mim, um simples cidadão não epidemiologista, é um verdadeiro mistério, com um cheiro a perfume de história mal contada, mas mal contada por quem?” Fim de citação.

Mal informado eu? Tudo bem, é o que afirmo e mantenho. Disso não haja qualquer dúvida mas uma coisa é certa, não me convenceu a declaração de Robert Malone e não me convenceu porquê ? Porque em afirmações tão graves, gravíssimas, como as que ele profere na sua declaração não há um vislumbre de suporte científico a ser citado. E ainda há uma afirmação que hoje ninguém aceita de um pé para a mão, a de foi houve o criador da vacina ARNm quando todos nós sabemos que hoje as descobertas, quando existem, são o produto de investigações processadas em múltiplos locais, com múltiplos investigadores e em que o resultado final da descoberta é o fruto de múltiplas iterações e de algum golpe genial (o que não quer dizer de génio) que desencadeie ou finalize o processo de criação [1]. Foi assim com a descoberta da vacina contra o Ébola [2] e é assim com tudo o que é cientificamente significativo.

Mal informado eu? Tudo bem, é o que afirmo e mantenho, mas uma coisa é certa, não me convencem as autoridades públicas quando deixam o problema de uma pandemia a esta escala ficar nas mãos dos agentes privados, na mão dos mercados financeiros e todos nós sabemos, desde a crise de 2008-202? pelo menos, que ética nos mercados financeiros é qualidade rara, raríssima ou mesmo inexistente [3]. São mercados de sangue, disse um analista financeiro. E é essa característica, a falta de ética, que tem levado a que os governos ao se vergarem a estes mercados, pedindo-lhes inclusive que sejam eles a estabelecer as suas próprias normas de funcionamento, se tenham tornado incapazes de responder às situações de crise que se têm multiplicado desde há décadas e de que o exemplo mais trágico é a brutal escassez de meios dos sistemas nacionais de saúde, meios técnicos, meios humanos, carreiras profissionais condignas, instalações, e isto tomando como referência apenas a situação antes da pandemia. Relembremos aqui a estranha dança das vacinas, relembremos aqui a denuncia feita por um canal televisivo inglês da diferença de preço entre a vacina da AstraZeneca por contraponto ao preço da Moderna e da Pfizer. Relembro aqui que continua a permanecer no segredo dos deuses o custo efetivo de cada vacina, relembro aqui os contratos publicitados pela Comissão Europeia, com frases cobertas a preto porque eram frases que não podiam ser do conhecimento público. O segredo é a alma do negócio, diz o Zé Povinho, mas segredo a guardar entre quem e quem? O segredo é para ser escondido do contribuinte, é o que sabemos. Com autoridades assim e num negócio de milhares, ou melhor dito, de muitos milhares de milhões quem tem de continuar o ser o ignorante no negócio é quem o paga, somos nós!. Acreditar nestes políticos? Em quem, em particular? Relembro aqui o silêncio em torno dos resultados da aplicação de um produto chamado ivermectina, enquanto atenuador dos efeitos do Covid e as dúvidas ou erros que este produto possa suscitar nunca se calam ou resolvem silenciando a discussão. Este silêncio deixa um perfume estranho no ar.

Face à minha dúvida acima reproduzida, amigos meus encheram-me a caixa do correio eletrónico de textos no sentido de me esclarecerem. Uns textos são muito bons, outros nem tanto e outros eram mesmo maus, num sentido ou noutro, na defesa ou na crítica à vacinação.

Mas a questão da vacinação das crianças é uma questão extraordinariamente importante para pais e avós num contexto como o que atravessamos, demasiadamente importante para que eu ficasse apenas pela declaração de Robert Malone. Impunha-se então, ir um pouco mais longe, satisfazendo agora as minhas dúvidas sobre esta declaração, e isto tanto quanto ao trajeto científico e “profissional” de Robert Malone como quanto às respostas “oficiosas” que foram dadas à estranha argumentação, na forma e no conteúdo, apresentada por este cientista. Mas há também um dado estranho para o caso em questão. Malone teve Covid e de longa duração. Quem nos diz que ele é o mesmo de antes da pandemia? Conheço aqui dois casos de pessoas atingidas pelo COVID, um deles assintomático e que parece ter perdido 10 anos de vida enquanto o outro ficou cheio de brancas, ficou com perdas de graves de memória que seis meses depois ainda não passaram. Olhando um pouco para a carreira científica de Malone e para o seu comportamento bizarro de agora, serei levado a pensar se também aqui não estamos a falar de alterações comportamentais devido ao Covid.

O terceiro texto rebate a declaração de Malone, ponto por ponto. É forte a mostrar a inconsistência da declaração de Malone, mas é, quanto a mim, fraco a defender a necessidade de vacinação para os miúdos. Talvez a melhor defesa seja a afirmação (provada?) de que a probabilidade de haver miocardites é maior com Covid do que com a vacina. Mas também aqui deve recordar-se, e isto independentemente dos interesses dos mercados financeiros, que parece haver um caminho (talvez longo?) ainda a percorrer por parte dos cientistas e dos governos para o entendimento e controle desta pandemia.

Não pretendi induzir ninguém em erro com a publicação isolada daquela declaração, e, por isso, publico agora – para além do texto de Jean-Pierre Willem (abaixo) que contém a declaração de Malone – quatro textos sobre esta temática:

  • o primeiro sobre os mercados financeiros, a finança e as vacinas, Os executivos de Blackrock, Vanguard e Big Pharma estão a fazer uma fortuna com uma crise que eles ajudaram a criar, por Rhoda Wilson;
  • o segundo sobre a trajetória de Robert Malone, Um Cientista de Vacinas Divulga Informação Falsa sobre Vacinas, por Tom Bartlett;
  • o terceiro sobre as respostas “oficiosas” à argumentação de Malone, Os benefícios das vacinas COVID-19 ditas ARNm para crianças superam os baixos riscos, ao contrário do que Robert Malone afirma, por Health Feedback;
  • e por fim um curto texto a mostrar como é o Robert Malone de agora, janeiro de 2022 (A taxa de mortalidade aumentou 40% em relação aos níveis pré-pandémicos entre as pessoas em idade ativa) e que parece confirmar a sua tendência para divulgar informação incorrecta ou infundada sobre o impacto das vacinas Desde logo omitindo que as afirmações que cita provêm do CEO de uma empresa de seguros de vida do estado de Indiana, e que, portanto, esses dados dizem respeito apenas a esse estado, e ignorando testemunhos que contradizem as suas afirmações sobre o impacto das vacinas ARNm em crianças (consultando a internet podem encontrar-se diversos estudos, ainda parcelares, sobre o Covid e a taxa de mortalidade em vários pontos do mundo, que estão muito longe da simplificação dada por Malone).

 


Notas

[1] Na Viagem dos Argonautas têm sido numerosos os textos publicados que mostram à evidência que não houve um inventor da vacina ARNm, mas sim numerosos cientistas que trabalhavam, em muitos casos há 20 anos, em torno do assunto, ainda que dirigido para o tratamento de outras doenças ou mesmo na medicina veterinária (ver por exemplo Vacinas ARN: inovação viral, por Lise Barnéoud, Tecnologia da vacinação”: a minha opinião!, por Jean-Pierre Willem, Alergias, febre, morte: os efeitos adversos das vacinas entre a “intoxicação” e a realidade, por Rouguyata Sall, Como o ARN vai mudar as nossas vidas, por Gwendoline Dos Santos e Caroline Tourbe, Os surpreendentes ingredientes encontrados nas vacinas, por Zaria Gorvett.

[2] Vd. texto publicado na Viagem dos Argonautas, “Contra todas as probabilidades”: A verdadeira história de como os cientistas de três continentes produziram uma vacina contra o Ébola, por Helen Branswell.

[3] Ainda hoje, 5 de janeiro de 2022, a imprensa americana noticiava: A Return to Robo-Signing: JPMorgan Chase Has Unleashed a Lawsuit Blitz on Credit Card Customers.

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Viver com o vírus!

 

 Por Jean-Pierre Willem

Publicado por  em 30 de Dezembro de 2021 (original aqui)

 

Cara leitora, caro leitor

A estratégia do governo é intangível: encorajar toda a população francesa a ser vacinada.

Há ainda cinco milhões e meio de pessoas que estão relutantes em ser vacinadas por várias razões: há as que estão hesitantes, as que se opõem ferozmente, e as que estão isoladas.

Mesmo perante a temida variante Omicron, a vacinação continuaria a ser a melhor arma para combater a epidemia.

 

A Omicron faz estremecer toda a Europa

Será que a França vai ser atingida duas vezes seguidas?

Enquanto a variante Delta – a causa de uma quinta vaga de Covid-19 com contaminações recorde – preocupa as autoridades, a Omicron parece uma nova lâmina no meio de uma tempestade.

Como é que um navio pode enfrentar uma tempestade sem marinheiros?

Este é o espectro que paira sobre os hospitais.

Face a uma onda de doentes infetados com as variantes Delta, Omicron e gripe, pensa-se que se vai atingir o pico entre o Natal e o Ano Novo, quando muitos trabalhadores da saúde estarão de férias.

 

O muro

Isto não é uma onda, ou mesmo um tsunami.

Mas um muro.

Vertical, abrupto.

O cenário Omicron é um dos mais sombrios previstos pelos epidemiologistas.

Para prova disto, basta olhar para a Dinamarca, os EUA e a Grã-Bretanha.

O número de infeções duplica a cada dois ou três dias.

Um paciente infecta uma média de 10 outras pessoas.

Em França, onde 30% dos casos já podem ser atribuídos a esta recém-chegada variante, segundo o Ministério da Saúde, houve 100.000 infeções na véspera de Natal e 640.000 na véspera de Ano Novo!

Acrescente-se a isto o facto de 90% dos leitos de cuidados críticos já estarem ocupados (por doentes Covid e não Covid), que há menos prestadores de cuidados, e que 5,7 milhões de franceses não foram vacinados… a barreira parece intransponível.

Aqui estamos novamente em Fevereiro de 2020, enfrentando uma epidemia com contornos vagos e incontroláveis.

Um regresso à primeira versão de confinamento parece impensável.

Quer seja para os franceses, esgotados após vinte e dois meses de restrições, quer seja para Emmanuel Macron, que está a jogar a sua reeleição em menos de quatro meses.

É aqui que reside a esperança.

Face a esta situação sem precedentes, o executivo terá de mostrar inventividade, o tempo de armar a população com o único remédio eficaz: a 3ª dose, seguida da 4ª, depois da 5ª… Paremos com o massacre.

Mas ninguém é capaz de dizer hoje quanto tempo durará a proteção conferida pela terceira dose.

Isto é fundamental, como aponta o Instituto Pasteur.

Se esta proteção também diminuir com o tempo, será que os franceses aceitariam uma quarta ou mesmo uma quinta dose?

A estratégia do governo já não consiste em eliminar os 2 mutantes e a gripe, que continuarão a circular, mas sim em reduzir drasticamente as formas graves, que resultam na superlotação dos hospitais e no esgotamento do pessoal médico.

Compreendemos que não há camas suficientes e que muitos prestadores de cuidados saíram do sistema de saúde.

Jean Castex já retirou a arma pesada do passe de vacina, que só entrará em vigor por volta do dia 20 de Janeiro.

Na sua caixa de ferramentas, há ainda o recolher obrigatório recomendado pelo conselho científico na véspera de Ano Novo; o “confinamento relâmpago”, que só poderia ser acionado no fim-de-semana, ao qual se junta um protelamento de uma ou duas semanas no início do ano letivo em Janeiro…

 

Plano para três doses

A variante delta tem muitos inconvenientes, mas pelo menos uma vantagem: as vacinas permanecem moderadamente eficazes contra ela.

A Omicron, que é a sua sucessora e companheira na Europa e em França, é muito mais “complicada” neste ponto.

Está em vista um reforço específico contra a Omicron.

Uma única dose de reforço permite alcançar um nível muito mais satisfatório de segurança.

Duas semanas após esta terceira injeção, a eficácia sobe para 76% com três doses de Pfizer e 71% com um regime AstraZeneca completo, seguido de uma dose de Pfizer.

Isto é muito melhor, embora menos eficaz do que com a variante Delta (93% e 94% respetivamente).

Isto pode levar ao desenvolvimento de uma dose suplementar específica contra a Omicron, na qual os fabricantes estão a trabalhar.

Basta!

Claramente, o Ano Novo, que é mais propício a grandes reuniões, é mais problemático do que o Natal.

Temos de encontrar um equilíbrio entre a moral de todos e a vida quotidiana.

Não é fácil, é Kafkiano !

 

Última hora

É uma contagem decrescente que faz os corações saltar. Aguardamos as festas com receio.

Na noite de Ano Novo, não poderemos fazer tantos testes (PCR e antigénicos) quantos os necessários, pois as farmácias e laboratórios têm uma capacidade limitada.

A boa notícia é que os supermercados conseguem vender antigénios ao preço de custo (2 euros), e os farmacêuticos começam a fazer barulho (vendem-no por 5 euros!).

Uma angústia coletiva resulta de um triste paradoxo.

“Em plena epidemia, as reuniões são uma necessidade vital, e a única trégua permitida no meio de uma guerra contra o vírus. É uma espécie de espaço de respiração onde domina a alegria de estarmos juntos”, analisa um psicossociólogo.

E o período pós-Natal não promete nenhuma pausa.

“Como vamos lidar com a Omicron? A moral está a levar um grande golpe.”

Esta nova variante está a crescer a passos largos e já é responsável por 30% de todos as contaminações no país.

Como uma corrida de cavalos, qual é a variante que irá dominar?

A Delta ou a Omicron ?

A esta situação temos de acrescentar a gripe que acaba de eclodir.

Infelizmente, não há nada a ganhar com esta aposta!

 

Não toquem nas crianças!

Esta é a grande questão que tem sido exposta na imprensa.

Devemos vacinar as crianças?

Para a maioria dos nossos especialistas em comunicação social, este é um verdadeiro dilema.

Quanto à minha opinião pessoal, limitar-me-ei a citar a declaração do Dr. Robert Malone que desenvolveu a vacina ARNm:

O meu nome é Robert Malone. Sou médico e cientista, mas mais importante ainda, sou pai e avô. Não estou habituado a ler um discurso preparado, mas este tópico é tão importante que queria ter a certeza de que cada palavra e cada facto científico sejam exatos.

Mantenho esta declaração porque dediquei a minha carreira à investigação e desenvolvimento de vacinas. Estou vacinado contra a Covid e sou geralmente pró-vacinação. Tenho dedicado toda a minha carreira ao desenvolvimento de formas seguras e eficazes de prevenção e tratamento de doenças infeciosas. A minha mensagem é a seguinte:

Antes de permitir que injetem o vosso filho – uma decisão que é irreversível – queria partilhar os factos científicos sobre esta vacina genética, que se baseia na tecnologia da vacina ARNm que criei.

Há três pontos-chave que os pais devem compreender antes de tomarem esta decisão irrevogável.

A primeira é que um gene viral será injetado nas células do vosso filho. Este gene faz com que o corpo do vosso filho produza proteínas de picos tóxicos. Estas proteínas causam frequentemente danos permanentes a órgãos críticos em crianças. Estes órgãos incluem o seu cérebro e sistema nervoso, o seu coração e vasos sanguíneos, incluindo coágulos sanguíneos, e o sistema reprodutivo. E o mais importante, esta vacina pode desencadear mudanças fundamentais nos seus sistemas imunitários.

O mais alarmante sobre isto é que uma vez que este dano tenha ocorrido, ele é irreparável. Não pode ser invertido. Não é possível reparar os danos dentro do seu cérebro. Não se pode reparar cicatrizes no tecido do coração. Não é possível reparar um sistema imunitário geneticamente reinicializado, e esta vacina pode causar danos no sistema reprodutivo que podem afetar as gerações futuras da sua família.

A segunda coisa que precisa de saber é que esta nova tecnologia não foi adequadamente testada. Precisamos de pelo menos 5 anos de testes e investigação antes de podermos realmente compreender os riscos associados a esta nova tecnologia. Os efeitos adversos e os riscos dos novos medicamentos são muitas vezes apenas revelados anos mais tarde. Por favor, pergunte-se a si próprio, como pai, como pai faça esta pergunta: quer que o seu próprio filho faça parte da experiência mais radical da história da humanidade?

Um último ponto: a razão que lhe dão para vacinar o seu filho é uma mentira. Os seus filhos não são um perigo para os seus pais ou avós. De facto, o contrário é que é verdade. A sua imunidade, depois de apanharem o Covid, é essencial para salvar a sua família, e de facto o mundo, desta doença.

Finalmente, em resumo, não há qualquer benefício para os seus filhos ou para a sua família em vaciná-los contra o baixo risco do vírus, dados os riscos de saúde conhecidos da vacina que, como pai, você e os seus filhos podem ter de viver com eles para o resto das suas vidas.

A análise de risco-benefício não é absolutamente favorável a estas vacinas para as crianças. Como pai e avô, exorto-vos a resistir e a lutar para proteger os vossos filhos.”

(…)

 

Jean-Pierre Willem

 

 

 

 

 

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