UMAR – QUEBRAR BARREIRAS – ENVELHECER SEGUNDO UMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO

quebrar barreiras

200 PESSOAS IDOSAS NAS ACÇÕES DE SENSIBILIZAÇÃO DO PROJECTO QB

 

Com uma acção de sensibilização junto de pessoas idosas da freguesia de S. Vicente de Fora, Lisboa, sobre Violência Doméstica, a 15 de Maio de 2013, iniciou-se o trabalho directo com a população prevista no projecto Quebrar Barreiras – Envelhecer Segundo Uma Perspectiva de Igualdade de Género. Assim, até finais de Julho, a equipa do projecto realizou doze acções de sensibilização junto de população idosa que, no conjunto, cativaram mais de 2 0 0 participantes (sobretudo mulheres idosas) e promoveu, ao longo de três dias, sensibilização em Igualdade de Género junto de profissionais das valências gerontológicas do concelho do Seixal. Além do tema da Violência Doméstica sobre Pessoas Idosas, as acções de sensibilização abordaram também os temas “Direitos Humanos e Cidadania” e “Estereótipos de Género e Feminismos”. O interesse das mulheres e homens presentes tem sido um factor estimulante de aprendizagem e de debate, sempre participado e controverso, no qual frequentemente são evocadas experiências de vida. Estas acções de sensibilização estão a desenrolar-se nos três concelhos definidos pelo projecto Quebrar Barreiras: Almada, Lisboa e Seixal.

Envelhecer Segundo uma Perspectiva de Igualdade Género

Apresentação do projecto

logo quebrar barreirasO projecto Quebrar Barreiras – Envelhecer segundo uma Perspectiva de Igualdade de Género é promovido pela UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta e financiado pelo POPH/QREN, Governo da República Portuguesa e Fundo Social Europeu com a CIG – Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género como organismo intermédio. Este projecto assenta na necessidade de consciencialização para o fenómeno do envelhecimento segundo uma perspectiva de género e intergeracional. Aprofundar conhecimentos com base numa recolha de informações, ao longo de todo o projecto, sensibilizando diferentes públicos-alvo para as questões do envelhecimento integrando a dimensão de género será o principal desafio do mesmo. Pretende-se, para tal, o envolvimento dos diferentes públicos-alvo, nomeadamente, da comunidade escolar, das organizações na área da gerontologia e da sociedade civil na promoção da igualdade e combate a todo o tipo de discriminações baseadas no género e na idade, com vista à construção de uma cidadania mais inclusiva.

É fundamental a análise sobre o fenómeno do envelhecimento segundo uma perspectiva de género, quer pelas características fisiológicas e psicológicas do envelhecimento, quer pelas características sociais (no que diz respeito aos papéis sociais esperados pela sociedade). É uma realidade evidente a “feminização da velhice” resultante da maior longevidade feminina (anos/idade), contudo esta é vivida de forma menos saudável que a dos homens. Com a idade, as mulheres idosas e os homens idosos sofrem múltiplas perdas, enfrentando preconceitos e estereótipos, mas contando com recursos diferentes para enfrentar esses mesmos preconceitos e estereótipos de que são alvo. As mulheres idosas deparam-se, nesta fase, com todas as desvantagens acumuladas ao longo de uma vida de discriminações e desigualdades em função do género – vida profissional curta ou inexistente conduzindo a reformas e pensões muito reduzidas, trabalho doméstico e tarefas do cuidar desvalorizadas, violência sobre mulheres idosas, maiores problemas de saúde, nomeadamente, doenças crónicas em função da sua maior longevidade, níveis de escolaridade mais baixos do que os homens, maior isolamento social pelo facto de viverem sozinhas (quer seja por opção, quer seja na sequência de viuvez, separação ou divórcio), entre outras.

Considera-se, ainda, que as questões intergeracionais não podem nem devem ser esquecidas nesta problemática. Em 2012 foi definido pelo Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia o Ano do Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações. Alguns estudos evidenciam as inúmeras vantagens da intergeracionalidade, tal como, a partilha de experiências entre gerações diferentes, o reforço da auto-estima por parte da pessoa idosa por se sentir valorizada, promoção do respeito e valorização da pessoa idosa por parte dos mais jovens, desconstrução de estereótipos relacionados com a velhice, aumento de sentimentos de segurança e diminuição de situações de solidão, etc. Tal como indica a Resolução do Conselho de Ministros n.º 61/2011, “o envelhecimento activo e a solidariedade inter-geracional passam a ser considerados elementos chave da coesão social, contribuindo para uma maior qualidade de vida à medida que as pessoas vão envelhecendo. Por outro lado, no sentido em que se baseiam no reconhecimento dos direitos humanos, contribuem igualmente para a consolidação da democracia”.

Deste modo e pelo anteriormente exposto, o projecto Quebrar Barreiras procurará envolver a sociedade civil, nomeadamente, as associações de reformad@s, Universidades Seniores, Centros de Dia e Escolas Secundárias para a reflexão e trabalho em conjunto no combate à discriminação baseada no género e na idade.

Este projecto procurará, ainda, ao longo do seu desenvolvimento contribuir para a concretização de algumas medidas previstas no IV Plano Nacional para a Igualdade, Género, Cidadania e não Discriminação (2011-2013) e no IV Plano Nacional contra a Violência Doméstica (2011-2013).

Objectivos

  • Desconstruir estereótipos em função do género e da idade valorizando atitudes e práticas inseridas numa perspectiva de cidadania inclusiva e de igualdade
  • Promover a solidariedade e a cooperação entre gerações tendo em conta a diversidade cultural e a igualdade de género
  • Sensibilizar a população em geral, nomeadamente, as/os mais jovens para as questões do envelhecimento numa perspectiva de igualdade de género
  • Envolver associações de reformad@s, universidades séniores, escolas e outros agentes sociais na promoção da cidadania em Igualdade de Género com encontros e partilhas intergeracionais em diferentes contextos
  • Promover convivências com mulheres idosas para a sua auto-valorização e empoderamento face ao combate à solidão, ao isolamento e à violência de género
  • Valorizar percursos de vida das pessoas idosas com o envolvimento da comunidade escolar através da recolha de histórias de vida segundo uma perspectiva de género
  • Fazer o levantamento das dificuldades e necessidades fulcrais sentidas por profissionais da área da gerontologia no combate ao crime de violência doméstica
  • Combater todos os tipos de violência sobre pessoas idosas mediante a sensibilização de profissionais que interagem diretamente com esta população

Actividades

  1. Divulgar e sensibilizar para o projecto diferentes públicos-alvo através de reuniões, folheto, cartazes, site e redes sociais para o estabelecimento de parcerias.
  2. Dinamizar sessões temáticas sobre Igualdade de Género e Violência Doméstica dirigidas às pessoas idosas, às direcções e pessoal técnico nas áreas de serviços social, psicologia, auxiliares de geriatria, animação sócio-cultural e comunidade escolar.
  3. Memórias Escondidas – Recolher histórias de vida de pessoas idosas, segundo uma perspectiva de igualdade de género, envolvendo a comunidade escolar nesta aproximação à memória individual e colectiva como forma de conhecerem os tempos passados e quais os direitos alcançados ao longo dos tempos, bem como, as discriminações hoje vividas relativamente à velhice.
  4. Arte e Género – Promover sessões temáticas sobre Igualdade de Género com produção de materiais artístico-interventivos na desconstrução de estereótipos e promoção do empoderamento das pessoas idosas.
  5. Realizar tertúlias com mulheres idosas numa agenda livre como forma de promover solidariedades e debate em torno de problemáticas comuns.
  6. Diagnosticar, através de inquérito, os principais constragimentos por parte d@s profissionais que prestam serviços junto de pessoas idosas no âmbito da denúncia e combate ao crime de violência doméstica.
  7. Organizar um Seminário (Maio/Junho 2014) como balanço final do projecto, na reflexão das temáticas trabalhadas com o envolvimento directo das pessoas e entidades parceiras do Quebrar Barreiras.

Mais informações em http://quebrarbarreiras.umarfeminismos.org

Contactos

Rua da Cozinha Económica,

Empreendimento Alcântara Rio,

Bloco D – 30M e 30N

1300-149 Lisboa

Tel. 218873005 | Tlm. 969666879 | projecto.quebrarbarreiras@gmail.com Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar

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Equipa técnica | Cristina Pires | Luísa Rego

 

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