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EDITORIAL: Lembramos 1 de Agosto de 2012 – O MITO DE SÍSIFO

Passou ontem o nosso quinto aniversário. Todos conhecem o mito de Sísifo, condenado pelos deuses a fazer rolar uma pedra até ao cimo de uma montanha. Logo que Sísifo alcançava o pico, a pedra caía até ao sopé e o pobre Sísifo reiniciava a tarefa de a levar até ao cume. Moral do mito: não há castigo mais terrível do que ter de realizar um trabalho inútil. Mas Homero considerou Sísifo um herói, e Albert Camus dedicou um profundo ensaio ao Mito de Sísifo que até serve para jornalistas desportivos mais cultos e imaginosos ilustrarem jogadas perfeitas de futebol que não terminam em golo, tendo tudo de voltar ao princípio.Muitos dos colaboradores deste blogue, vêm do Estrolabio que soçobrou por não conseguir ultrapassar a divergência entre concepções diferentes sobre o que é e para que serve um blogue – a pedra ia já a meio da encosta, quando caiu. E cá estamos nós a empurrá-la de novo.

 

Foi, no entanto, noutro mito da Grécia Antiga – o de Jasão e os Argonautas, nas sua demanda do Velo de Ouro que baseámos o título deste  projecto. Defenderemos aqui os princípios que defendemos no Estrolabio.  Para nós o Velo de Ouro é a afirmação daquilo em que acreditamos, ou melhor, daquilo em que cada um acredita e defende. Seremos um espaço plural onde é proibido proibir ideias políticas, científicas, filosóficas, crenças religiosas…

São bem-vindos todos os que defenderem a Liberdade. Respeitando estes princípios, queremos, ganhar o nosso espaço, lutando pela qualidade e pela liberdade de expressão, pela isenção. Aceitamos colaboradores de todas as ideologias e filiações partidárias, desde que democráticas, mas recusamos que no blogue se defendam políticas partidárias ou se tente fazer proselitismo.

Recusamos também a análise imediatista. Apostamos na crítica construtiva, consistente e portadora de alternativas. Não aceitaremos difundir boatos. O debate de ideias será feito com respeito pelas ideias alheias. Quem critica, fá-lo-á atacando ideias, mas respeitando pessoas. Estaremos muito atentos ao mundo da cultura – livros, filmes, peças de teatro, exposições de arte – sem a preocupação de uma cobertura exaustiva – merecerão a nossa especial atenção. Uma agenda cultural publicada aos Domingos completará essa acção informativa. E apresentaremos, sempre que possível, textos literários originais – contos, poemas, críticas.Resumindo – desejando-se a maior liberdade, mas há princípios a respeitar, pelo que algumas «liberdades» – as tais que afrontam a Liberdade – não serão aceites. E é com esta pequena quantidade de princípios e com este reduzido capital de intenções que vamos começar.

Força nos remos, pois os ventos não ajudam.

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