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FRATERNIZAR – Na diocese de Bragança e Miranda é assim: 70% DAS INSTITUIÇÕES SOCIAIS SÃO DELA! – por MÁRIO DE OLIVEIRA

 

Anda o bispo de Bragança e Miranda preocupado com a fiscalização do Estado à sua Empresa-diocese que é dona de 70% das instituições sociais instaladas no território. D. José Cordeiro não vê com bons olhos que o Estado, que co-financia toda esta actividade, queira agora ‘meter o nariz’ e de forma mais rigorosa do que o habitual nas contas e na qualidade dos serviços das suas 14 Misericórdias, dos seus 50 Centros Paroquiais e Sociais, da Caritas diocesana e das Fundações. Numa diocese onde há mais membros de lojas maçónicas por metro quadrado do que em qualquer das outras dioceses do país, por que carga de água há-de vir agora a fiscalização do Estado ‘meter o nariz’, de modo ainda mais meticuloso do que até agora tem sido feito?!

O que bispo não diz, é que a Carta Aberta de Pe. Hérmino Ferreira, da sua diocese, cego em consequência da diabetes, mas não surdo nem mudo, muito menos, privado dos restantes sentidos e da inteligência, publicada no Jornal Fraternizar on-line e, dias depois, no Blog ‘A Viagem dos Argonautas’, entre as múltiplas denúncias e perguntas que formula, também lá está aquela ‘bomba’, referente aos mais de dois milhões e quinhentos mil euro que a sua Caritas diocesana dispõe e que ninguém sabe para que fins se destinam e a quem, em última instância, vão beneficiar. E como o Blog é muitíssimo frequentado e a Carta Aberta em causa teve mais comentários que todos os outros textos juntos editados nessa mesma semana, é muito provável que também por obra e graça de algum maçónico preterido pelo bispo em detrimento de outro afrodisiacamente mais atraente para os seus gostos episcopais, tenha alertado quem de direito.

Sublinhe-se, uma vez mais, que o Bispo D. José Cordeiro até acha bem que a referida fiscalização se faça, mas com ele a acompanhar e a mostrar as contas. Todas contas abençoadas por ele. O que o leva a vir dizer-se publicamente surpreendido é o facto de, desta vez, a fiscalização ser mais rigorosa e acontecer nas suas costas. Mas então – subentende-se no público protesto do bispo D. José – os clérigos da diocese de Bragança e Miranda e os leigos da sua confiança podem alguma vez ser corruptos, sequer ser suspeitos de corrupção? Não são todos, exemplos acabados de virtude, de dedicação, de entrega aos estéreis e envenenados ritos litúrgicos nos altares das igrejas e capelas paroquiais? Desconhecem que ele próprio até já agendou para este ano 2019 a sua terceira visita episcopal a cada uma das empresas em que se subdivide a grande Empresa diocesana de serviços sociais? O muito dinheiro que anualmente movimenta nesta Empresa de empresas não está, graças a ele, acima de toda a suspeita?!

Por este andar – pensará o bispo D. José Cordeiro com os seus botões – querem ver que a fiscalização ainda vai querer saber de onde vieram os 650 mil euro com que eu, apenas dois anos depois de tomar posse como bispo residencial, saldei a dívida da construção da megalómana catedral? Ignoram que antes de eu ser sagrado bispo de Bragança e Miranda, vivi anos e anos em Roma, a dos cardeais, dos quais fui e continuo a ser um dos clérigos mais preferidos, graças, certamente, à minha pequena estatura, ao meu corpo bem nutrido, aos fatos e ao carro último grito com que me apresento, às misteriosas e sigilosas amizades que mantenho com os homens do avental colocados em postos de grande poder decisório no meu território? E a que se junta ainda – acrescento eu, a terminar este Texto tecido de humor teológico – o seu refinado gosto pelas frequentes viagens a Roma e aos lugares santos de todo o mundo, com destaque para as cidades por onde S. Paulo andou a aterrorizar as populações com a sua sofisticada mentira da vinda, naquela geração, nuvens do céu abaixo, do mítico messias davídico, quando o que veio, no ano 70, foi a invasão de Jerusalém por parte dos exércitos do império romano? Acham – insisto eu – que um bispo com todo este aparatoso viver, ainda precisa de sujar as suas ungidas mãos episcopais.

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